O apelo este ano foi menor, mas o Salão do Automóvel de Paris manteve-se atraente ao público, mesmo com a ausência recorde de 16 marcas.
A indústria mundial enfrenta pesados investimentos em quatro níveis de alta tecnologia – eletrificação, conectividade, direção autônoma e compartilhamento – e sem descuidar dos atuais veículos.
Por isso tem havido seletividade nos dispêndios. Reservar forças para a
s novidades compatíveis às datas das grandes feiras mundiais. A exposição francesa completou 120 anos em 2018 (assim como a Renault) e encerra no próximo dia 14.
Marcas alemãs dominaram em termos de lançamentos.
Uma das grandes atrações foi a sétima geração do sedã BMW Série 3 que cresceu em dimensões (até na clássica grade de duas entradas) e teve o novo interior muito elogiado.
Outra atração foi a quarta geração do X5 a ser produzida nos EUA e China.
Os dois novos produtos e o renovado roadster Z4 chegam ao Brasil ao longo de 2019.
Arquirrival Mercedes-Benz contra-atacou com o GLE, um SUV de tamanho intermediário e rodas de nada menos que 22 pol. de diâmetro.
Classe A, na versão sedã, tem boa chance de ser produzido em Iracemápolis (SP).
Também apresentou o novo monovolume Classe B. Estes dois últimos estreiam a primeira caixa automatizada de duas embreagens e oito marchas (antes, sete).
Audi, além da segunda geração do hatch A1, apresentou seu primeiro SUV elétrico, o e-Tron, concorrente direto do também estreante EQC400, da Mercedes-Benz, ambos com dois motores – um em cada eixo – para tração 4×4.
Renault manteve sua ofensiva elétrica com o subcompacto K-ZE, ainda numa versão conceitual baseada no Kwid, a ser produzido na China para se tornar mais acessível.
Também apresentou o EZ-Ultimo, um carro-conceito futurista autônomo, elétrico e otimizado para compartilhar.
Peugeot deu o troco com o conceitual e-Legend inspirado no estilo do icônico cupê 504, de 1969, mas com motor elétrico de 462 cv.
Citroën C5 Aircross estreou e pode ser importado já no próximo ano tendo o mesmo porte do Peugeot 3008.
Entre os carros esporte, Ferrari voltou a roubar a cena graças aos espetaculares Monza SP1 e SP2.
Ambos são roadsters, mas o primeiro deles tem o lugar do acompanhante coberto.
Motor é um V-12, de 6,5 litros e 810 cv, o mais potente que já produziu para um automóvel de rua.
Porsche também chamou atenção pelo conversível conceitual 911 Speedster, mas com linhas definitivas.
Estará à venda no próximo ano (apenas 1.948 unidades em referência ao ano de fundação da marca).
Em meio à ênfase relacionada aos veículos elétricos, voltaram as dúvidas sobre quantos estão mesmo interessados em comprá-los.
Na Europa, representam cerca de 2% das vendas e sem sinais de que a demanda vá crescer de forma significativa.
Poucos acreditam que em 2030 países como a França vão mesmo limitar a comercialização de carros novos apenas a elétricos puros.
Híbridos, sim, terão mercado crescente.
Curiosamente, a petrolífera inglesa BP anunciou no Salão que pesquisa carregadores ultrarrápidos: em cinco minutos, 80% da carga.
Nada comentou sobre menor vida útil da bateria submetida a ciclos repetitivos desse tipo.
ALTA RODA-ANFAVEA reviu crescimento do mercado interno este ano para 13,7% (previsão da Coluna no começo do ano, 14,1%).
Número de financiamento aumentou, pois a taxa de inadimplência atingiu 3,5%, percentual mais baixo da série histórica.
Estoques subiram para 40 dias, pouco acima do normal.
Apenas a exportação enfrenta dificuldades: deve cair 9% este ano.
EXPECTATIVAS para o Salão do Automóvel de São Paulo (8 a 18 de novembro) continuam muito boas.
VW T-Cross, primeiro SUV da marca com produção local, terá apresentação prévia pelo Facebook no próximo dia 25.
Suas linhas serão reveladas na Alemanha, Brasil e China.
Interior poderá se manter “escondido” mesmo no Salão.
No mercado só no segundo trimestre de 2019.
MERCEDES-BENZ Classe C 2019, produzido em Iracemápolis (SP), recebeu retoques no para-choque dianteiro e lanternas traseiras.
Há novas rodas e faróis em LED.
Motor 1,5 turbo recebeu um alternoarranque que gera 14 cv extras (sistema de 48 V) e permite até 10% de economia de combustível quando combinado com desligar e religar o motor em declives suaves.
GUIAR o híbrido Lexus CT200h deixa transparecer solidez e silêncio.
Acabamento interno é muito bom, embora pudesse arrojar mais no painel e quadro de instrumentos.
Como o hatch manteve altura de rodagem original, raspa com certa facilidade nos famigerados quebra-molas e valetas.
Espaço interno e visibilidade são pontos altos.
Porta-malas tem razoáveis 375 litros.
ZF COMPLETA 60 anos de sua fábrica no Brasil, primeira fora da Alemanha.
Hoje tem sete unidades no País e uma na Argentina.
Empresa adquiriu a TRW há três anos e pretende produzir aqui equipamentos de ponta como câmeras e radares de bordo.
Produz freio de estacionamento elétrico para eixo dianteiro, ainda não aplicado em modelos nacionais.
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