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Simpósio aponta os desafios da inovação na indústria automobilística

“A inovação não é necessariamente o produto, extrapola a tecnologia e está associada ao resultado”, definiu José Cláudio Terra, presidente da TerraForum, defendendo a importância de a empresa estar aberta a processos alternativos de produção e idéias inovadoras, independente da posição hierárquica do funcionário.

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“As idéias podem vir de qualquer lugar”, afirmou.

Centrado no tema inovação, o Simpósio SAE BRASIL de Tecnologias Automotivas realizado ontem (24), em São Paulo, mostrou que a indústria da mobilidade brasileira tem como desafio tornar as inovações lucrativas, ampliar o conhecimento específico dos futuros engenheiros e buscar financiamento para novos projetos.

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Além disso, as empresas devem ser menos conservadoras quando o termo inovar significa mudar.

O publicitário Mauro Salles, vice-presidente do Conselho da Publicis Brasil, lembrou que hoje a inovação não está mais nas mãos de uma pessoa, mas de várias.

É o caso dos motores flexíveis, desenvolvidos no Brasil por vários fornecedores e avaliados no painel Motor flex:novos caminhos para obter maior rendimento por Silvério Bonfiglioli, presidente da Magneti Marelli, Roberto Stein, diretor de Engenharia da Delphi, João Alvarez Filho, gerente executivo de Desenvolvimento de Motores e Transmissões da Volkswagen do Brasil, e Ramon Molina Valle, professor da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). O mediador foi o jornalista Fernando Calmon, editor da coluna Alta Roda.

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“Estamos trabalhando para aperfeiçoar os motores flex, mas é preciso controlar e policiar a adulteração dos combustíveis, que causam grandes danos aos sistemas de injeção dos veículos”, advertiu João Alvarez.

Outra palestra destacou a evolução tecnológica dos pneus, apontando as novidades que podem chegar ao mercado brasileiro no futuro, como o run flat tyre, que permite rodar quase uma centena de quilômetros mesmo furado.

“No momento o custo é o maior impedimento à adoção dos novos produtos nas linhas de montagem de veículos populares”, disse Vicente Almeida, diretor de Vendas e Marketing da Goodyear.

O desafio de encontrar e formar engenheiros especializados foi tema dos painéis Desafio profissional no setor automotivo, e Aplicação da tecnologia: o papel da indústria, da universidade e do governo.

O primeiro, liderado por Alexandre Castroneves, sênior manager da AT Kearney, contou com a participação de Emílio Creto diretor de RH do Grupo Siemens, José Fernando Penteado, diretor de Administração da Engenharia de Produto da General Motors, e Otávio de Mattos Silvares, reitor do Instituto Mauá de Tecnologia, que traçaram o perfil ideal do engenheiro para a indústria da mobilidade: generalista, com capacidade e destreza de enfrentar novos desafios, comunicativo, e dotado de espírito inquisitivo.

“As escolas deveriam preparar os futuros profissionais para serem mais questionadores, estimulando o espírito de inquisição positiva”, resumiu José Penteado, da GM.

Em outro painel, Gábor Deák, presidente da SAE BRASIL, analisou o comportamento do Brasil em 50 anos da indústria automotiva, em função do desenvolvimento de tecnologias.

O quadro é negativo: as oito principais empresas patenteadoras brasileiras registraram em Nova York 80 vezes menos patentes do que as oito principais patenteadoras da Coréia, no período de 1997 a 2001.

O número de doutores nos dois países é similar. “Isso nos leva a concluir que no Brasil os doutores não estão nas indústrias desenvolvendo tecnologias, mas nas universidades, formando novos doutores”, afirmou Deák.

Segundo Paulo Renato Souza, ex-ministro da Educação, que participou do painel com Cláudio Vaz, presidente do Ciesp, uma das ações necessárias é mudar a mentalidade de resistência das universidades públicas que são contra as interações com o setor produtivo. “Falta articulação da indústria”, apontou.

Carlos Gastaldoni, superintendente da Área Industrial do BNDES, e Marcos Francisco de Almeida, diretor do Finep, apontaram o melhor caminho para as empresas interessadas em financiar tecnologia e projetos.

Além disso, deram um recado: é preciso que a empresa pleiteante tenha cultura de inovação. “Do contrário, ela é uma empresa de risco, com poucas chances de sobreviver”, afirmou Almeida.

Um debate sobre pós-vendas completou o programa do simpósio. No painel, Luso Ventura, diretor de Comissões Técnicas da SAE BRASIL, convidou Celso Navarro, diretor de Serviços da General Motors, Oswaldo Jardim, gerente de Serviços ao Cliente da Ford, e Reinaldo Muratori, diretor técnico da Mitsubishi Motors, para contar suas experiências frente à missão de manter o consumidor satisfeito e fiel à marca.

“O pós-vendas é uma área que pode trazer muito retorno”, afirmou Jardim. “Mas a área tem três desafios: preço, cultura e atendimento”, mostrou Navarro.

“Isso porque é cultura do brasileiro achar que ele é explorado na concessionária e isso é uma tarefa árdua para se mudar”, concluiu Muratori.

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