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Contrariando a Física

Nova suspensão ativa da Mercedes-Benz confere ao cupê CL uma estabilidade de impressionar

Se alguém contasse que presenciou um carro saltitando ao som de uma música, seria muito provável que tal pessoa tivesse bebido além da conta.

Contudo, foi exatamente isso o que ocorreu na presença de um grupo de jornalistas durante a demonstração do novo sistema de controle ativo de carroceria (Active Body Control, ABC) instalado no elegante cupê Mercedes-Benz CL.

O sistema é resultado de 20 anos de pesquisas de inúmeros conceitos de suspensão ativa que nunca chegaram aos carros de produção seriada, por diversos motivos.

Um deles é a velocidade de processamento necessária para que o sistema reaja imediatamente, especialmente em altas freqüências.

Outro é a quantidade de energia requerida para substituir a suspensão convencional com molas por outra completamente eletroidráulica.

Embora mantenha molas e amortecedores para suportar o carro e absorver os impactos de alta freqüência (de 6 Hz a 30 Hz) gerados quando as rodas passam em velocidade sobre imperfeições do piso, o ABC inova ao agregar um componente ativo para controlar os movimentos de baixa freqüência, como a rolagem da carroceria (abaixo de 6 Hz).

Em vez de as molas helicoidais se apoiarem diretamente nas torres fixas da carroceria, estas sobem ou descem, comprimindo ou descomprimindo a mola por meio de pressão hidr áulica (440 lb./pol2).

Treze sensores alimentam com sinais um computador que pode reagir suficientemente rápido para responder a qualquer movimento que ele “sinta” que o carro está prestes a fazer.

Não é um artifício complexo ou sofisticado. Os métodos convencionais de reduzir a inclinação foram desprezados pelos engenheiros da Mercedes-Benz.

De acordo com Hans Multhaupt, chefe das Séries E, S, SL e SLK, “a barra estabilizadora age como uma muleta que apóia um carro aleijado”.

o sistema ABC está dinamicamente criando as próprias barras estabilizadoras virtuais e pode variar a resistência delas.

Assim, à medida que a velocidade aumenta, ele estimula a tendência de subesterço (saída de frente) enrijecendo a dianteira e amolecendo a traseira, de acordo com padrões de comportamento definidos no programa do computador.

Se o sistema reagir mais rapidamente, as buchas de borracha “inteligentes” dos braços inferiores da suspensão dianteira aumentarão a convergência das rodas, propiciando maior precisão no contorno de curvas.

Em velocidade elevada isso é indesejável porque o carro se torna muito “arisco”. Assim, o sistema reduz tal reação.

Existe um ajuste automático para a altura livre em relação ao solo (que é reduzida com a velocidade) e regulagens do modo de atuação (Conforto ou Esporte) das suspensões.

No modo Esporte, a resistência à inclinação é aumentada e o carro assume um comportamento totalmente diferente.

Nas manobras de troca de pista em alta velocidade, o cupê CL é incrivelmente estável.

Isso se deve em parte a outra característica do ABC: seu tempo de estabilização é muito mais curto que o de uma suspensão convencional, fenômeno chamado de “amplitude de disparo”.

O sistema de controle ativo de carroceria da Mercedes-Benz é um importante avanço que, combinado ao ASC (controle de tração) e ao ESP (controle de estabilidade), resulta em um chassi verdadeiramente adaptativo e inteligente que chega ao consumidor pela primeira vez.

O próximo passo importante será o steer-by-wire (direção por comando eletrônico), sistema esperado com ansiedade por todos, mas que ainda tem custo muito elevado.

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