Usado no dia-a-dia sem maiores atenções por parte do consumidor, os pneus que calçam os nossos carros precisam de cuidados que podem aumentar a sua vida útil. O primeiro e mais importante é, obviamente, manter a pressão correta, de preferência a recomendada pelo fabricante. Os pneus pouco ou muito inflados se desgastam mais que o normal por terem sua face de contato com o solo deformada, o que pode gerar calor desnecessário.
A explicação é que, como o pneu está meio murcho, ele dobra em demasia no momento em que toca o solo. Essa flexão de ir e vir cria um excesso de aquecimento altamente prejudicial, que causa desgaste prematuro nas bordas laterais do pneu e prejuízo certo ao bolso.
Pressão demais pode ajudar a derrapar
Isto também acontece no caso de excesso de pressão, que não gera calor excessivo mas causa desgaste no centro da banda de rodagem.
Outra recomendação dos fabricante é de manter a pressão sugerida pelo manual também nos dias de chuva, porque um pneu inflado demais tem menos aderência e pode causar derrapagens imprevisíveis.
O ideal é que no piso molhado a pressão seja um pouco menor para aumentar a área de contato do pneu com o solo. Quem anda de motocicleta sabe dessa situação e, por isso, é comum ver, quando chove, o piloto parar para esvaziar um pouco a pressão dos pneus, aumentando o contato da banda de rodagem com o solo.
Para garantir uma vida longa aos pneus, alguns outros cuidados simples são necessários. Entre eles, a recomendação de jamais subir em calçadas para se evitar cortes nos cordonéis que fazem a estrutura do pneu, formando aquelas bolhas que ameaçam a segurança do usuário, principalmente em dias de calor forte, quando a pressão do ar aumenta pela expansão dos gases.
Isso ocorrendo a possibilidade de um estouro do pneu será grande, colocando em risco os passageiros. A mesma orientação serve para quem transita em ruas e estradas esburacadas: sempre que possível se deve fugir delas, ou passar bem devagar, principalmente se o carro tem pneus com perfil baixo, daqueles em que a lateral é estreita e tão comum nos esportivos importados. Quanto mais baixa a parede lateral, maior é o risco de cortes e quebras, pois as paredes são menores e, portanto, absorvem menos os choques bruscos.
Subir em calçadas prejudica vida útil dos pneus
A recomendação também se aplica ao se passar por quebra-molas. Ao atingi-los em alta velocidade a flexão também é violenta e pode causar um estouro. Um detalhe que poucos levam em consideração é que não se deve misturar pneus de marcas diferentes no mesmo carro, mesmo que eles tenham perfil e medida idênticas. Isso porque cada fabricante trabalha com métodos, desenho e compostos de borrachas diferentes. Neste caso, as suspensões vão trabalhar diferentes, aumentando o desgaste pela perda da dirigibilidade. Os pneus de marcas diferentes podem ainda comprometer a estabilidade do carro por funcionarem distintamente uns dos outros, fazendo com que o carro puxe ora para um lado ora para outro.
O mesmo pode acontecer também quando o motorista faz o rodízio errado dos pneus. O correto: o pneu dianteiro esquerdo vai para a roda traseira esquerda, e o dianteiro direito para a roda traseira direita.
Já pneus com diferentes tamanhos também devem ser evitados principalmente no eixo motriz, que podem prejudicar o diferencial, obrigado a compensar essa diferença de diâmetro o tempo todo. Mas o que pode fazer o pneu se desgastar mesmo é o modo como se dirige. Freadas bruscas, curvas próximas do limite, excesso de peso, freios mal regulados, amortecedores e molas envelhecidos. Tudo somado é prejuízo certo. Dirigir com suavidade, sem trancos no volante, também contribui para um menor desgaste dos pneus e aumenta a segurança.
Cuidado maior devem tomar os que usam pneus sem câmara: se as rodas não estão alinhadas ou foram empenadas, haverá vazamento do ar. Para evitar gastos, passadas regulares nas boas lojas de alinhamento e balanceamento (normalmente a cada cinco mil quilômetros) tornarão a vida útil do pneu muito maior.