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Velocidade é tabu em propaganda

As agências de publicidade têm uma enorme restrição ao preparar comerciais de carro: velocidade é um tema proibido.

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Segundo Gilberto Leifert, presidente do Conselho Nacional de Auto-Regulamentação Publicitária, quando o novo Código de Trânsito Brasileiro entrou em vigor, em 1998, as agências de publicidade não puderam mais fazer relação entre veículos e alta velocidade.

Antes mesmo disso, o recurso a ela já dava problemas. O publicitário Paulo Leoni, da McCann-Erickson, lembra que há seis anos a agência fez a campanha do Kadett e o desempenho do carro era igualado ao de um avião. “Tivemos de retirar todos os outdoors das ruas, porque houve denúncia de que a imagem levaria os jovens a fazer manobras radicais com o carro”, recorda.

Jô Cortez, da agência J.W. Thompson, conta que a propaganda da picape F-250 provocou críticas. “A foto que mostrava o carro em uma festa foi reprovada, porque estaria relacionando a picape a pessoas alcoolizadas.”

A criatividade foi a solução encontrada pela agência Almap-BBDO quando fez o comercial do Gol e Parati com motor de 16 válvulas, em 97. “No filme, para não mostrar o carro 16V ultrapassando o de 8V, usamos um barco com 16 remadores que passava por outro com 8 remadores”, conta o diretor de criação, Eugênio Mohallem. A Fiat recorreu ao humor para falar do air bag no Marea. “Mostramos um menino mascando chiclete e fazendo uma enorme bolha”, recorda José Borghi, da agência Leo Burnett.

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MERCADO

Vai um carro pela internet?!
A venda de automóveis pela internet começou antes do que se esperava; o consumidor pode ser beneficiado no preço, mas tem de ter seus cuidados

A internet vai mudar definitivamente a forma de vender veículos e essa revolução pode ser benéfica para o consumidor. A aposta é de especialistas do comércio de carros, que participaram de seminário em São Paulo. Calcula-se que seja possível reduzir o preço até 15% com a venda direto da montadora. Além da comodidade, descontos são justamente o chamariz de concessionários e sites que já colhem frutos com a nova ferramenta de comércio.

Desde 1999, a VW fatura o Novo Fusca direto para o consumidor. A GM começou em outubro com o Celta, que é o primeiro modelo de produção em grande escala na rede e que atingirá outro tipo de consumidor. A experiência com computador fará o consumidor economizar até 7% no preço final do novo modelo. A concessionária continuará a fazer parte do processo, recebendo comissão até 5% pela revisão, entrega e cuidando do pós-venda.

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Para a montadora vender diretamente ao consumidor é preciso mudar a lei federal 6.729. Criada em 1979, ela restringe a venda de carros a concessionárias. Mas um acordo facilitaria o caminho: “A lei vale se houver lesados”, explica José Carlos Guido, assistente-técnico da diretoria de programas especiais da Fundação de Proteção e Defesa do Consumidor de São Paulo (Procon). “Se os dois lados se entenderem, a lei ficará sem efeito”, completa. Haveria a necessidade de criar centros de armazenamento e uma estrutura de distribuição diferente da atual com concessionários.

Apesar do receio do novo canal de vendas, especialistas garantem que os concessionários nunca sairão do processo de venda. “Os lucros diminuirão com certeza, mas isso não significa que eles vão desaparecer”, acredita Michael Wuijack, vice-presidente da consultoria norte-americana especializada em automóveis Ernest & Young. Mas ele dá como certa a redução das redes. “Esse tipo de venda elimina a necessidade de muitos concessionários”, prevê.

Wuijack calcula que a venda direta possa trazer economia aproximada de US$ 3.500 para o consumidor. “Isso permite redução até 15% no preço final do carro” diz. É uma conta bem próxima à feita nos casos do Chevrolet Omega, que ficou 11% mais barato em janeiro, e, mais recentemente, na linha Volkswagen Passat, que está 10% mais em conta pela internet.

À margem do debate, alguns concessionários já tiram proveito da venda eletrônica. A paulistana Peugeot Aquitaine (www.aquitaine.com.br) oferece carros que estão há muito tempo em estoque com descontos até 20%. “O preço não é o mesmo para a loja”, avisa o diretor Jair Lopes. Outros revendedores participam de sites especializados como o CarSale (www.carsale.com.br), que reúne autorizadas de 35 marcas em todos os Estados. As vendas concentram-se em carros novos (90%) e em modelos mais baratos, a partir de R$ 10 mil, segundo o presidente da empresa, Pacífico Paoli.

“Tínhamos medo de que ninguém comprasse carros assim”, revela. Com 121 unidades novas vendidas em 15 dias de funcionamento –- o site entrou no ar em junho –-, a previsão é otimista: 2.500 veículos até dezembro. O site cobra R$ 100 pelo serviço prestado na confirmação da compra, que não pode ser cancelada após esse passo. O valor é debitado do total quando o cliente paga o carro. Apesar da comodidade, o consumidor ainda receia comprar carro sem vê-lo antes. O engenheiro João Alfredo Miranda adquiriu um Fiat Brava ELX 1.6 16V pelo CarSale e escolheu a entrega em casa, mas não esperou: “Queria verificar se o carro era o que tinha pedido e fui à revenda para vê-lo”, explica. O engenheiro disse que o processo é rápido, muito cômodo e vantajoso. “O preço foi muito atraente, o que me motivou mais ainda a fechar o negócio.”

O Procon, segundo Guido, recebeu poucas queixas sobre comércio eletrônico desde janeiro de 1999. Foram 21 consultas e cinco reclamações protocoladas. “A maioria resolveu direto com a empresa”, declara.

Compra segura – Para não ser prejudicado ao comprar acessórios ou mesmo um carro pela internet, o consumidor deve tomar alguns cuidados. O Procon de São Paulo elaborou estas sugestões com o objetivo de tornar as compras pela rede mais seguras.

Informe-se sobre o site e se as mercadorias ofertadas são de confiança. Procure saber se a loja é conhecida no mercado.

Exija sempre a nota fiscal. Ela é a “certidão de nascimento” da relação de consumo.

Procure evitar o uso de cartão de crédito, pois as transações por internet ainda não são 100% seguras. A legislação obriga a empresa a aceitar outras formas de pagamento.

No Brasil, compras feitas fora do estabelecimento comercial podem ser canceladas até sete dias depois.

As transações feitas no exterior seguem as leis do país de origem da loja. Portanto, os problemas devem ser resolvidos diretamente com ela.

Verifique o valor do frete e se há taxas adicionais antes de fechar a compra. Quanto mais informação o site prestar, melhor.

Se houver algum problema com o produto, devolva-o especificando o motivo na nota de entrega e entre em contato com a loja.

Dúvidas e reclamações devem ser enviadas para o Procon de seu Estado. O órgão local de proteção do consumidor vai precisar de algum documento que comprove a relação de consumo e o endereço físico da empresa contestada.

Fonte: Procon-SP

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