A terceira geração de dummies está sendo aprimorada nos Estados Unidos.
Esses bonecos, criados para representar seres humanos em colisões de carros em laboratório, estão recebendo, entre outras inovações, sensores para testar os efeitos de componentes de segurança mais recentes, como os air bags laterais, e melhorias para reduzir ferimentos causados pelos air bags dianteiros nos ocupantes do veículo.
Um substituto de seres humanos em simulação de acidentes de carro chega a custar US$ 84 mil
São bonecos caros: os da terceira geração, por menores que sejam (modelo de uma criança de um ano), não custam menos de US$ 30 mil.
Um modelo padrão de adulto, com todos os sensores e demais dispositivos necessários para seu funcionamento, está custando pelo menos US$ 84 mil. No Brasil, com o preço de um dummy adulto é possível comprar até 12 Mille Smart (o carro mais barato do País) ou um BMW 528iA.
Corpos – Valores tão altos têm uma explicação. Os dummies mais recentes incorporam tecnologia de ponta, com componentes eletrônicos sofisticados e materiais caros como elastômeros e alumínio e outros metais nobres.
Os mais modernos são fabricados nos Estados Unidos pela First Technology, empresa que se apresenta como líder do mercado mundial e que no ano passado assumiu o controle de outra grande indústria do setor, a holandesa TNO.
Desde o início dos anos 50 a indústria automobilística mundial faz crash tests para avaliar estragos no veículo e descobrir a que tipo de perigo estão expostos motorista e passageiros durante um acidente.
Por muito tempo, montadoras e universidades estrangeiras usaram bonecos e também cadáveres para estudar os danos causados pelas colisões.
Assim podia-se verificar se os dummies tinham o mesmo comportamento do corpo humano nos crash tests.
Há sete anos, quando essa prática veio a público, a polêmica levantada fez deixar de lado o uso de corpos, substituídos pela eletrônica empregada nos dummies.
No Brasil, esses bonecos só começaram a ser utilizados no início dos anos 70, nos laboratórios da Volkswagen.
Na General Motors, passaram a ser empregados em 1997. São, por enquanto, as duas únicas montadoras a promover crash tests no País.
Biotipo – Os dummies reproduzem peso e estatura de europeus e americanos, que na média são mais pesados e de 4 a 5 centímetros mais altos que os brasileiros.
Mas, segundo Décio Assaf, gerente do Departamento de Engenharia e Segurança da Volkswagen do Brasil, isso não prejudica os resultados obtidos nos testes de colisão feitos no Brasil.
Usar bonecos de um padrão maior, explica ele, significa obter resultados com margem de segurança maior para o motorista brasileiro. O perigo, segundo Assaf, seria usar bonecos com peso e estatura inferiores aos do brasileiro.