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Fabricantes automotivos de todo o planeta passaram a investir no desenvolvimento do projeto, visando reinventar princípios de geração energética para os transportes

Após mais de cem anos de tecnologia de combustão interna, o curso da história automobilística está mudando.

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Os fabricantes de automóveis em todo mundo estão encarando os desafios do desenvolvimento da célula de combustível como oportunidades de reinventar os princípios da geração de energia para os transportes.

O princípio do desenvolvimento da célula de combustível aconteceu em 1839, mas só recentemente tem sido reconhecido como fonte promissora de energia sustentável no século XXI.

Além de ser silenciosa e eficiente, a célula de combustível produz baixíssimos níveis de emissões ou até zero de emissões.

Estudos recentes comprovam que se pelo menos 10% dos carros no mundo fossem movidos por células de combustível, a poluição do ar seria reduzida em 1 milhão de toneladas/ano, sendo cerca de 60 mil toneladas de gás dióxido de carbono seriam eliminadas, reduzindo drasticamente a poluição do ar urbano.

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Conversão-A célula de combustível é um sistema eletroquímico que converte a energia química em energia elétrica. Constitui-se de dois eletrodos (ânodo e cátodo) e entre eles um eletrólito polimérico sólido.

O oxigênio passa sobre o cátodo e o hidrogênio sobre o ânodo, onde eles são transformados quimicamente.

Após a passagem do próton de hidrogênio pela membrana, este se reúne com o derivado do oxigênio para formar água. Os elétrons passam do ânodo por um consumidor elétrico para o cátodo.

Especificamente, as células de combustível combinam eletroquimicamente o oxigênio do ar com hidrogênio para produzir eletricidade.

Há diferentes tipos de células de combustível, mas as de PEM (Membrana de Troca de Prótons) foram as selecionadas para o uso em automóveis.

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Apesar do hidrogênio puro ser o combustível mais adequado, por não gerar emissões de poluentes, apenas vapor e água, o sistema da célula de combustível também pode ser alimentado por outros tipos de combustível que contenham em sua composição o hidrogênio, como metanol, etanol, gás natural e até mesmo a gasolina ou o diesel.

No entanto, para utilização desses combustíveis é necessário que no sistema haja “um reformador de combustível”, que funciona com um catalisador e extrai o hidrogênio do combustível.

O processo de reformação, poderá produzir emissões de gases poluentes, em níveis baixíssimos, que seriam eliminados pelos catalisadores de gases de exaustão, como hoje utilizado em veículos.

As células de combustível também poderiam ser usadas para produzir energia elétrica para uso, por exemplo, em aparelhos como laptops, celulares, satélites para telecomunicações.

Mas, os benefícios para o meio ambiente são os fatores principais para o desenvolvimento das células de combustível, pois reduzirão a geração de gás carbônico, responsável pelo efeito estufa, amenizarão a exploração dos recursos naturais e a dependência de combustíveis fósseis.

Custo de produção-A principal barreira para a comercialização de produtos à base de células de combustível é o custo de produção, hoje, muito elevado devido a sua escala de produção ainda piloto tendo como desafio a industrialização das células de combustível dos laboratórios para as fábricas, através do desenvolvimento e otimização de novas técnicas de produção em larga escala.

A matéria-prima chave é a platina, um metal nobre usado na catálise das reações químicas no interior das células.

O sufoco da tecnologia
A novidade sempre assusta, mas no fim nos acostumamos a ela. Ainda bem.

Antigamente, a gente conseguia sair. Sair de verdade, não estar nem em casa nem no escritório. Mais do que isso, era possível sumir mesmo estando lá.

Bastava desligar o telefone ou dizer à secretária “não estou para ninguém” que você se conseguia se isolar e não receber nenhuma mensagem do mundo externo.

Hoje, mesmo que você faça isso tudo, continua acessível no celular, no bip, no pager, na secretária eletrônica, na caixa postal, no e-mail.

Mesmo que desligue tudo, as mensagens dos outros continuam chegando. E ninguém mais está autorizado, pelos usos e costumes vigentes, a dizer que não abriu o e-mail ou não consultou a secretária eletrônica.

Na verdade, ninguém tem força moral para fazer isso. Ao contrário, enlouquecemos quando o e-mail trava e vamos direto para a secretária eletrônica quando chegamos em casa. E nos frustramos quando não tem recado.

(Um conhecido chegou a colocar a seguinte mensagem em sua secretária: “Por favor, deixe algum recado, mesmo para dizer que foi número errado.”) Em resumo, na frase bem sacada do jornalistas Thomas Friedman, do jornal The New York Times, “você nunca mais está fora.”

E daí, isso é bom ou é ruim?

Esse foi um dos temas do último Fórum Econômico Mundial. Sim, aquele mesmo de Davos, na Suíça, mais conhecido como o templo da globalização.

A tecnologia da informação é, ao mesmo tempo, resultado e instrumento da globalização, de modo que o debate ali cabia perfeitamente.

Claro que o assunto não era exatamente isso de “estar fora”. O tema oficial era saber como funcionarão as empresas no século 21.

Quando se pergunta isso a um executivo up-to-date, a resposta vem óbvia: quem não estiver ligado na rede está fora; quem não estiver funcionando o tempo todo, prospectando o mercado da Coréia quando o pessoal no Brasil está dormindo, não vai sobreviver à competição.

Só isso?

Interessante que uma palavra de desconfiança veio de um representante da melhor tecnologia da informação, o presidente da Sony americana, Howard Stringer.

Desabafou ele: “Ninguém aqui desconfia que isso parece a visão do inferno? Enquanto estamos todos competindo ou morrendo, quando haverá tempo para sexo, música ou livros?” E arrematou com um clássico: “Parem o mundo que eu quero descer.”

Eis aí, parece que a gente está acostumada com essa parafernália, mas lá no fundo da alma se encontra um certo desconforto.

A ciência e a tecnologia estão avançando depressa demais, pulando etapas, de modo que a gente nem aprendeu direito o que é genoma e já dizem que o negócio agora está nas proteínas.

Ou como reagiu o mesmo Thomas Friedman, quando lhe disseram que, dentro de poucos anos, com o avanço da tecnologia sem fio, do seu carro você vai poder programar o fogão para que a comida esteja prontinha na hora em que você chega; de um celular/computador você poderá programar a temperatura dos lençóis enquanto termina de ver o filme na TV; ou programar a torradeira e a temperatura do suco de laranja enquanto termina de fazer a barba… “Mas eu ainda não aprendi a programar meu videocassete”, protestou Friedman.

O jornalista não é um inimigo da globalização. Ao contrário, tem um belo livro, O Lexus e a Oliveira, que demonstra como a globalização se impôs e seus resultados, feito o balanço dos prós e contra, são claramente positivos para a Humanidade.

A perplexidade que ele relata tem mais que ver com o modo de lidar com a coisa. É preciso dar um tempo, pois senão o objetivo das pessoas e das empresas acaba sendo apenas adaptar-se às novas tecnologias.

Perceberam a inversão?

A tecnologia deve servir para que façamos as coisas da vida econômica – produzir, distribuir, consumir – de modo mais eficiente. Ou seja, fazer mais, melhor, em menos tempo, com menos trabalho penoso, pois assim sobra mais tempo para o sexo, a música, os livros, aliás, mais acessíveis e melhores graças à mesma tecnologia.

Se, de repente, estamos todos aflitos por entrar na última onda, aprender a lidar com o último celular/computador, na verdade estamos criando mais um problema.

Essa é a inquietação manifestada pelo presidente da Sony.

É diferente da desconfiança e do medo, que levam à rejeição do novo.

Descobertas científicas, novidades tecnológicas sempre assustaram os homens e as mulheres. No final, a maioria sempre vence o medo e vai em frente. Mas antes há espaço para muita contestação.

Há exemplos hoje: a reação aos alimentos transgênicos ou a tese segundo a qual o uso do telefone celular dá câncer no cérebro. Ou a tentativa de impedir a pesquisa da clonagem de seres humanos.

Daqui a algum tempo, isso será lembrado como atitude tão esdrúxula quanto a das pessoas que quebravam balanças para tentar impedir os novos sistemas de medidas.

Mesmo a clonagem de seres humanos vai avançar, não para que se criem super-homens – a ética e a lei impedirão isso -, mas para que seja possível clonar órgãos e, assim, substituir um fígado doente por outro novinho em folha, da mesma pessoa. Essa possibilidade, uma vez posta, torna a pesquisa irresistível.

Ainda bem que é assim, que a Humanidade ousa avançar. Não são todos que avançam juntos. A China, por exemplo, no século 15, conhecia mais ciência e mais tecnologia do que os países ocidentais. Um regime social fechado, com barreiras intransponíveis entre as classes, bloqueou o saber, ao impedir que seus frutos se espalhassem pelo país e pelo conjunto da população. A ciência era apenas diletantismo dos nobres, os objetos tecnológicos inventados, brinquedos de rico.

O Ocidente chegou mais tarde ao saber, mas o regime social e econômico garantiu que fosse absorvido, capitalizado e distribuído. Sempre havia alguém que acreditava na coisa e ia em frente.

Um banqueiro chegou a dizer a Henry Ford, quando este pedia financiamento para a fábrica de automóveis: “Isso aí é um modismo, os cavalos estão aí para ficar.”

Mas hoje estamos de carro, assim como logo estaremos comendo só transgênicos e sendo clonados. A propósito: já abriu seu e-mail hoje?

Carlos Alberto Sardenverg é jornalista (www.sardenberg.com.br)

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