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Como envenenar um automóvel

O que os automóveis compactos usados em competições têm em comum com os urbanos? A carroceria. No mais, a originalidade fica por conta dos preparadores, responsáveis por “envenenar” os carros.

A transformação de automóveis só é permitida por lei para veículos de corrida. Embora alguns Detrans, como o de São Paulo, permitam a legalização de carros modificados, mediante laudo técnico de oficinas credenciadas pelo órgão e do Inmetro, comprovando que as mudanças não comprometem a segurança do veículo. Em Pernambuco, as alterações de motor e de suspensão em carros de rua são proibidas.

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Para os que apreciam um ‘carrinho nervoso’ (mesmo não podendo ter um), vamos mostrar como é feito o preparo em um carro de competição.

Antes de mexer no motor, o automóvel passa por mudanças internas radicais. É totalmente “depenado”.

A retirada dos bancos e painel, segundo Carlos Alberto Monteiro, da Federação Pernambucana de Automobilismo, é necessária para diminuir o peso do automóvel, evitar risco de incêndio, além de deixá-lo com 850 quilos.

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O habitáculo (interior) é protegido por barras de ferro (santantônio) na parte traseira e laterais das portas.

O volante é substituído por outro de menor diâmetro, o banco do motorista ganha um assento duro, com cinto de cinco pontas.

Por fora, os pneus de 175/65 são substituídos pelos largões 205/50 e o escape é dimensionado para permitir o aumento de 10% de rendimento do motor – o diâmetro do tubo de escapamento é uma vez e meia o do original.

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FORÇA – A “pérola” está debaixo do capô. O motor de 1.6 de 16 válvulas ganha potência de um 2.0.

O propulsor passa de 106 cv para 163cv. Em ação, ele supera a velocidade de 188 km/h, chegando a marca dos 240 km/h.

Para isso, explica Monteiro, é feita a substituição dos comandos de válvula e de admissão, por outros, específicos de competição. O cabeçote é rebaixado para obter maior taxa de compressão.

Para permitir mais força ao motor, os pistões são trocados por um de diâmetro maior.

“É feito um trabalho de equalização de peso e balanceamento dinâmico para que o motor não sofra vibrações e perda de potência”, ressalta o diretor da Federação Pernambucana de Automobilismo.

Para melhorar a lubrificação do motor e o sistema de arrefecimento, é feita a troca da bomba de óleo por outra de pressão superior. Completando as alterações, o sistema de injeção eletrônica tem que ser reprogramado.

“As curvas de avanço e de tempo da injeção são alteradas para melhorar o fluxo de combustível nas câmaras de combustão, tornando a mistura mais apropriada e aumentando a potência do veículo”, ensina Carlos Alberto Monteiro.

Há ainda, a necessidade de retirada do elemento filtrante do filtro de ar para melhorar a aspiração do motor. Os bicos injetores e o corpo de borboleta são os originais.

Por fim, a geometria da suspensão traseira e dianteira (cárter, câmber) é modificada, bem como os amortecedores e molas – trocados por outro de maior pressão para evitar o movimento e permitir mais estabilidade.

O custo para “apimentar” o Palio 1.6 é de R$ 6 mil. Vale a pena para quem gosta de versões bravas e esportivas. Mas, em termos de consumo, o Palio 1.6 transformado bebe muito. Faz 3,5 em com um litro de gasolina.

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