O usuário de veículo deve ter sempre em mente o ditado que diz que é muito melhor perder um minuto na vida do que perder a vida em um minuto.
Este argumento tem sido a mensagem principal da engenharia automotiva para conscientizar o motorista brasileiro sobre a necessidade e as vantagens garantidas pelos equipamentos de segurança veicular, como o cinto de segurança.
No Brasil, em 1987 (quando o uso do cinto não era obrigatório), mais de 50 mil pessoas morreram em acidentes e aproximadamente 357 mil ficaram feridas.
O índice de uso do cinto era de cerca de 5%. No mesmo período, na Alemanha, 53% dos ocupantes de veículos utilizavam o cinto mesmo antes da sua obrigatoriedade, e cerca de 95% depois.
Essa mudança de conscientização dos alemães ocasionou, em acidentes registrados no perímetro urbano, 40% menos mortes, 31% menos feridos graves e 12% menos feridos leves.
A engenharia automotiva normalmente utiliza a “lei das equivalências de impactos” para exemplificar as diferentes condições em que as colisões podem ocorrer e suas conseqüências.
Em um impacto, o ocupante do veículo é apenas um objeto desamparado das forças que atuam sobre ele. O pensamento de que o motorista ou passageiro possam se segurar em caso de colisão é um equívoco fatal.
Resultados de testes de impactos desenvolvidos pelas montadoras brasileiras apontam para situações jamais imaginadas pelo usuário.
Apoiar-se no volante, por exemplo, surte algum efeito positivo somente até a velocidade de 10 km/h. Mesmo assim é preciso que a pessoa esteja preparada para o impacto.
Um outro exemplo de equivalência que impressiona indica que uma colisão a 50 km/h corresponde a um impacto em queda livre de 10 metros de altura – ou do 4º andar de um prédio.
Outros fatos obtidos por meio dos resultados de testes de impacto comprovam a importância do cinto de segurança. Em cinco diferentes situações de acidentes, as conseqüências podem ser as mesmas.
O que importa não é necessariamente a velocidade, mas como ocorre a colisão. Por isso, o cinto é tão ou mais importante de ser usado na cidade do que na estrada, já que mortes acontecem mesmo à velocidade de apenas 30 km/h.
Os testes de equivalência de choques revelam que as conseqüências são as mesmas nas seguintes situações:
Um veículo colidir com uma barreira indeformável (muro rígido) a 50 km/hora;
Um veículo a 160 km/h colidir com a traseira de outro que esteja a 60 km/h;
Um veículo a uma velocidade de 100 km/h colidir com um outro parado;
Um veículo a 50 km/hora colidir com um outro veículo que também esteja trafegando a 50 km/h;
Um veículo a 60 km/h colidir com a traseira de um ônibus que esteja parado.