A indústria automobilística utiliza cada vez mais a eletrônica para substituir sistemas mecânicos.
Acelerador, sistema de freios, embreagem e velocímetro aos poucos vão perdendo seus cabos e mangueiras, que dão lugar a sensores e comandos eletrônicos, mais eficientes e precisos
A grande maioria dos carros brasileiros ainda utiliza cabos e mangueiras para fazer funcionar sistemas de embreagem, freio e acelerador.
Muitas pessoas já devem ter passado pela desagradável experiência de ter uma viagem interrompida por um desses cabos arrebentados.
No caso dos cabos de embreagem e acelerador ainda é possível improvisar, fazendo uma emenda, ou no popular, uma gambiarra.
Tem gente que já fez emenda do cabo do acelerador de uma VW Kombi, utilizando um osso de galinha e, dessa forma, conseguiu prosseguir viagem.
Mas nos últimos anos a indústria automobilística evoluiu muito tecnologicamente e alguns desses sistemas que funcionam por meio de cabo estão sendo modificados.
É a eletrônica com seus sensores e centrais, que em alguns casos está disponível nos chamados modelos “populares”. Outros sistemas mais sofisticados são encontrados apenas em automóveis de luxo.
Um dos exemplos de cabo que deu lugar à eletrônica é o sistema do acelerador Drive-by-wire, da Fiat, que também já pode ser encontrado em modelos de outras marcas (Mercedes Classe A e algumas versões de Gol e Golf).
Nesse caso, quando o motorista pisa no acelerador, uma mensagem é enviada para a central.
Lá, acontece um confronto de informações e, então, um motor elétrico é acionado, definindo a abertura da borboleta que libera a passagem de ar que vai se misturar ao combustível, fazendo o motor subir de rotações.
A Mercedes-Benz já foi mais longe.
Apresentou no Salão de Frankfurt os modelos SL 500 e SL 55 AMG, que contam com um inovador sistema de freios eletrohidráulico, denominado Sensotronic Brake Control (SBC) (controle eletrônico de freios por sensores).
Ele utiliza um sofisticado conjunto de sensores, que auxiliam o tradicional sistema hidráulico. Ao detectar uma situação de emergência ou uma desaceleração brusca, o sistema aproxima as pastilhas do disco de freio, garantindo maior eficiência quando o motorista pisar no pedal. Além disso, o sistema permite uma distribuição variável da força de frenagem, garantindo maior segurança.
A BMW também trás inovações nessa área ao incorporar no seu motor 2.0 litros o sistema Valvetronic. Ele substitui as borboletas do sistema de injeção por válvulas eletrônicas, que respondem a comando de sensores. A eletrônica substituiu os cabos também na embreagem.
Mercedes-Benz e Fiat desenvolveram a embreagem automática, que dispensa o uso do pedal. Um sensor instalado no câmbio manda informações para a transmissão, possibilitando a troca de marchas.
Os velocímetros eletrônicos também já não utilizam cabos e já existem protótipos de carros que comprovam que o fim desses arcaicos componentes está próximo.