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Mistura de combustíveis: quando o barato sai caro

Distribuidoras alertam sobre o prejuízo causado pelos chips e rabos de galo

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Pernambuco é o campeão brasileiro de falsificação de combustíveis. O percentual impressiona: 20,3% dos postos vendem gasolina adulterada.

Quem tem carro à álcool deve se preocupar ainda mais, afinal 31,3% dos revendedores adicionam água ao produto.

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Os números são oficiais da ANP, Agência Nacional de Petróleo, que junto com as distribuidoras, passaram a investir pesado nos últimos anos, para tentar reverter este quadro.

A ANP intensificou a fiscalização e as distribuidoras gastaram milhões de reais para ter um controle de qualidade mais rigoroso. Tanto que qualidade de gasolina virou peça de marketing para as empresas, na tentativa de ganhar o consumidor.

O fechamento do cerco, no entanto, não impede que muita gente continue dirigindo com misturas que não fazem nada bem ao carro.

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Atualmente os motoristas mais desinformados podem cair em duas novas armadilhas: a troca do chip original da injeção de combustível, por outro que converte a gasolina em álcool; e o rabo-de-galo, que consiste em misturar álcool e gasolina direto no tanque.

A troca do chip original custa, em média, R$ 250 e permite que o motorista encha 80% do tanque com álcool e o restante com gasolina.

O problema é que este procedimento é clandestino, sem autorização da Anfavea -Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotivos.

Como é uma prática ilegal, que não obedece a nenhum padrão de qualidade, as oficinas que realizam o serviço não oferecem garantia para os defeitos que podem surgir.

Um carro à gasolina tem o motor produzido com componentes metálicos e não está preparado para entrar em contato com a água. O álcool hidratado contém 7,4% de água. A gasolina tem 25% de sua composição à base de álcool anidro.

Prejuízo – Com esta mistura o que acontece dentro do veículo é a separação química, entre álcool e gasolina.

“Como é mais pesada a gasolina vai para o fundo do tanque”, explica o assessor técnico da Ipiranga, Marcelo Gonçalves. Este efeito reduz a potência do motor, que para continuar tendo o desempenho previsto é maisexigido e consome mais.

Já o rabo-de-galo é uma mistura, em partes iguais, entre álcool e gasolina, direto no tanque. Uma improvisação também completamente estranha ao motor do carro.

Como ele é feito na hora, e a pedido do próprio dono do veículo, é impossível de proibir, ou controlar.

Tanto o rabo de galo, quanto a utilização do chip, comprometem o sistema de injeção e a bomba de gasolina, causando prejuízos bem altos aos proprietários. Num carro popular, por exemplo, o motorista pode ter que desembolsar até mil reais, num caso de troca das peças danificadas.

Os problemas causados pelo combustível híbrido, no entanto, não acabam por aí: as partes metálicas do sistema de alimentação sofrem com a corrosão e os bicos injetores se desgastam mais depressa.

O tempo de vida útil do motor pode ser reduzido em 90%, pois a retifica, que é feita a cada 100 mil quilômetros, precisa ser feita a cada 10 mil”, diz o gerente de vendas de varejo Nordeste da Shell, Mário Reis.

Reis admite que o melhor remédio é trabalhar para conscientizar o consumidor, alertando que a esse tipo de economia pode virar um grande prejuízo. “Depois vai gastar muito com manutenção”, avisa.

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