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Clonagem de carros é uma prática cada vez mais comum nas grandes cidades

Você estaciona seu carro na rua e, quando volta para pegá-lo, ele está sem as placas.

O que parece um ato de vandalismo pode ser, na verdade, uma grande dor de cabeça mais tarde.

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Segundo dados da Delegacia de Furtos e Roubos de Veículos de Curitiba, somente de fevereiro até maio, foram registrados dezesseis boletins de ocorrência, relatando desde o roubo de placas até o recebimento de multas não reconhecidas pelos proprietários multados, indício de que provavelmente o carro foi clonado.

“Existem várias formas de clonar um veículo”, revela Marcos Paulo de Souza, diretor comercial da Assim Brasil – Assessoria Integrada de Mercado Automotivo.

“Uma delas é com a troca de placas do veículo que se deseja disfarçar por outras de um veículo semelhante, geralmente pesquisado em estacionamentos, revendas de veículos ou mesmo através de anúncios de venda e confeccionando placas em fábricas clandestinas.

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Isso é feito quando o falsário quer evitar as multas por radares, mas é uma prática arriscada mesmo para ele pois, se parado numa blitz, seus documentos de porte obrigatório do veículo não trarão a informação de acordo com a placa clonada”, explica.

Uma outra forma é com a falsificação de documentos.

Os falsários roubam documentos originais do Detran, por exemplo, e preenchem o formulário com os dados de um veículo roubado, trocando apenas a informação da identificação de placa, tanto no documento, quanto no próprio carro.

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“Assim, quando parado numa blitz, o motorista do veículo clonado dificilmente terá problemas, uma vez que as autoridades costumam verificar apenas se as placas coincidem com o documento”, esclarece o diretor da Assim Brasil.

O delegado da Delegacia de Furtos e Roubos de Veículos de Curitiba, Hamilton Cordeiro da Paz Júnior, explica que a clonagem de veículos acontece porque o controle da fraude é muito difícil, uma vez que muitos dos proprietários nem ficam sabendo que seu carro foi clonado e, consequentemente, não registram queixas.

“Quando eles descobrem, e se descobrem, já é tarde demais”, diz.”O veículo já foi multado, ou já se envolveu em um assalto ou atropelamento, e o proprietário real terá que provar que aquele não era o seu carro e sim um clone. O Paraná tem 2.748.929 veículos. Só na capital, são 765.945. Existem 120 estabelecimentos autorizados a produzir placas no estado, mas nada impede que uma estamparia de fundo de quintal faça uma placa igual a de um carro real para ser colocada num carro clonado.Tudo é passível de fraude. Por isso não se pode culpar nem o Detran, nem a polícia”.

Um vez feito o B.O., a placa do veículo, supostamente clonado, é colocada no sistema de computador da polícia, que é acessado por todas as polícias do país.

Se o veículo é localizado ele é parado e identificado. Trabalho que tem tido resultados positivos, segundo a delegacia.

Para evitar problemas como esses, a Assim Brasil dá algumas dicas para aquelas pessoas que desconfiarem que tiveram o carro clonado:

1 – Verificar as informações do próprio veículo – número do chassi, número do motor, número da carroceria – para se assegurar de que o carro está regularizado;

2 –Notificar a Delegacia de Furtos e Roubos de Veículos sobre a suspeita, levando evidências ou provas que justifiquem a desconfiança – multas estranhas, não recebimento do licenciamento anual após o pagamento do IPVA e do Seguro Obrigatório;

3 – Deixar o automóvel sob suspeita parado – se possível – em lugar onde possa ser provado que o veículo não trafegou durante o período de investigação (estacionamentos pagos, pátio da delegacia, concessionárias);

4– Solicitar junto ao Detran a mudança de placas do automóvel, se a clonagem realmente for comprovada, conforme especificações do órgão fiscalizador.

Outras dicas importantes também ajudam quem pretende comprar um carro e quer a garantia de que ele não foi clonado:

1 –Pedir para ver o DUT (Documento Único de Transferência) e conferir os dados com o CRLV (Documento de Porte Obrigatório) – as informações nos dois devem ser iguais;

2- Fazer consultas em empresas especializadas, através das placas do veículo, verificando se as informações contidas nos documentos são as mesmas do Detran – os documentos podem ser falsos e o site de serviços da autarquia não fornece essas informações;

3 –Verificar o número do chassi, que funciona como uma identidade do veículo.

“O número do chassi deve conter 17 dígitos, entre letras e números”, explica Marcos Paulo.

“Os três primeiros identificam o fabricante e o país onde o carro foi fabricado.Os seis seguintes, as características do veículo, como o modelo, motorização e acessórios. O décimo, uma letra, identifica o ano de fabricação. E do décimo primeiro ao décimo sétimo, revelam o número de série do chassi do veículo, podendo apresentar outras características, tais como mês de fabricação, conforme cada fabricante”.

Assim, no chassi 9BD146000R0202020, a fração 9BD diz que o carro foi fabricado na América do Sul/Brasil pela Fiat Automóveis.

O número 146, que ele é um Uno (até 1998) ou uma Elba/Prêmio Pickup (até 1995), os dígitos 000 seguintes são um complemento da identificação do veículo que, por não apresentar características declaráveis, não possuem um significado e foram colocados pela fábrica para completar o número de dígitos necessários para o código ficar completo.

A letra R, que ele foi fabricado em 1994. E a parte final 0202020 é o número de identificação do veículo.

Cada montadora possui uma codificação própria, sendo necessário um trabalho especializado para identificar corretamente cada veículo. O exemplo, fictício, é o de um carro nacional.

“O processo de decodificação desses dígitos pode ajudar o consumidor a não adquirir um veículo fraudado ou clonado”, alerta o diretor comercial da Assim Brasil. “São medidas preventivas que podem evitar aborrecimentos futuros”, finaliza.

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