BICOMBUSTÍVEL – O dispositivo que permite ao modelo usar álcool ou gasolina misturados no tanque é de série e equipará todas as versões 1.8 do Corsa
A primeira montadora a lançar um carro com motor bi-combustível foi a Volkswagen. Em março, ela apresentou o Gol Total Flex com motor 1.6 de 8 válvulas.
A Ford, em maio de 2002, durante o lançamento do Novo Fiesta, mostrou um modelo equipado com motor Zetec RoCam 1.6 Flex Fluel, com base no motor a álcool – o lançamento está previsto para o ano que vem.
Em maio passado, a Fiat mostrou o Palio 1.3 Flex Fuel e está esperando a virada do ano para lançar oficialmente seu carro bicombustível.
Agora chegou a vez de a Chevrolet lançar seu carro bicombustível. À venda desde o final de junho, o Corsa 1.8 Flex Power foi avaliado pelo Correio Veículos numa viagem da capital paulista à cidade de Ribeirão Preto, num percurso de 330 quilômetros, onde foram utilizadas três combinações de combustível no tanque.
Nos primeiros 100 km utilizamos álcool e o torque do combustível verde, principalmente durante as ultrapassagens, deu um empurrãozinho a mais.
Abastecemos com gasolina e a mistura do tanque passou a ser 50% álcool e 50% gasolina. Lembrando que a gasolina tem entre 22% e 26% de álcool, isso fez com que o torque do hatchback caísse um pouco.
Nos últimos 130 quilômetros abastecemos somente com gasolina e foi observado que o funcionamento do motor Flex Power permaneceu inalterado, graças ao sistema eletrônico Multifuel, desenvolvido pela Delphi, em parceria com a Powertrain.
A nova motorização do Corsa Flex Power é baseada na família I, com 1.8 litro. A potência máxima varia de 109 cavalos com o uso exclusivo do álcool a 105 cavalos com gasolina.
Para funcionar com os dois combustíveis simultaneamente, algumas mudanças foram feitas.
A principal alteração foi a taxa de compressão, que no motor a gasolina é de 9,4:1 e no álcool de 12,6:1, no Flex Power ficou 10,5:1. O funcionamento é simples: basta abastecer com gasolina, álcool ou a mistura dos dois, no mesmo tanque e em qualquer proporção.
A bóia do tanque identifica que o seu conteúdo foi alterado e o módulo central eletrônico (ECM) entra em funcionamento.
Durante a queima da nova mistura, um sinal do sensor de oxigênio (sonda lambda) é enviado para o ECM, que determina qual é a nova mistura de combustível existente no tanque.
Com isso a quantidade e o tempo de injeção de combustível são acertados instantaneamente.
“O maior desafio para a engenharia de motores foi desenvolver uma tecnologia que proporcionasse ao usuário a flexibilidade de escolha”, destaca Vicente Lourenço, diretor de engenharia de motores da Powertrain.
Se o desempenho é ligeiramente inferior com o uso da gasolina, nos números de consumo as posições se invertem.
Segundo a fábrica, utilizando apenas gasolina, o Corsa 1.8 Flex Power faz 11 km/l na cidade e 16,3 km/l na estrada. Quando abastecido com álcool, o consumo cai para 7,6 km/l na cidade e 11 km/l na estrada.
“Oficializamos o rabo-de-galo”, brincou o vice-presidente da montadora, José Carlos Pinheiro Neto, que é feito por motoristas, enchendo o tanque do carro com gasolina e álcool meio a meio.
Capricho no visual
A Chevrolet coloca à disposição do consumidor mais de 50 opcionais para a personalização do Corsa 1.8 Flex Power e tanto o modelo hatchback, como o sedan podem receber os acessórios que vão desde o módulo de som que vem com rádio e CD player conjugados e inibe a possibilidade de furto, até cadeira de segurança para criança.
O novo Corsa hatchback 4 portas, modelo 2004, versão básica sai por R$ 27.525,00 e sedan R$ 29.770,00. Com todos os opcionais, o carro ultrapassa os R$ 42 mil.
Vale lembrar que o sistema bicombustível equipará toda a linha Corsa 1.8, incluindo a nova picape, derivado do modelo, que está no forno, pronta para ser lançada e virá com uma versão cabine estendida para brigar com a Fiat Strada.
Caderno Veículos – Correio do Estado – MS