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Chega ao final a linha de produção do Fusca

Fim da produção do Fusca encerra a trajetória de 70 anos do carro mais popular da história

Durante muitos anos, uma velha e machista piada brasileira dizia que todo indivíduo um dia na vida teve ou teria uma mulher feia e um Fusca.

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Pelo menos a segunda parte desta “afirmação” não se pode ser considerada exagero.

As gerações atuais não devem conhecer bem o modelo, mas o Fusca fez parte do cotidiano nacional entre as décadas de 1950 e 1990.

Durante anos, foi sinônimo de um carro legitimamente popular – só no mercado brasileiro somou 3 milhões de unidades comercializadas.

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Fabricado por aqui até 1986, com um curto “revival” na década de 90, o Fusca só tinha como único refúgio no mundo: o México.

Mas a Volkswagen acaba de anunciar o fim da produção do carrinho até o término do ano, em função de uma forte queda nas vendas por lá.

O golpe de misericórdia foi a nova legislação mexicana, que obriga aos táxis a terem quatro portas. Foi o encerramento lacônico de uma longa trajetória de sucesso.

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A história toda começou na Alemanha, mais especificamente em Stuttgart. O ano era 1932 e Ferdinand Porsche esboçou pela primeira vez aquele que seria um carro marcante na história da indústria automobilística mundial.

Na verdade, Porsche estava desenvolvendo um carro popular a pedido de Adolf Hitler, numa época em que imperavam carros de luxo.

O primeiro protótipo do modelo surgiria apenas quatro anos mais tarde, sob a alcunha de Volksauto VW-3 e equipado com um motor dois cilindros refrigerado a ar.

O péssimo desempenho nos testes fez com que fosse adotado um propulsor traseiro, também refrigerado a ar, só que com quatro cilindros opostos dois a dois – chamado de “boxer”.

Podia-se dizer, sem problemas, que o Fusca era um carro ousado, já que naquela época os automóveis tinham motores refrigerados a água e suspensão geralmente em feixe de molas.

O modelo da Volks, agora com o estranho nome de Kdf-Wagen, saía com suspensão dianteira independente e barras de torção.

A fábrica que iria abrigar a produção do Fusca foi inaugurada em 39, ano do início da Segunda Guerra Mundial, e o modelo acabou sendo adaptado para uso militar, nascendo versões de carros anfíbios e de jipes.

Com a fábrica praticamente destruída pelos aliados, a produção do Fusca só foi retomada em 46.

Beetle

A partir daí, começou a ascensão do modelo e a produção atingiu 46 mil unidades na Alemanha.

Em 1949, o Fusca debutou nos Estados Unidos e depois recebeu o apelido de beetle – besouro em inglês.

Mas o início na terra do Tio Sam foi difícil e apenas três unidades do carro foram comercializadas. No Brasil, porém, a história foi diferente.

As 30 unidades do primeiro lote importado para cá foram rapidamente vendidas, com o pomposo nome de Volkswagen Sedã 1.200 e motor de 26 cv. Na época, o modelo não tinha quebra-vento e vinha com o vidro traseiro bipartido.

Três anos mais tarde, mais precisamente em 23 de março de 1953, a Volks começou a montar – no que seria uma espécie de sistema CKD da época – o Fusca em um pequeno armazém no bairro paulistano do Ipiranga. O modelo já com quebra-vento e vidro traseiro inteiriço.

Em 57, a montadora inaugurou a fábrica de São Bernardo do Campo. Em 58, com a presença do presidente bossa-nova Juscelino Kubitscheck, inaugurou a linha do Fusca nacional, que chegou às lojas em 3 de janeiro de 59.

O carro, desde então, passou por diversas modificações. Em 67, o modelo ganhou motor 1.3 e, no ano seguinte, o carro adotou um sistema elétrico de 12 volts em substituição ao de 6 volts.

O apelido Fuscão chegou quando o carro recebeu um motor 1.5 de 52 cv e alavanca de câmbio mais curta. Por fora, o veículo ganhou entradas de ar no capô e novas lanternas.

Antes do fim da produção, em 1986, o carro ainda seria equipado com um motor 1.6 de 65 cv, ganharia as famosas lanternas “Fafá”, além de pistões e cilindros redesenhados. Tudo para manter acesa a legião de fãs do “besouro”.

Legião que, em 1994, contava até com a apreciação do então Presidente Itamar Franco, que solicitou à Volks que retomasse a produção.

O “remake” do Fusca durou dois anos, rendeu 40 mil unidades e mais lamentações saudosistas pela segunda despedida carrinho.

Volkswagen encerra a produção do Fusca e traz 15 unidades da “Última Edición” para o Brasil

No dia 30 de julho de 2003, exatamente às 9h05 no horário local (12h05 em Brasília), a linha de montagem da Volkswagen em Puebla, no México, encerrou a produção do último exemplar da série exclusiva “Última Edición”, que marca a despedida do Fusca.

Trata-se da unidade nº 21.529.464 de um dos maiores mitos da indústria automobilística mundial em todos os tempos, manufaturado em mais de 20 países durante quase 70 anos.

Para celebrar o acontecimento, a Volkswagen vai atender um número muito pequeno de colecionadores e fãs brasileiros com a importação de apenas 15 unidades da série exclusiva (composta por 3 mil unidades).

O carro, exclusivamente na cor Bege Lunar, será comercializado pelo sistema de venda direta pela Internet. Cada unidade vai custar U$ 13,5 mil.

O último Fusca

A série exclusiva apresenta o Fusca em suas características mais marcantes. O design é clássico, com destaque para os frisos cromados.

A cor Bege Lunar realça as formas únicas e remete à fase áurea do modelo. Os bancos revestidos em tecido preto são a expressão do conforto Volkswagen.

O motor, 1.6 de 4 cilindros, é o mesmo que fez do Fusca um símbolo de eficiência e resistência em sua categoria em todos os tempos.

A síntese da história do modelo — criado por Ferdinand Porsche e lançado comercialmente em 1945 — está representada na manopla de abertura do capô dianteiro, onde se encontra o emblema de Wolfsburg, numa homenagem à cidade-sede da fábrica matriz da Volkswagen que o projetou para o mundo.

Entre os itens de série, o Fusca “Última Edición” possui componentes e equipamentos como alarme sonoro e visual, antena, calotas parciais cromadas, carpete no assoalho, cintos dianteiros de 3 pontos, cintos traseiros subabdominais, detalhes no painel na cor do veículo, emblema “Última Edición” no porta-luvas, faróis halógenos, faróis e lanternas com molduras cromadas, friso cromado nos estribos laterais, frisos cromados nas laterais, imobilizador, limpador de pára-brisa de duas velocidades, material anti-ruído, pára-choques cromados, ponteira cromada do escapamento, porta-mapas na lateral da porta do lado esquerdo, rádio CD Player com 4 alto-falantes e retrovisores externos cromados.

O último Fusca produzido no mundo — na cor Azul Aquarius — foi saudado com flores e música típica do México pelos trabalhadores da fábrica de Puebla.

O modelo seguirá para a Alemanha, onde será incorporado ao Museu da Volkswagen.

Instantâneas

– Desde o início da fabricação, o Fusca já teve mais de 21 milhões de unidades produzidas em todo o mundo.

– O modelo anfíbio fabricado pela Volkswagen para o “esforço de guerra” da Alemanha nazista se chamava Schwimmwagen – “carro nadador” – e atualmente há três exemplares desta versão do Fusca – uma no Brasil.

– A linha de montagem dos primeiros Fuscas no início da década de 50 no Brasil tinha 12 empregados.

– O carrinho já foi até protagonista de filme. Em 1969, os estúdios Walt Disney produziram “Herbie – Se Meu Fusca Falasse”, onde o carro da Volks tem vida própria.

– No Brasil, um modelo dourado do Fusca era o meio de transporte do atrapalhado Mário Fofoca, interpretado por Luiz Gustavo na novela global “Elas por Elas”, de 1983.

Depois, o personagem até ganhou um seriado de vida curta, onde continuava pilotando o Fusquinha dourado.

– O ano de 1974 foi o melhor da história do Fusca no país. Naquele ano, 239.393 unidades do carro deixaram a linha de montagem em São Bernardo do Campo.

Nunca mais o Fusca alcançou tamanha escala de produção no país até sua despedida.

– As últimas 1.500 unidades fabricadas do Fusca nacional, em 1996, receberam a versão Ouro, que trazia estofamento especial, desembaçador traseiro, faróis de neblina, painel com fundo branco e vidros verdes.

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