Polícia Federal faz operação especial para combater máfia de distribuidoras que misturam querosene, álcool anidro e muito solvente aos combustíveis
Quem tem carro, que cuide do seu motor… É cada vez mais comum a gasolina adulterada. As misturas são tão inusitadas, que às vezes gasolina mesmo nem entra na receita.
Para combater a máfia que adultera combustíveis em todo o Brasil, policiais federais começaram uma operação em Minas Gerais e no Rio de Janeiro,
Os agentes da Polícia Federal foram para a rua com dezenas de mandados de busca e apreensão e de prisão. O destino: pequenas distribuidoras no interior do Rio e de Minas Gerais, acusadas de adulteração de combustíveis e sonegação fiscal.
Um dos envolvidos no esquema diz que a gasolina adulterada é, na verdade, uma mistura de querosene, álcool anidro e muito solvente.
Em Duque de caxias, na Baixada Fluminense, os agentes federais pularam o portão de uma empresa, que estava fechada. Mas nada encontraram. Em outras empresas, foram apreendidos documentos, computadores e notas fiscais.
O alvo principal da operação foi a Petrominas, de Três Corações, em Minas Gerais. Dirigida por Marcelo Junqueira Maciel Dias, a empresa, segundo a polícia, seria a maior distribuidora de solvente para Bahia, Rio de Janeiro, São Paulo e Paraná.
A Polícia Federal já sabe que a Petrominas também tem negócios com a Rede West, de Luciano Farah.
O mandante da morte do promotor Francisco José Lins do Rego, que investigava a máfia dos combustíveis em Belo Horizonte.
Junqueira Dias não foi encontrado e é considerado foragido. Outros dois diretores de distribuidoras que funcionam na Baixada Fluminense foram presos e trazidos para a superintendência da Polícia Federal.
Flávio Pagani e Luiz Antônio de Andrade vão ter que explicar onde foram parar quase 17 milhões de litros de solvente, comprados entre julho de 2000 e janeiro de 2001.
“Esse mercado é o mercado que se encontra totalmente à margem da lei. Hoje o consumidor não encontra segurança para abastecer o seu veiculo, é uma série de postos, uma série de postos envolvidos nessa questão. E eu acho que a partir da agora, junto com a ANP, a gente vai começar um combate efetivo a essa modalidade criminosa”, aponta Hélio Christian, delegado.
A polícia já descobriu que a Petrominas, a distribuidora de solvente mostrada na reportagem, tinha negócios com a rede de postos de gasolina West, de Minas Gerais.
Um dos sócios dessa rede está preso em Belo Horizonte, acusado de mandar matar o promotor que investigava a máfia dos combustíveis no estado.