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Tire suas dúvidas sobre aditivos

A manutenção preventiva do veículo ainda é um tabu para muitos motoristas. Na maioria das vezes, isso acontece por falta de conhecimento técnico sobre mecânica mas, ainda assim, não justifica deixar de lado certos cuidados com o carro e enfrentar prejuízos mais tarde.

O primeiro conselho é escolher produtos de boa qualidade para garantir a conservação de qualquer automóvel. A recomendação vale tanto para a aparência externa, como pintura, peças produzidas com materiais plásticos e estofamentos, como para a mecânica propriamente dita.

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Em relação ao motor, por exemplo, os aditivos têm importância fundamental para o seu bom funcionamento e uma vida mais longa.

Como o próprio nome diz, o aditivo é adicionado aos líquidos e fluídos existentes no propulsor, com o objetivo de melhorar a capacidade de serviço de cada produto ao qual está sendo misturado.

Como produtos petroquímicos obtidos em laboratório, os aditivos podem ter as mais variadas funções.

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Enquanto uns melhoram o desempenho de motores cansados, outros até aumentam a octanagem da gasolina, sem infringir as especificações técnicas do fabricante do veículo se, de fato, forem de boa qualidade.

Existe aditivo para o sistema de arrefecimento – no caso para ser adicionado à água do radiador – para o óleo do motor e para o lubrificante do câmbio.

Cada um tem propriedades específicas. Confira alguns exemplos:

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Bateria – usado em baterias convencionais (não seladas), facilita a reação química, aumentando a capacidade energética. Também estabiliza a temperatura operacional da bateria;

Água – aumenta o ponto de ebulição da água e diminui a temperatura de congelamento – fenômeno comum em regiões de clima muito frio, quando existe inclusive o risco da água se transformar em gelo. Permite maior eficiência de refrigeração nos motores modernos;

Radiador – remove incrustações dissolvidas e mantém em suspensão as partículas de ferrugem e cálcio, facilitando a vazão da água pelo sistema de refrigeração. Também restaura a eficiência térmica e forma uma película contra a corrosão;

Óleo – aumenta a eficácia do lubrificante por meio da criação de películas que aderem às superfícies submetidas a atrito. Além disso, prolonga a vida útil e diminui o consumo do lubrificante;

Motores cansados – é o aditivo ideal para motores com mais de 50 mil km rodados. Reduz a fumaça, a queima e o vazamento de óleo por aumentar a película vedadora do óleo lubrificante;

Antiespumantes – misturado ao óleo do motor, combate principalmente a formação de bolhas de ar, que podem provocar a interrupção na continuidade da película lubrificante.

No Brasil, os aditivos mais usados são os destinados ao radiador, óleo do motor e os especiais para motores cansados – estes devido à alta idade média da frota nacional. A explicação para isso é simples: quando um motor gira a 3 mil rpm, o pistão faz, a cada segundo, 50 movimentos de sobe-e-desce dentro do cilindro.

Se não houver um lubrificante entre o pistão e o cilindro, dois componentes do motor produzidos com ligas metálicas, a alta temperatura resultante do atrito fará com que se fundam, ocasionando o travamento do propulsor.

Por isso, o óleo lubrificante é um dos líquidos mais importantes para o bom funcionamento do veículo. E sua eficiência pode ser ainda melhor com um aditivo de boa qualidade.

Cuidado especial com a gasolina – Apesar de importante, o aditivo para gasolina ainda é pouco utilizado pelos motoristas.

Produto detergente e anticorrosivo, elimina depósitos de goma, vernizes e corrosão nos carburadores, bicos injetores e nas câmaras de combustão. Também reduz a emissão de poluentes, facilita a partida e ajuda a economizar combustível.

A questão da qualidade da gasolina brasileira, porém, é um problema à parte. Um bom aditivo pode até aumentar a octanagem da gasolina, desde que também o combustível tenha qualidade e seja de boa procedência.

A realidade, no entanto, não é bem assim. A adulteração da gasolina virou rotina pelos quatro cantos do território nacional.

Como já foi dito, hoje estima-se que quatro entre dez automóveis que chegam às oficinas com problema no sistema de alimentação têm a gasolina “batizada” como causa do defeito.

Os demais têm o problema relacionado com sensores eletrônicos e atuadores elétricos (como velas, por exemplo), decorrentes do uso natural do veículo.

O chamado “batismo” normalmente é feito com solvente, um subproduto do petróleo para uso industrial, como fabricação de plásticos. Adicionado ilegalmente por distribuidores e postos de abastecimento para aumentar sua margem de lucro, o motor perde potência e apresenta desempenho extremamente negativo.

O solvente é bastante oleoso e exala forte odor. Por isso, é facilmente detectado por mecânicos experientes. O principal sintoma de combustível “batizado” com o solvente se manifesta pela manhã, quando da primeira partida com o motor totalmente frio.

As falhas são constantes, mas na medida que o sistema aquece, elas tendem a diminuir. A falta de desempenho, entretanto, permanece.

Quando o “batismo” não é feito com solvente, mas sim com mistura de álcool à gasolina em volume exagerado, também não é difícil constatar a adulteração. Basta retirar um pouco de combustível do tanque do veículo e colocar num recipiente com água.

O líquido rapidamente apresenta uma tonalidade esbranquiçada, resultante da reação química em contato com a água. Para fugir da gasolina adulterada, o melhor conselho ainda é abastecer sempre num posto de confiança.

Líquido do radiador ferve a 197º C – Ainda hoje muitos motoristas pensam que o aditivo recomendado para misturar na água do radiador tem como única função manter o sistema de arrefecimento limpo, como acontecia antigamente.

Naquela época se utilizava uma quantidade de querosene ou óleo solúvel, adicionada periodicamente na água dos motores com radiadores de metal. Isso é um erro grave no funcionamento dos motores modernos.

Atualmente os aditivos especiais para radiadores geralmente são à base de etileno glicol, um produto que entra em ebulição a 197ºC (sob pressão atmosférica) e se mistura perfeitamente com água. Possui capacidade anti-oxidante, para manter todo o sistema limpo.

A função é evitar a formação de crostas que venham a dificultar a circulação do líquido de arrefecimento, engrossando as paredes dos componentes que precisam ter sua temperatura abaixada.

Como se sabe, a água se solidifica a 0 ºC e, quando isso acontece, ela aumenta o seu volume, pondo em riscos componentes internos do motor que fazem parte do sistema de arrefecimento.

O uso do aditivo correto permite que a solidificação da água passe a acontecer somente quando forem atingidos aproximadamente 25ºC negativos de temperatura.

Nos últimos anos mudou muito o enfoque dos estudos da engenharia automotiva sobre a temperatura de trabalho dos motores.

Os novos materiais, as novas disposições dos motores nos veículos e o perfil aerodinâmico das novas carrocerias foram alguns dos pontos que determinaram essas alterações.

Conclui-se, portanto, que a importância de manter o sistema de arrefecimento sob pressão constante exige atenção com a vedação de todo o conjunto e em especial nas áreas possíveis de vazamentos – as quais, se existirem, além de se transformarem em pontos de entrada de ar quando o motor esfriar, podem prejudicar o processo de arrefecimento como um todo, colocando em risco a vida útil do propulsor.

Percy Faro – Diário do Grande ABC

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