Com a aprovação pelo Conselho Nacional de Trânsito (Contran) da resolução nº 157 – do o uso do extintor de incêndio automotivo com pó “ABC” – os carros produzidos no Brasil estarão mais seguros contra princípio de incêndio.
A lei valerá para os veículos produzidos a partir de janeiro de 2005.
Atualmente os extintores veiculares são capazes de apagar princípios de incêndio de classes B e C.
Entenda-se por classe B, os combustíveis líquidos: óleo, gasolina, álcool e outros. E por classe C, materiais elétricos energizados como, por exemplo, a bateria do carro e fiação elétrica e outros dispositivos elétricos.
Já os novos extintores de incêndio veiculares com pó ABC são dotados de uma tecnologia que os tornam mais eficientes do que os atuais equipamentos próprios para classes B e C, uma vez que são capazes de apagar princípio de incêndio da classe A.
Entenda-se por classe A, materiais sólidos combustíveis como por exemplo revestimentos, estofamentos, pneus, painéis, tapetes, puxadores etc.
Além da maior capacidade extintora, que é o tamanho do fogo que o extintor pode apagar, a outra vantagem do “ABC” sobre o “BC” é a sua garantia, cinco anos.
Atualmente os extintores originais de fabrica com pó químico “BC” possui três anos de garantia e os recondicionados um ano.
Essa mudança beneficiará o consumidor porque o novo equipamento é mais seguro, mais potente e o prazo de garantia é maior.
Com a aprovação da resolução, a fabricação do extintor com pó “BC” termina em 2004.
Sua substituição pelo extintor “ABC” será gradual e acontecerá entre 2005 e 2009, a medida em que for vencendo o prazo de validade do teste hidrostático (cilindro) e não da carga.
Apesar de todos os avanços tecnológicos e a introdução de novos sistemas de segurança nos automóveis, os números de incêndios veiculares são altos.
Segundo a última estatística divulgada pelo Corpo de Bombeiros do Estado de São Paulo, no ano de 2002, o fogo em veículos foi responsável por 2.642 ocorrências, ou, sete carros por dia, em média.
Somam-se a esses números, além de diversas outras ocorrências nos outros estados, as notificações não registradas pelos bombeiros porque, provavelmente, foram controladas pelos próprios ocupantes dos veículos e, seguramente, com o uso dos extintores automotivos.
O risco de incêndio está presente em razão do aumento extensivo do uso de materiais combustíveis nos veículos, tais como, plásticos, borrachas, conduítes, painéis, bancos, tapetes, puxadores das portas, etc.
E o controle destes materiais, realizado com base no índice de propagação de chamas de 250 mm por minuto, não é rigoroso o suficiente para determinar a segurança contra incêndio nos veículos.
Estes produtos inflamáveis presentes nos carros podem ser ignizados a partir de um curto-circuito ou falha elétrica e, conseqüentemente, podem terminar provocando um princípio de incêndio. Em resumo, não promovem adequadamente a seleção dos materiais.
Tão grave quanto isto, é o vazamento do combustível através das mangueiras de distribuição do veículo, fato este, já tivemos a oportunidade de investigar.
Em vários acidentes o corte automático do combustível não foi o suficiente para evitar a combustão.
Só a introdução de novas tecnologias não basta. O correto é implementar programas de esclarecimento e treinamento para habilitar os motoristas, o que já vem sendo feito.
Esta campanha institucional educativa, em âmbito nacional vem promovendo a orientação e educação para os futuros motoristas, através das auto-escolas / CFC (Centro de Formação de Condutores), para que os mesmos sejam capazes de combater o princípio de incêndio e fazer a manutenção correta do extintor de incêndio a fim de mantê-lo em boas condições de uso. Há também treinamento e capacitação para policiais militares e rodoviários.
Tal campanha será levada para escolas, e divulgada nos veículos de comunicação de massa. Foram distribuídos cinco milhões de folhetos educativos em postos de pedágio.
Engenheiro José Carlos Tomina, chefe do Agrupamento de Segurança ao Fogo do IPT