Os motores à combustão (movidos quase sempre a gasolina, mas também a diesel e álcool) ainda devem predominar por vários anos.
No entanto, há pesquisas crescentes sobre novas tecnologias, como motor híbrido (com eletricidade) e células de combustível.
A Ford apresentou recentemente uma versão conceitual do novo Ford Fiesta, com motor que funciona com qualquer mistura de gasolina e álcool.
O modelo, sem previsão para estrear no mercado, é um bom exemplo do que se pode esperar da indústria automobilística para os próximos anos.
A apresentação do novo veículo reacende mais uma vez a velha polêmica sobre o futuro dos motores à combustão – aqueles que funcionam a partir da energia produzida pela mistura entre ar e combustível (quase sempre gasolina, mas também álcool ou diesel).
Em recente artigo publicado pela consultoria McKinsey Quarterly, o futuro dos motores à combustão interna é colocado em discussão.
Segundo o texto, esse tipo do motor continuará a existir por muitos anos, embora existam experimentos e modelos para fontes alternativas de energia.
Na avaliação da consultoria, o futuro dos motores poderia estar em novos sistemas, como as dos motores híbridos (gasolina/elétrico e diesel/elétrico) e a dos movidos por “células de combustível”.
Apesar de ainda distante dos consumidores brasileiros, a tecnologia de motorização híbrida (como a que mescla combustível e eletricidade) já é uma realidade em outros mercados, como o norte-americano.
Montadoras como General Motors e Ford possuem em sua gama de veículos modelos na versão “gasolina-elétrico”.
No entanto, a venda desses carros não decolou nos Estados Unidos devido ao alto preço, o que torna a relação custo/benefício algo inviável.
No Brasil, o alto valor também foi barreira para sistemas de motores alternativos. Um exemplo é a adaptação para o combustível a gás.
O preço elevado para instalação do sistema – algo em torno de R$ 2 mil – torna-o inviável para o consumidor comum.
Outro obstáculo é a instalação do reservatório de gás, que geralmente ajuda a roubar parte do espaço do porta-malas.
De qualquer forma, o conceito de carros híbridos continuará a se desenvolver – pelo menos enquanto existirem reservas de petróleo.
A ciência já estuda fontes alternativas de energias para motores à combustão interna.
Nesse sentindo, o conceito mais discutido entre pesquisadores são as chamadas “células de combustível”.
Segundo Roger Guilherme, pesquisador da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), as células de combustível são baseadas em uma tecnologia já utilizada na área dos foguetes espaciais.
O sistema consiste em um conjunto composto basicamente em uma câmara (ou célula) e um tanque de hidrogênio.
Na célula, o hidrogênio entraria em contato com o oxigênio, produzindo eletricidade (energia), que giraria o motor.
A grande vantagem do sistema seria o fator ecológico, uma vez que o sistema liberaria apenas calor e água como resultado da reação.
No entanto, até hoje ainda não foi produzido nenhum carro com essa tecnologia.
Paulo Roberto dos Santos Poydo é certificado pela ASE,
Tecnólogo em Petróleo e Gás pela Universidade Estácio de Sá e
Pós-Graduando em Engenharia de Manutenção pela UFRJ.
Diretor técnico do Departamento de Transportes da Assembléia Legislativa
do Estado do Rio de Janeiro- 21 – 2298-2558