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Carro voador: do desenho animado para a vida real

George Jetson fazia parecer fácil. No desenho animado da década de 60, o personagem saltava da cama, em seu apartamento sobre uma plataforma aérea, para uma esteira rolante que seguia até o seu carro voador. E este o conduzia rapidinho para o trabalho.

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De volta ao mundo real, mesmo décadas depois nós apenas podemos sonhar com isso. As esperanças de um carro voador que acabe com o problema dos congestionamentos parecem fora de questão.

No fim da década de 40, um aparelho que lembrava um automóvel, preso sob um pequeno avião, caiu no terceiro teste. Mais acidentes se seguiram. Os céticos dizem que os porcos conseguirão voar antes dos automóveis.

De fato, em um festival recente chamado Flugtag, em Portland, Oregon (Estados Unidos), no qual as equipes participantes usam aparatos “voadores” feitos em casa para atravessar o rio Willamette, um grupo mergulhou alegremente no rio com um aparelho chamado “Flying Pig” (Porco Voador).

Ainda assim, subitamente o carro voador não é mais tanto um sonho ou coisa de desenho animado. Gigantes como a Honda e a Toyota estão desenvolvendo protótipos de pequenos aparelhos voadores.

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Beneficiados pelos avanços na nanotecnologia, microeletrônica e robótica, pesquisadores da Nasa, Carnegie Mellon University e Universidade da Flórida estão desenvolvendo novas tecnologias de vôo, desenhadas para tornar a pilotagem de uma aeronave mais fácil que dirigir um automóvel.

Até mesmo Tim Draper, fundador da lendária Draper Fisher Jurvetson, a firma de venture- capital (capital de risco) do Vale do Silício que lançou a companhia de propaganda on-line Overture.com e outras, recentemente solicitou a apresentação de propostas a grupos que estão desenvolvendo carros voadores.

Embora um veículo voador possa estar de 10 a 20 anos distante, ele já está fazendo capitalistas de risco verem potencial de lucro nele.

Em tese, quando todo mundo começar a ir voando para o trabalho, essas geringonças poderão fazer sombra à indústria automobilística, que hoje movimenta US$ 850 bilhões.

Os aparelhos – de táxis aéreos a máquinas voadoras pessoais – poderão dar um novo sopro de vida ao crescimento das companhias aeroespaciais ou criar toda uma nova geração de companhias iniciantes.

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E melhor de tudo: algumas versões dessa visão podem começar a se tornar realidade nos próximos anos.

Os táxis aéreos, que poderão transportar de quatro a oito passageiros em percursos mais curtos entre aeroportos de menor porte, hoje sub-utilizados, poderão estar disponíveis nos próximos três a quatro anos.

Seguindo as pegadas de várias companhias iniciantes, a Honda desenvolveu um táxi aéreo a jato experimental, que está agora realizando vôos de teste.

Em fevereiro, ela anunciou que iria fabricar, junto com a General Electric (GE), o econômico motor a jato que a Honda desenvolveu para a aeronave.

Com US$ 75 bilhões em vendas anuais, a montadora japonesa poderá eventualmente entrar no promissor negócio de táxi aéreo.

Com os táxis aéreos zumbindo sobre nossas cabeças, a chegada dos automóveis voadores pessoais será apenas uma questão de tempo.

Se Robin Haynes seguir seu caminho, eles poderão até mesmo se parecer um pouco com os automóveis dos Jetsons.

O aparelho de Haynes, chamado Skyblazer, será parecido com um automóvel – e poderá de fato ser usado nas estradas -, além de voar.

Com o apertar de um botão, as asas se desdobrarão das laterais do carro. “É o desafio de engenharia definitivo para mim”, afirma Haynes.

“E eu adoraria ter um desses.” O projeto já está pronto e Haynes é um dos empreendedores que estão negociando com a Draper.

Alguns dos concorrentes de Haynes não têm os problemas de dinheiro que ele tem. Harry Falk, um contador, foi atraído para o projeto de um carro voador por um cliente inventor.

O sonhador original deixou o projeto há muito tempo, mas Falk e sua equipe perseveraram. No quarto trimestre de 2003, eles voaram seu aparelho, um helicóptero portátil, pela primeira vez.

O protótipo deverá estar concluído em 18 meses, diz Falk. O grupo é custeado pela Defense Advances Research Projects Agency (DARPA).

Eis como o aparelho, que segundo Falk “é como uma motocicleta voadora”, funciona: Uma pessoa é presa ao que se parece com uma robusta torre de metal com um rotor no topo.

Embora um veículo voador esteja de 10 a 20 anos distante, já faz capitalistas verem potencial de lucro

A mão esquerda do piloto controla o acelerador, enquanto que a direita controla um joystick para fazer as curvas.

A máquina, chamada Springtail, pode atingir velocidades de até 140 quilômetros por hora, e seu tanque com capacidade para 10 galões de diesel, permite uma autonomia de vôo de 2 horas e 25 minutos.

Primeiramente, o Springtail será usado por soldados durante batalhas urbanas. Eventualmente, ele também chegará ao mundo civil, prevê Falk.

Até lá, a comunidade científica terá proporcionado algumas tecnologias importantes, hoje não disponíveis mas necessárias para tornar esse sonho uma realidade.

Para atrair o mercado de massa, os aparelhos voadores terão de ser super-confiáveis, com uma possibilidade quase nula de que colidam uns com os outros, e fáceis de serem controlados.

“Estamos tentando fazer uma aeronave como se fosse um cavalo”, brinca Andrew Hahn, analista da Nasa.

“Um cavalo não gosta de saltar de um barranco. E se você estiver bêbado ou dormir, ele vai te levar de volta para o estábulo.” Então, Hahn está desenvolvendo controles intuitivos e fáceis de serem operados.

Em algum momento, a pilotagem será quase automática. Graças a um software inteligente especial, helicópteros-robôs de quatro pés de comprimento desenvolvidos pela Carnegie Mellon já podem voar em uma rota designada e localizar um objeto específico, como um pequeno selo eletrônico.

Em algum momento, seus sensores à bordo e programa analítico serão capazes de discernir obstáculos como fios e pássaros, e diferenciar entre, digamos, árvores e pessoas, afirma Takeo Kanade, professor da Carnegie Mellon em Pittsburgh.

Então, os pilotos humanos precisarão apenas virar o volante e pisar nos freios, enquanto seus carros “rodam” por si mesmos.

Em algum ponto, os passageiros poderão até mesmo ler o jornal ou tomar o café da manhã enquanto o cérebro de seus carros voadores farão todo o trabalho.

Pesquisadores da Universidade da Flórida esperam usar um monte de neurônios vivos – localizados em um disco selado no chão – para pilotar uma aeronave de brinquedo no ar.

Os neurônios, que são células nervosas encontradas no cérebro e na medula espinhal, são conectados a chips de silício que irão se comunicar com a aeronave sem a necessidade de fios.

Nas experiências que estão sendo feitas no momento, eles continuam conectados por um longo cabo.

Os sensores da aeronave coletam informações sobre os arredores e passam os dados – como as imagens de um prédio que se aproxima rapidamente – para os neurônios, que então dizem à aeronave para se desviar.

Como os neurônios sabem o que fazer? Fácil: eles são treinados por meio de jogos de computador. As células cerebrais recebem um impulso elétrico toda vez que a aeronave virtual do jogo bate em um obstáculo, explica William Ditto, presidente do departamento de engenharia biomédica da Universidadeda Flórida, em Gainsville.

Mesmo que as aeronaves do futuro venham a colidir, elas poderão lidar muito melhor com o acidente do que hoje.

O Laboratório de Pesquisas da Força Aérea dos Estados Unidos está desenvolvendo maneiras especiais de efetivamente entrelaçar grandes partes de uma aeronave de fibra de carbono, um material super- duro, reduzindo o número de emendas no corpo e tornando-o mais forte.

Entrelaçar – ao invés de montar pequenas peças – reduz dramaticamente os custos.

A Força Aérea americana também está desenvolvendo os chamados polímeros que se auto-reparam, que podem tapar buracos feitos no corpo de uma aeronave, afirma Doug Bowers, diretor associado do setor de plataformas aéreas da Força Aérea.

É claro que o uso comercial disso levará anos. Além disso, lutas regulatórias – envolvendo tópicos complexos como o controle de tráfego aéreo – ainda vão ocorrer.

O primeiro round começará com a utilização em larga escala dos táxis aéreos.

“Se os táxis aéreos realmente funcionarem, o ambiente regulador vai se modernizar”, diz Richard Aboulafia, um analista da Teal Group de Fairfax, uma consultoria especializada no setor aeroespacial e de defesa. Isso tornará o caminho mais fácil para os aparelhos pessoais, que virão depois.

O automóvel voador ainda vai demorar para ser uma realidade. Mas as chances são de que em algum momento os carros vão voar. Já os porcos, não.

Aeronave revolucionária tem cara de automóvel mas decola e pousa como se fosse um helicóptero
Vermelho como uma Ferrari, o Skycar leva 4 passageiros a 9.000 m de altitude

É impossível deixar de comparar o Skycar M400 aos veículos voadores pilotados pela família Jetson na série de desenhos animados. Vermelho como uma Ferrari ou um Mustang 1967, a aeronave transporta quatro passageiros.

Decola e pousa verticalmente como um caça Harrier britânico, paira no ar como um helicóptero e voa à velocidade máxima atingida é de 630 km/h. As comparações com o carro-voador familiar da ficção param por aí. O Skycar não tem nada de classe média.

Será uma aeronave cara, sofisticada e ao alcance apenas dos altos executivos e dos aviadores milionários.

Projeto da Moller International, de Davis, Califórnia, o Skycar ou carro dos céus pode decolar comercialmente em 2006.

O que falta é a aprovação da FAA. A agência de aviação civil dos EUA está submetendo o modelo a uma tremenda bateria de testes de vôo, navegabilidade, desempenho e segurança.

4 turbo-hélices de 120 hp cada respondem pela ascenção e pouso verticais – O Skycar é impulsionado por oito turbo-hélices de 120 hp cada. Enquanto um jogo de quatro propulsores se encarrega do deslocamento vertical da aeronave durante as operações de decolagem e pouso, as outras quatro impulsionam à frente a nave de 5,4 m e 1.100 kg.

A velocidade de cruzeiro é de 560 km/h, com consumo de 6,37 km/l de combustível e autonomia para voar 1.450 km.

Por ser pressurizado, o Skycar poderá operar num teto de 9.000 m de altitude. Em caso de pane total durante o vôo, dois pára-quedas abrem automaticamente, assegurando uma aterrissagem de emergência.

A velocidade de cruzeiro é 560 km/h a a autonomia, 1.450 km – A Moller já investiu US$ 100 milhões no projeto. Tão logo receba o sinal verde do FAA, começa a subir uma fábrica com capacidade de produção de 500 unidades/ano.

Nestas condições, cada Skycar sairá por US$ 500 mil – o mesmo que uma Ferrari ou um Rolls-Royce. Com um aumento expressivo de produção, executivos estimam que o preço unitário possa cair para algo entre US$ 60 mil e US$ 80 mil, o mesmo que um carro de luxo importado como um Audi ou um Mercedes.

Quando e se isso um dia ocorrer, ainda assim será preciso ter brevê para pilotar um Skycar. Mas não para taxiá-lo do hangar até o heliponto. Pra isso basta carteira de motorista.

Gazeta Web

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