A velha máxima de quem em todas as atividades sempre existe uma minoria de maus profissionais se aplica também aos mecânicos.
Os mal intencionados que atuam nesta área estão sempre à espera de consumidores inocentes e desatentos, tentando arrancar dinheiro por serviços desnecessários ou muitas vezes, mal executados.
Contra esse tipo de profissional, existem dicas e soluções simples que podem inibir uma ação inescrupulosa quando necessitamos consertar o carro, ou fazer uma revisão.
Ninguém acredita mais na história da “repimboca da parafuseta” mas em alguns casos só é possível detectar o “golpe” se o cliente tiver mesmo conhecimento do assunto.
Para os leigos – que são maioria – uma das saídas para não serem enganados é adotar alguns procedimentos, como a escolha da oficina ideal.
Uma indicação de amigo ou parente pode ser o primeiro passo. Sendo confiável, o ideal é se tornar um cliente fiel, pois serviços mecânicos não são necessários apenas uma vez.
“Seja para uma revisão ou conserto, a confiança e a fidelidade à oficina dão segurança ao cliente. Se ele encontrar o mecânico ideal, dificilmente trocará”, afirma Marcos Roberto Lopes, 48 anos, que atende em sua oficina (Auto Mecânica Clamar) uma média de 130 carros por mês.
A maioria dos seus clientes é fiel, ou seja, sempre que necessita de um conserto ou de uma revisão, faz o serviço no mesmo local.
“Acredito que 80% dos clientes que temos são fiéis e voltam quando precisam porque já sabem o que vão encontrar. Tanto na questão dos serviços de mão de obra como na certeza que serão bem executados”, afirma.
Outra dica para não ser lesado por causa de uma escolha errada é observar o aspecto do local onde seu carro estará sendo “cuidado”.
“Se você entra em uma oficina com aspecto sujo, ferramentas espalhadas pelos cantos ou mal cuidadas, já está correndo um risco de cair numa armadilha”, orienta Marcos, mecânico desde 1977.
A partir de uma boa escolha o passo seguinte é fazer prevalecer os seus direitos, como o de exigir as garantias das peças substituídas.
“Hoje quase tudo tem garantia. Os certificados vêm até nas embalagens. É o mínimo que o mecânico deve oferecer quando coloca uma peça no lugar de outra”, explica.
Golpes comuns ficam invisíveis – Os golpes mais praticados envolvem serviços “sem visibilidade” para o consumidor.
Para o golpista, a chance de lesar o cliente inocente é quando ele executa uma “troca” de peça que não pode ser conferida pelo dono do carro.
“O cidadão faz uma embreagem e ao invés de trocar as peças velhas por novas, ele pode enganar o consumidor colocando um material recondicionado e cobrar por uma peça nova. Por isto é preciso exigir garantias por escrito”, explica Marcos.
Um pistão, por exemplo, pode sair de um ferro velho ao invés de ser uma peça nova.
“O cliente não vai abrir o motor para conferir. Neste caso ele fica à mercê. Confiança e honestidade devem andar juntas sempre”, emenda.
Solicitar as peças velhas também pode ser um mecanismo de defesa. Neste caso, o cliente tem uma prova de que a sua peça danificada não foi recondicionada.
“Piratas” são minoria, mas estão em bom número pela cidade
Estima-se que em Ribeirão existem mais de 600 oficinas espalhadas pelos bairros. Campos Elíseos e Ipiranga são áreas de maior concentração de mecânicos na cidade.
O número elevado de oficinas faz com que seja grande também a quantidade de “piratas”.
Mas felizmente eles são uma minoria. “Em Ribeirão conheço muitos colegas e sei que a imensa maioria é de profissionais corretos. Mas sempre tem uns 10% que denigrem.
Seria pouco se a cidade na tivesse tanta oficina. Parece boteco. Tem quarteirões onde você vê até três oficinas abertas”, comenta Marcos.
A entrada dos mal profissionais muitas vezes é feita por aventureiros. “O cidadão deixa de ser aprendiz e resolve montar uma oficina. Nem sempre ele têm uma condição de oferecer um serviço bem feito e em alguns casos, partem para os golpes. Mas repito, são uma minoria”.
Fonte: A Cidade – Igor Ramos