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Perspectivas do setor para 2005

“Nossa proposta é de uma política industrial para o setor que permita ao Brasil elevar-se em caráter duradouro entre os principais atores no cenário automotivo internacional.”

Desde que assumiu a presidência da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores – Anfavea, em abril de 2004, o paulistano Rogelio Golfarb tem levantado a bandeira da unidade, do consenso e da definição de uma política setorial de longo prazo, fundamentais, na visão dele, para a sustentabilidade da indústria automotiva nacional.

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Golfarb atua no setor desde 1981, quando ingressou na Ford Motor Company Brasil como engenheiro de projetos da área de caminhões. Em 2001, foi designado diretor de assuntos corporativos e comunicação da companhia.

Ocupou, na gestão 2001-2004, a vice-presidência da Anfavea, quando participou do grupo que conduziu as negociações internacionais para ampliação de acordos de comércio do setor automotivo e se preparou para assumir o comando da entidade.

Nesta entrevista concedida com exclusividade ao Hot News, informativo periódico da Keko, Rogélio Golfarb comenta os principais projetos da sua gestão e traça um panorama dos rumos do setor.

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Hot News – Quais são as previsões para o setor em 2005, considerando-se o mercado interno e as exportações? Fala-se num crescimento da ordem de 5%.

Rogelio Golfarb – Para 2005 as estimativas da Anfavea são de produção de 2,3 milhões de veículos, expansão de 5,4% em relação a 2004, mercado interno de 1,64 milhão de veículos, crescimento de 4% em relação a 2004, e exportações da ordem de US$ 8,9 bilhões, aumento de 7% sobre 2004.

Hot News – O que deve sustentar fundamentalmente este crescimento?
Rogelio Golfarb – No plano do mercado interno, o segmento de veículos comerciais de carga. Além disso, contamos com a continuidade de expansão das exportações.

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Em resumo, prevemos para 2005 um crescimento, porém mod erado, tanto no plano interno como nas exportações, o que se reflete numa taxa menor de crescimento da produção quando comparada à obtida em 2004, que atingiu cerca de 20%.

Hot News – Quais são as projeções da Anfavea para o segmento de veículos leves e picapes em 2005?
Rogelio Golfarb – O segmento de veículos leves (automóveis e comerciais leves) pode apresentar comportamentos distintos.

O de automóveis, um crescimento vegetativo, em função das dificuldades de tributos ao consumidor e taxas de juros.

O segmento de comerciais leves (picapes, vans, furgões e jipes), no que diz respeito ao transporte urbano deve continuar a ter melhor desempenho, graças à retomada da economia.

Hot News – A entidade vislumbra algum fator ou fatores de risco para 2005, que possam interferir ou prejudicar as projeções de crescimento?

Rogelio Golfarb – Nossas estimativas de expansão da produção, vendas internas e exportações são, como disse, de crescimento cauteloso.

Há alguns fatores que nos preocupam, como custos industriais crescentes, câmbio em baixa e juros em alta. Vamos aguardar.

Hot News – A Anfavea acredita que o crescimento do setor deve ser, daqui para a frente, sustentado, estendendo-se a longo prazo tanto nas vendas como na produção?
Rogelio Golfarb – O crescimento sustentado a médio e longo prazos é a necessidade para continuidade dos investimentos e manutenção da indústria automobilística brasileira no ranking dos principais países produtores.

Para tanto, precisamos da dinamização do mercado interno, que ainda apresenta resultados baixos em relação ao potencial do país.

Basta lembrar que 1997 ainda é o melhor ano do mercado interno, exercício em que foi comercializado 1,9 milhão de unidades.

Em 2004, a comercialização de veículos foi da ordem de 1,58 milhão de unidades, portanto 300 mil veículos a menos que em 1997.

Hot News – A Anfavea visualiza perspectivas de mudanças na legislação tributária que incentivem a venda de automóvel zero km.

Rogelio Golfarb – No curto prazo não.

Mas este tema está sendo proposto ao governo em conjuntura mais ampla, visando adoção de política setorial que permita ao Brasil consumir pelo menos 2 milhões de veículos novos/ano, o queé essencial para a sustentabilidade da indústria.

Hot News – Existe algum estudo ou pleito por parte da entidade no sentido de redução de impostos dos veículos novos, visando o estímulo das vendas e o crescimento da cadeia automotiva?

Rogelio Golfarb – Nossa proposta é de uma política industrial para o setor, que passa por questões como carga tributária, tanto sobre o capital como sobre o consumidor, infra-estrutura, mecanismos de crédito, exportações, investimentos, enfim, uma proposta ampla de política setorial que permita ao Brasil elevar-se em caráter duradouro entre os principais atores no cenário automotivo internacional.

Hot News – Quais são os principais projetos da Anfavea para 2005?
Rogelio Golfarb – Em 2005 estamos empenhados nesse programa de política industrial e também na consolidação e ampliação dos acordos internacionais de comércio automotivo.

Pretendemos alcançar um entendimento de maior integração no Mercosul, ampliar os acordos do bloco existentes com México e Chile, participar das negociações Mercosul – União Européia e também no que diz respeito à formação da Alca.

Tais acordos são fundamentais para a expansão das exportações automotivas brasileiras.

Hot News – No mercado fala-se que a entidade, em sua gestão, adotou uma agenda mínima de interesses comuns.

Qual é o ponto principal dessa agenda?
Rogelio Golfarb – A agenda mínima é o crescimento sustentado do mercado interno, que também está na raiz da competitividade das exportações.

Isto é a base para a consolidação da indústria automobilística no país.

* Rogelio Golfarb é presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores – Anfavea e diretor de assuntos corporativos e comunicação da Ford Motor Company Brasil. www.anfavea.com.br

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