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Consumo de gás natural teve aumento de mais de 10% no primeiro semestre

O ano de 2005 começou agitado para o setor de gás natural.

Devido aos problemas na Bolívia, de acordo com a nota transmitida pelo MME, o abastecimento de gás natural canalizado para os consumidores residenciais está assegurado, independentemente de medidas emergenciais que venham a ser adotadas caso a situação evolua para uma redução, ou até mesmo a interrupção do fornecimento do gás boliviano para o Brasil.

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Com os demais segmentos do gás natural, o MME, em conjunto com as empresas produtoras e distribuidoras do insumo, irão preparar um plano de contingência, cuja principal preocupação é manter o abastecimento de gás natural.

Em relação a uma eventual crise de abastecimento, em decorrência de problemas com as importações da Bolívia, as indicações do governo federal, são de que os clientes do gás natural, que estão localizados principalmente em São Paulo e Rio de Janeiro, seriam preservados de eventuais reduções no suprimento.

Com a posse de Silas Rondon – MME, uma proposta para uma legislação específica para o Gás Natural está tramitando no Congresso.

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A cada dia que passa o gás natural vem conquistando o seu mercado e mais adeptos ao combustível ecologicamente correto.

Ano passado o consumo médio anual de gás natural atingiu 13.606.361,1 10³ m³/ano.

Só neste primeiro semestre o consumo já é de 233.842,4 10³ m³/semestre, o que representa uma média superior de crescimento de 10% nos primeiros seis meses do ano.

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O Gerente de Cadastro da ONIP (Organização Nacional da Industria do Petróleo), Jerônimo Azevedo, nos explica as diferenças em cada setor:

– Automotivo – No uso em automóveis, ônibus e caminhões, o gás natural recebe o nome de “gás veicular”, oferecendo vantagem no custo por quilômetro rodado.

Como é seco, o gás natural não provoca resíduos de carbono nas partes internas do motor, o que, de um lado, aumenta a vida útil do motor e o intervalo de troca de óleo e, do outro, reduz significativamente os custos de manutenção.

O gás natural é uma boa opção nos centros urbanos, pois ajuda a diminuir a poluição, emitindo menos poluentes que a queima da gasolina, álcool ou diesel.

A fim de usufruir o gás veicular, o motorista deve instalar um kit em seu carro, tornando-o bi-combustível, ou seja, apto a rodar tanto com combustíveis convencionais, quanto com este novo produto.

– Residencial e Comercial – Largamente utilizado em residências e no comércio. Em países de clima frio, seu uso básico é para aquecimento interno de ambientes.

No Brasil, seu uso residencial e comercial é no aquecimento de água, através de aquecedores e boilers, e no preparo de alimentos, em fogões.

– Industrial – Na indústria, o gás natural é utilizado como combustível para fornecimento de calor, geração de eletricidade e de força motriz, como matéria-prima nos setores químicos, petroquímicos e de fertilizantes, e como redutor siderúrgico na fabricação de aço.

Proporciona uma combustão limpa, isenta de agentes poluidores, ideais para processos que exigem a queima em contato direto com o produto final, como na indústria de cerâmica, fabricação de vidro e cimento.

Cada setor do gás tem uma representação grande no mercado nacional. Dependendo de cada região essa particularidade aumenta ainda mais.

Conversamos com o professor da UFRJ, Adriano Pires, que é Diretor do CBIE (Centro Brasileiro de Infra-Estrutura), ele nos aponta alguns dados importantes:

O que esperar do setor residencial em meio a essa crise que o gás está enfrentando nos últimos tempos, já que este mercado estaria garantido de acordo com declarações do governo?
Como as redes de gás canalizado ainda contam com uma baixa capilaridade, o consumo de gás natural no segmento residencial é pequeno.

A maior parcela das residenciais no país são abastecidas por GLP (o gás liquefeito de petróleo) em vasilhame ou granel. Em abril de 2005, somente 1,4% do gás natural vendido foi destinado ao segmento residencial.

Aproximadamente, há hoje no Brasil 1 milhão de clientes residenciais conectados a rede gás canalizado.

Com a expansão das redes de gás nas áreas metropolitanas, há uma tendência de elevação do número desses clientes, que depois de interconectados, representam um mercado cativo para as distribuidoras.

As reservas de gás no Brasil darão conta de um consumo maior de uma forma geral?
As reservas provadas no Brasil triplicaram com as recentes descobertas em Santos.

Hoje, nossas reservas são de 326 bilhões de m³, chegarão a 667 bilhões de m³ depois de comprovadas oficialmente.

É necessário, contudo, pesados investimentos para o rápido aproveitamento desse potencial e para encontrarmos novas jazidas na região e em outras bacias.

Diante das dificuldades de aumentarmos as importações da Bolívia e da Argentina, os cenários do CBIE apontam como um fator crítico o rápido aproveitamento das reservas em Santos.

Sem um volume considerável de novos suprimentos (9 a 10 milhões de m³/d) produzidos em Santos entre 2008 e 2009, há risco de escassez de gás natural com uma demanda crescendo 9% e 12% ao ano.

Esse risco cresce caso haja problemas na Bolívia para atingirmos o máximo da capacidade do Gasbol (gasoduto Bolívia-Brasil), que atualmente carrega 23 milhões de m³/d, e pode chegar a 30 milhões de m³/d.

Esse quadro de escassez poderia ser minorado com a redução da queima e da reinjeção de gás e mesmo com reduções no uso do energético nas refinarias e outras instalações da Petrobras.

Note que, dependendo da intensidade do uso das térmicas movidas a gás, o déficit pode se manifestar já.

Caso necessitarmos de acionar hoje simultaneamente o parque instalado de térmicas a gás no país, já não há oferta suficiente.

Isto ficou demonstrado quando da crise temporária no fornecimento de energia no Nordeste no começo de 2004, onde não havia gás para acionar todas as térmicas na região. Existe uma situação de déficit latente.

Mantendo a demanda dos outros segmentos constante, as estimativas do CBIE apontam que haveria oferta de gás suficiente para atender menos de 60% do consumo das unidades térmicas (inclusive às de co-geração), em caso de acionamento simultâneo das plantas na Região Sudeste.

Na Região Nordeste, a oferta de gás somente seria suficiente para atender menos de 15% do consumo das unidades térmicas (inclusive às de co-geração) em caso de acionamento simultâneo dessas plantas.

Como uma Lei do Gás poderia interferir nesse mercado e especificamente neste setor?
Uma lei do gás ajudaria dando mais segurança e previsibilidade aos investidores.

Hoje existe um vácuo regulatório considerável. Atualmente, a regulamentação (a lei 9478/97) não trata o gás natural de forma específica.

É essencial uma lei que dê tratamento particular a questões relacionadas ao: acesso aos gasodutos, separação das funções de comercializador e de transportador, o processo de escolha dos transportadores e seu regime jurídico.

Esse novo conjunto de normas deve incentivar a entrada de novos investidores e dar segurança aos existentes, mas prevenir contra condutas anticompetitivas.

O que é necessário para que o Brasil se torne auto-suficiente?
Talvez, nunca ficaremos auto-suficientes em gás natural, pois dependerá da geologia e de novas descobertas.

Mas, certamente, podemos incrementar, em muito, as reservas provadas e para tanto é necessário investimentos na exploração e produção da Petrobras e das empresas privadas nacionais e estrangeiras interessados no país.

Deve-se prover um ambiente não discriminatório e minimamente previsível para atenuar os riscos (já consideráveis) da atividade de exploração e produção.

Como as pessoas podem contribuir ainda mais com o mercado e aumentar seu consumo de GN?
O gás natural tem vantagens importantes sobre energéticos concorrentes nos seus principais usos.

Essas vantagens (de custo, comodidade, produtividade e qualidade na queima) levarão a um crescente interesse dos consumidores em adotar o gás natural como combustível.

Cabe ao governo formular políticas e uma regulamentação que permita um crescente fluxo de investimentos capaz de atender essa demanda potencial.

Nesse sentido, é importante que os preços e as tarifas de distribuição e transporte reflitam os custos dos serviços e a necessidade de expandir a oferta interna do energético e a infra-estrutura necessária à sua comercialização.

Conversões de carro para gás voltam a crescer – Após registrar queda expressiva nos meses de junho e julho, as conversões de veículos para o uso de gás natural (GNV) como combustível voltaram a crescer em agosto, somando 15.632, segundo dados do Instituto Brasileiro do Petróleo e Gás (IBP).

Esse número está ligeiramente abaixo dos 15.932 veículos convertidos em agosto do ano passado, mas é bem superior aos 10.956 de junho e 11.614 de julho.

No período de janeiro a agosto, o número de conversões totalizou 149.032 veículos, com aumento de 31,1% em relação aos oito primeiros meses do ano passado.

Com as conversões de agosto, a frota nacional movida a GNV subiu para 984.981 veículos.

Mantido o mesmo ritmo do mês passado, o País encerrará setembro com uma frota de 1 milhão de veículos leves movidos a gás natural.

O maior número de conversões continua sendo no Rio de Janeiro, com 7.800 veículos no mês passado, o que elevou a frota do Estado para 383.263 veículos.

No Estado de São Paulo, o número de conversões somou 3.287 veículos, com a frota totalizando 247.443 veículos.

Os outros estados com maior frota são a Bahia ( 33.541veículos), Santa Catarina (31.048 veículos) e Ceará (27.086 veículos).

Pelos dados do IBP, o consumo de gás natural pelos veículos convertidos totalizou 5,19 milhões de metros cúbicos diários em agosto, com aumento de 6,6% em relação ao registrado em julho.

A venda por posto de abastecimento foi em média de 148 mil metros cúbicos no mês passado.

O País encerrou agosto com 1.115 postos comercializando GNV e 682 oficinas instaladoras do kit para o gás.

Economia – Segundo o IBP, o GNV traz economia de até 50% em relação ao uso da gasolina como combustível e de 12% em relação ao álcool.

O preço médio de comercialização do GNV em agosto ficou em R$ 1,12 por metro cúbico, enquanto o litro de álcool registrou preço médio de R$ 1,272 e a gasolina, de R$ 2,239, conforme acompanhamento da Agência Nacional do Petróleo (ANP).

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