O gerente executivo de Power Train da Volskwagen do Brasil, João Alvarez, vai direto ao ponto: É publicidade enganosa afirmar que a simples troca de um chip transforma um motor a gasolina em motor flex.
Ele argumenta que “o chip é uma resistência que modifica o tempo de injeção para ambos os combustíveis.
O motor passa a ter um tempo de abertura maior da injeção para o álcool”.
Segundo ele, “o álcool tem um poder calorífico 30% inferior ao da gasolina e necessita de um volume maior injetado nos cilindros para obter igual explosão.
O problema é que a maior vazão do álcool servirá também para a gasolina, o que gera o aumento de consumo deste combustível de 30%”.
Alvarez observa que “um motor a gasolina não foi construído visando combater a corrosividade do álcool.
Os motores flex têm liga metálica especial que reveste os bicos injetores, cilindros, anéis e bomba de combustível e resiste à corrosão do álcool”.
“Os motores flex também foram testados em diversas condições de pressão atmosférica, até ser encontrada a taxa de compressão ideal, que serve aos dois combustíveis.
A regulagem de um motor flex segue um projeto original de engenharia de enorme complexidade tecnológica, checada, carro por carro, num diálogo entre a central de injeção e um computador externo”, diz.
“Para nós a tolerância é zero. Qualquer desvio de padrão encurtará a vida do motor útil, além de ser um desastre para o bolso do proprietário”.
Correio do Povo