Dos 526 mil veículos leves e utilitários que rodam no Estado do Ceará, aproximadamente 28 mil usam Gás Natural Veicular (GNV), combustível que teve seu uso iniciado em automóveis na década passada e tem se revelado com uma opção limpa e (relativamente) mais barata que o álcool e a gasolina.
No entanto, como a esmagadora maioria dos modelos nacionais ainda não sai de fábrica preparada para trabalhar com ele, a conversão e a manutenção do carro para o gás precisam de alguns cuidados especiais dos proprietários, sob pena de ter o tempo de vida útil do motor reduzido.
Para começar, quem fizer a conversão precisa saber que a opção de usar o GNV não livra o condutor da necessidade de rodar com o combustível original.
José Paulino de Carvalho, chefe de mecânica da Beto´s Car, recomenda um trajeto de pelo menos cinco quilômetros por dia.
Ele explica que isso ajuda a manter o sistema de injeção eletrônica e a bomba de combustível.
Além disso, os proprietários de veículos a gasolina precisam ter uma preocupação a mais: não deixar que ela “envelheça” no tanque.
Assis Gondim, proprietário da B & A Bat Service, já registrou alguns casos onde o condutor passou muito tempo com a gasolina no tanque e, quando tentou usá-la, teve sérios problemas no motor.
“A gasolina começa a perder a composição original e acumular sujeira depois de umas duas semanas dentro do tanque. Por isso, é preciso renovar o conteúdo periodicamente”, diz.
Para não correr riscos, o ideal, de acordo com Carvalho, é abastecer o tanque com 1/4 de gasolina a cada 15 dias e usar o máximo possível do combustível nesse período.
Outra preocupação válida é com a suspensão do veículo, que vai ganhar um peso adicional de aproximadamente 60 kg com o cilindro (para carros de passeio).
Gondim afirma que a melhor solução, para corrigir eventuais rebaixamentos, é colocar novas molas – e não calços, como muitos fazem.
“Isso evita o desgaste prematuro dos amortecedores”, explica. Um jogo de duas molas, segundo ele, custa entre R$ 350 a R$ 1.500, dependendo do modelo.
Por fim, um cuidado que merece destaque é com a fixação do cilindro na carroceria do carro.
Marcílio Alves, gerente da J. Maurício, lembra que já fez serviço em vários veículos a gás que tiveram problema de ferrugem nos furos feitos para a instalação do kit.
“Já consertei muito assoalho com esse problema e foi preciso refazer os furos”, afirma.