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A pantera italiana

Estilo, personalidade forte, gênio indomável. Se você está pensando em Ferrari, se enganou.

Essas são características de outra italiana que fez história no mundo dos supercarros: De Tomaso Pantera. A combinação da classe italiana com a força do motor Ford fez do carro um dos ícones de esportividade em todo o mundo.

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(*) Renato Bellote Gomes

A idéia da criação do carro começou em 1967, quando Alejandro de Tomaso comprou o estúdio Ghia e despertou o interesse da Ford, em especial, de seu executivo Lee Iacocca, que procurava um carro com carisma suficiente para enfrentar o Corvette.

Após três anos de pesquisa, surgiu o Pantera, desenhado por Tom Tjaarda, que emplacou logo de cara no mercado americano, com seu estilo inconfundível: linhas retas, perfil baixo, faróis escamoteáveis, mas com um irresistível charme italiano.

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O motor do bólido agradou em cheio ao público. O escolhido foi um 351 V8 C, com carburador quadrijet e cabeçotes do Mustang Boss.

O resultado disso pode ser expresso pelos números: 310 cavalos, 245 km/h de velocidade final e o monstruoso torque de 52 kgfm. O quarto de milha podia ser coberto em apenas 12 segundos.

O bólido trazia ainda muito conforto para seus ocupantes: ar condicionado, bancos de couro, vidros elétricos e o carisma italiano, item de série do modelo, que teve como um de seus compradores o rei do rock, Elvis Presley.

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Câmbio de cinco marchas e freios a disco completavam o pacote. E, para segurar a fera nas curvas, rodas de magnésio de 7 e 8 polegadas.

O carro fez sucesso na América, custando mais barato que concorrentes como Porsche e Ferrari, mas sem competir diretamente, no quesito preço, com o Corvette. No mesmo ano do lançamento, o Pantera vendeu 300 unidades.

Em 1971, algumas modificações mecânicas deixaram o carro mais rápido. Mudanças na legislação, no ano seguinte, fizeram surgir o modelo L, com pára-choques em preto-fosco e estilo mais agressivo.

Para o ano de 1973, o lançamento de uma grande novidade para seu público: o modelo GTS trazia adoção de fibra de vidro e plástico reforçado na carroceria.

Mas a legislação americana restringia a potência do carro: enquanto na Europa o Pantera rasgava as retas com um motor de 335 cavalos, nos EUA, seu motor era limitado a “apenas” 250 cavalos, devido à crise do petróleo que assolava o mundo.

Nesse mesmo ano, a Ford encerrou o contrato com De Tomaso, fazendo com que o bólido sumisse do mercado.

O carro continuou sendo vendido na Europa, onde não havia limitação de potência, e começava utilizando motores de 300 cavalos.

Alguns modelos se destacaram nos anos seguintes, entre eles o GT5, além da adoção de tecnologia como injeção eletrônica. Em 1996, o carro deixou definitivamente o mercado.

O fundador da empresa, Alejandro de Tomaso, faleceu em 2003, deixando o legado de um dos carros mais desejados do mundo, inclusive no Brasil, onde tem apenas cinco exemplares.

O Pantera dispensa mais comentários, e, como diz um de seus panfletos publicitários de 1971: “Na Itália, homens fazem carros com paixão”.

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O CARRO DE QUASE UM MILHÃO – Junho de 1973. Tiros durante a madrugada. Desse modo, a revista Quatro Rodas mostrava a todo o país o novo modelo da Volkswagen

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(*) Renato Bellote Gomes
(*) Renato Bellote Gomes, 26 anos, é bacharel em Direito e assina quatro colunas sobre antigomobilismo na internet.

O autor tem textos publicados em nove países de língua espanhola e é correspondente do site português Lusomotores

Conheça o blog Na garagem desenvolvido pelo Renato Bellote: http://nagaragem.blig.ig.com.br

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