Colisão na qual bebê foi único sobrevivente prova importância da nova norma do Denatran
* Dispositivo de segurança reduz risco de óbito em até 71%, segundo o Inmetro
No primeiro semestre o Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) tornou obrigatório o uso das cadeirinhas de proteção em automóveis para crianças de até 10 anos, a mídia noticiou que um bebê de quatro meses foi o único sobrevivente – sem nenhum arranhão – de um grave acidente no quilômetro 473 da BR-381, em Betim (MG).
O Chevette no qual ele e seus pais estavam foi esmagado por uma Scania. A criança foi salva pelo dispositivo de segurança instalado no carro.
O episódio é um exemplo da importância da nova regra. Segundo o Ministério da Saúde, os acidentes de trânsito são a principal causa de mortes na faixa etária de 1 a 14 anos no Brasil.
Em 2003, de acordo com o órgão, 2,4 mil crianças morreram nessas circunstâncias, incluindo colisões entre automóveis.
Segundo o Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro), a cadeira infantil, quando instalada e usada corretamente, reduz os riscos de óbito em 71% e a necessidade de hospitalização em 69%.
Além de obrigatórias, as cadeirinhas deverão necessariamente serem certificadas pelo Inmetro.
Segundo o Denatran, o condutor que descumprir a determinação está sujeito a multa por infração gravíssima, além de sete pontos na carteira e apreensão do veículo.
Mais segurança no transporte de crianças em automóveis – Cadeirinhas para transportar crianças com até dez anos em veículos passarão, obrigatoriamente, a ter o certificado do Inmetro. Norma deve entrar em vigor no início de agosto
Os pais que ainda andam na frente do carro, com o cinto de segurança, mas não se preocupam em levar os seus filhos no banco de trás, com as devidas precauções, terão que mudar de postura.
O uso dos dispositivos de retenção infantil, popularmente denominado de cadeirinhas, passará a ser obrigatório para crianças de até dez anos.
Para ser fabricado e comercializado, os produtos devem levar o certificado do Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro).
De acordo com Edson Maia, diretor do Sindicato dos Concessionários e Distribuidores de Veículos Autorizados do Distrito Federal (Sincodiv/DF), a iniciativa do Inmetro é louvável.
“Da mesma forma que houve um trabalho para mobilizar a sociedade quanto ao uso do cinto de segurança, é preciso conscientizar os pais da importância de garantir a segurança do transporte de seus filhos. As cadeirinhas são a única forma de minimizar os riscos de eventuais acidentes”, considera.
Paulo Coscarelli, gerente de qualidade do Inmetro, afirma que, até o final desta semana, o regulamento das normas que tornam obrigatória a certificação das cadeirinhas será colocado no site do Instituto para consulta pública.
“A sociedade precisa dar a sua colaboração. Apenas depois de ouvir as sugestões e de fazer os acertos necessários, a obrigatoriedade de fabricar e comercializar cadeirinhas certificadas pelo Inmetro entrará em vigor”, ressalta.
A expectativa, segundo Cocarelli, é de que até o início de agosto de 2006 a norma seja aplicada. O Inmetro dará um prazo para fabricantes e comerciantes do produto se adequarem às novas regras.
A indústria terá de seis meses a um ano para fabricar o dispositivo de acordo com as determinações do Instituto.
No caso do comércio, o tempo estipulado deve ser de 12 a 18 meses. “A idéia é de disponibilizar no mercado, em um período relativamente curto, somente cadeirinhas certificadas”, considera.
Segundo Edson, as concessionárias defendem a iniciativa do Inmetro e estarão preparadas para atender os seus clientes com os produtos certificados dentro do prazo determinado.
“O surgimento de uma norma que regula o transporte de crianças no banco traseiro e exige a qualidade do produto comercializado pode vir a conscientizar tanto os pais, como os filhos, que serão futuros motoristas. A segurança é um item mais que primordial”, diz.
O não cumprimento das normas exigidas pelo Inmetro pode resultar em uma pequena notificação, em multa ou até na interdição do produto.
Paulo Coscarelli explica que para certificar o dispositivo serão realizados ensaios estáticos e dinâmicos.
Neles, ocorre uma avaliação que verifica se o material utilizado para a fabricação do produto é tóxico e realiza-se uma simulação de acidente, respectivamente.
Para Edson, além do certificado, que dará mais segurança na hora de adquirir o dispositivo, o consumidor deve prestar atenção no tipo de cadeira que mais se adequa às características físicas da criança, tais como a idade, o peso e o tamanho.