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Fórmula SAE: um desafio para os futuros engenheiros

Acompanhamos o projeto de desenvolvimento de um carro fórmula desenvolvido pela equipe Ícarus do Rio de Janeiro, desde a concepção até a classificação final na competição

Desafio – Essa é a palavra de ordem na frente dos estudantes de engenharia que partem no desenvolvimento do projeto de um carro fórmula a ser desenvolvido em conformidade com todo um projeto e etapas a serem cumpridas para vencer todos os obstáculos.

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Competição – A equipe tem de construir um carro de corrida e utiliza peças de carro de passeio com um motor de 500 cc doado pela Honda que chega a atingir 150 km/h.

Além de provas de arrancada, desempenho e aceleração, serão avaliados os projetos de engenharia desenvolvidos.

A segurança é o principal item verificado na competição. Para este ano, os 17 alunos da engenharia mecânica da equipe Ícarus, da UFRJ, levaram um carro com novo design, rodas de liga leve, freios de moto nas quatro rodas, estrutura modular de aço, bancos e pedais reguláveis, carroceria leve de fibra de vidro e mudanças de marcha no volante.

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Os alunos da Poli trabalharam durante oito meses no projeto . A equipe carioca Ícarus percorreu os 22 km da prova em casa buscando deixar para trás as 12 equipes participantes.

A Fórmula SAE-Brasil é patrocinada pela Petrobrás. As três equipes mais bem colocadas têm vaga assegurada em competições internacionais.

O Projeto da equipe Ícarus – O projeto 2006 começou a ser planejado logo após a chegada do carro da competição de 2005.

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Há uma análise profunda onde fazemos um levantamento dos itens que necessitam de maior evolução e por fim é feito um cronograma com todas as datas e prazos a serem cumpridos.

A equipe é dividida em sub-equipes, cada uma sendo responsável por uma área (Direção, Powertrain, Suspensão, Freios, Body e Estrutura).

Além disso, no nosso organograma existem os cargos de Gerente de Projeto, Diretor Financeiro, Diretor de Marketing e Capitão. Essa hierarquia é fundamental para o desenvolvimento do projeto.

Tem início o processo de engenharia do monoposto, onde este é idealizado e cada componente é desenhado e projetado com o auxílio de softwares específicos, que proporcionam uma visualização em 3D, além de simulações estáticas e dinâmicas.

Desta forma, todo o carro pode ser visto e analisado antes mesmo de sua fabricação. Esta é a fase mais importante para nós, estudantes de engenharia.

Após todo o conjunto aprovado, começa a fase de fabricação do protótipo. Nesta etapa, a dificuldade se dá pela necessidade de precisão de algumas peças; como não temos a experiência necessária para a operação das máquinas de usinagem, contamos com o apoio do LTM (Laboratório de Tecnologia Mecânica) e de seus funcionários para suprir parte da nossa demanda.

Paralelamente, na medida em que as peças são fabricadas e/ou compradas, ocorre a fase de montagem dos sub-conjuntos que, em seguida, são montados entre si finalizando a construção do veículo. Cerca de 90% das peças são de mercado e 10% são fabricadas.

Então, uma vez que o carro está pronto, começa a fase de testes. É avaliado o desempenho do monoposto em provas dinâmicas que seguem os modelos estabelecidos pela regra da competição Fórmula SAE e em testes realizados em um dinamômetro.

As informações obtidas sobre o carro são fundamentais para que se possa avaliar o protótipo em situações extremas e estabelecer o ajuste fino necessário para cada componente.

Depois destes testes e da aprovação de toda a equipe, o protótipo está pronto para ir à competição.

Equipe da FEI é a campeã da Fórmula SAE – A III Competição SAE BRASIL-PETROBRAS de Fórmula SAE reuniu 7 carros tipo Fórmula SAE, desenvolvidos e construídos por estudantes de engenharia.

A equipe Fórmula FEI, do Centro Universitário da FEI (Fundação Educacional Inaciana) foi a campeã, com 856 pontos, da III Competição SAE BRASIL-PETROBRAS de Fórmula SAE, que terminou neste dia 8 de outubro no Museu Aeroespacial, no Rio de Janeiro.

O segundo lugar da Competição, realizada pela SAE BRASIL (Sociedade de Engenheiros da Mobilidade), ficou para a equipe V8, da Faculdade de Engenharia de Sorocaba (Facens), com 835 pontos, seguida pela equipe Solid Edge EESC-USP, da Escola de Engenharia São Carlos da USP, atual bicampeã brasileira, com 444 pontos.

O resultado foi recebido com muita emoção pelos 20 integrantes da equipe da FEI, que investiu no projeto durante mais de um ano.

”Foi uma superação de muitas dificuldades, principalmente no desenvolvimento e construção do carro e no relacionamento entre os membros da equipe”, contou o piloto e capitão Lucas Elias, aluno do sexto ciclo do curso de Engenharia Mecânica Automobilística da FEI, de São Bernardo do Campo.

Com isso, a equipe de Lucas Elias ganhou o direito de representar o Brasil em Michigan/EUA, como participante da Formula SAE, que será realizada de 16 a 20 de maio de 2007.

Já as equipes V8 e Solid Edge EESC-USP poderão disputar a Formula SAE West, que será de 13 a 16 de junho de 2007 na Califórnia/EUA.

As duas competições internacionais reúnem equipes de vários países e são realizadas pela SAE International, instituição da qual a SAE BRASIL é afiliada.

A III Competição SAE BRASIL-PETROBRAS de Fórmula SAE reuniu oito equipes de São Paulo, Minas Gerais, Ceará e Rio de Janeiro.

Foram três dias de muito trabalho para os cerca de 150 estudantes de engenharia que puderam mostrar para uma comissão de juízes – formada por especialistas da indústria da mobilidade – diferentes projetos de um carro de competição tipo Fórmula, desenvolvidos e construídos, de forma extracurricular, em importantes universidades do País.

Menções Honrosas – Além de troféus para as três primeiras equipes colocadas, a Comissão Organizadora da Competição conferiu Menção Honrosa às equipes concorrentes.

A equipe Fórmula FEI teve o melhor desempenho nas provas de Skid Pad (teste de estabilidade lateral do veículo) e no Enduro (completou as 22 voltas em 23 minutos), enquanto que a Solid Edge EESC-USP ganhou a prova de Design.

Na prova de Custo, a Menção Honrosa foi para a Fórmula Unip (da Universidade Paulista); e na prova de Aceleração a vencedora foi a equipe Mauá Racing (do Instituto Mauá de Tecnologia).

A equipe V8 conquistou o melhor tempo na prova de AutoCross e a equipe Ícarus UFRJ (da Universidade Federal do Rio de Janeiro) realizou a melhor Apresentação de projeto entre as oito concorrentes da Competição.

A competição Formula SAE nasceu nos Estados Unidos na década de 70. Desde então, os veículos, projetados e construídos por estudantes de engenharia, são submetidos a provas estáticas e dinâmicas em quatro países – Austrália, Estados Unidos, Inglaterra e Itália – além do Brasil, que passou a integrar o circuito mundial em 2004.

Alunos da UFRJ conseguem o segundo lugar na Fórmula SAE – A equipe Icarus, formada pelos alunos de Engenharia Mecânica da Escola Politécnica da UFRJ, ficou em segundo lugar na Competição Fórmula SAE (Society of Automotive Engineers), voltada para estudantes de engenharia, realizada pela primeira vez no Brasil.

O carro de corrida projetado e construído pela equipe pode atingir até 210km/h e o motor alcança 500 cilindradas.

O projeto foi premiado também por ser o carro de menor custo apresentado pelas oito universidades participantes Como premiação, em maio, um dos alunos do grupo irá para os Estados Unidos assistir a competição Fórmula SAE 2005.

Apesar do reconhecimento na competição, a equipe não recebeu o patrocínio das empresas que procuraram.

O custo do carro, construído em apenas seis meses, está calculado em torno de seis mil dólares, foi financiado pela Escola Politécnica e pelo departamento de Engenharia Mecânica, e também obteve ajudas de amigos que, conseguiram doações de algumas peças e o motor.

“O projeto foi sofrendo alterações em virtude do tempo limitado, mas foi muito gratificante, pois conseguimos o segundo lugar competindo com pessoas que tinham mais experiência”, orgulha-se Marcelo Ferreira, capitão da Icarus.

Apesar de todas as dificuldades, o departamento e a Escola Politécnica apoiaram com infra-estrutura e recursos humanos, uma vez que foi disponibilizado a oficina, o ferramental e os funcionários do Laboratório de Máquinas Térmicas.

“Acreditamos que esse apoio tenha sido o nosso diferencial nessa conquista. O projeto objetiva auxiliar o departamento de Engenharia Mecânica no resgate da sua tradição na indústria automotiva”, afirma Marcelo.

Objetivo – Segundo o engenheiro Gábor János Deák, presidente da SAE BRASIL, a Competição SAE BRASIL – PETROBRAS de Fórmula SAE tem como objetivo ampliar a capacidade de desenvolvimento tecnológico dos estudantes brasileiros de engenharia automotiva, ao propor desafios semelhantes aos encontrados em uma equipe de Fórmula profissional.

“A proposta da SAE BRASIL nesta competição é trazer para o universo de desenvolvimento acadêmico uma maior especialização para os estudantes de engenharia e, nada melhor do que o projeto e execução de um veículo tipo fórmula para atingirmos este objetivo”, afirma Deák.

Redação Mecânica Online, com apoio de Abrahão Campos e Daniele Rivera
Fotos: Equipe Ícarus / Abrahão Campos

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