Alguma vez você já se incomodou com o chacoalhar do encosto de cabeça do seu carro? Talvez não, mas este é um problema que tem preocupado muito a indústria automobilística, já que ele está ligado diretamente à percepção da qualidade dos veículos.
“Se você está dirigindo pela rua e alguma coisa está chacoalhando ou rangendo, a percepção é que o veículo é de má qualidade,” diz Douglas Adams, professor de engenharia mecânica da Universidade Purdue, Estados Unidos.
“Assim, qualidade e vibração e ruído costumam andar lado-a-lado. Virtualmente todos os carros têm encosto de cabeça, de forma que este é um problema particularmente interessante.”
A preocupação é tamanha que Adams e sua orientanda Janette Jaques receberam financiamentos de várias centenas de milhares de dólares para construir um simulador hidráulico capaz de avaliar as situações por que passam os encostos de cabeça em condições reais de operação.
Vibrações em geral – Mas os resultados da pesquisa vão bem além disso. A partir de seus testes, eles construíram modelos matemáticos que irão permitir que os fabricantes de automóveis reduzam as inúmeras vibrações nos seus carros, já que esses modelos podem ser aplicados a encostos de cabeça, painéis, assentos, câmbios, componentes da suspensão e até cintos de segurança.
“Um carro é feito de milhares de partes,” diz Adams. “Sempre que você tiver um componente próximo a outro e eles não sejam soldados, você tem uma possibilidade de que um bata no outro, causando ruídos. Este é um problema de toda a indústria.”
O encosto de cabeça, por exemplo, deve ser feito com um material que seja rígido o suficiente para que ele cumpra sua função e não caia, mas não rígido demais, o que poderia impedir o seu ajuste.
Simulador hidráulico – Os experimentos feitos no simulador hidráulico permitiram que os pesquisadores validassem seu modelo matemático.
Determinando precisamente quais freqüências de vibração estão causando ruídos perceptíveis no interior do carro, será possível ajustar o sistema de suspensão, alterando molas, amortecedores e buchas, de forma a eliminar aquela freqüência.
Com o modelo matemático, a indústria poderá avaliar cada componente mesmo antes de construir um protótipo.
“Você precisa de um modelo porque há muitas formas potenciais de se resolver um problema. Imagine tentar fazer este estudo inteiramente construindo e testando protótipos,” diz Adams.
Mas, voltando ao encosto de cabeça, parece que ele não é um problema assim tão simples: os pesquisadores concluíram que a melhor saída será redesenhá-lo completamente.
Ao que parece, não há sistema de suspensão afinado que possa impedir que os encostos atuais chacoalhem.
Fonte: Inovação Tecnológic