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Segunda graduação ou pós?

Saiba qual a melhor opção quando se decide voltar aos estudos

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Já formado em Rádio e TV em 2006, Carlos Alberto Slepicka não pensou duas vezes para entrar num novo curso de graduação quando percebeu que não teria muitas opções profissionais. Hoje com 25 anos, seu objetivo é ampliar as possibilidades no mercado de trabalho.

Para isso, escolheu o curso de Comunicação Mercadológica e conta que já percebe os benefícios relacionados aos novos conhecimentos e às oportunidades profissionais

O estudante diz que já faz entrevistas e que futuramente espera conquistar uma vaga relacionada à nova área.

Embora não tenha se arrependido de cursar Radio e TV por quatro anos, Slepicka garante que a falta de vagas o levou a procurar outra faculdade, ao invés de uma pós-graduação.

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“Não tinha foco para fazer uma especialização. Hoje, com o novo curso, já sei o que seguir profissionalmente”, resume ele.

Para quem está em busca de aperfeiçoamento profissional ou mudança radical na carreira, uma das dúvidas que podem surgir é saber se é melhor encarar a segunda graduação ou entrar numa pós-graduação.

De acordo com a professora do departamento de Psicologia do Programa de Pós-graduação da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina), Duce Helena Penna Soares, ao escolher, o aluno acredita que faz o certo.

“Não tem como avaliar o que é correto. No entanto, cabe ao candidato ter firmeza no que deseja para sua carreira, se é se especializar ou mudar de profissão”, sugere. Na opinião dela, a segunda graduação é bem-vinda quando a atual profissão não faz mais sentido.

“Quando o gosto pela carreira não agrada, o melhor é entrar numa outra graduação. Entretanto, se houver a possibilidade de fazer carreiras correlatas como em Comunicação, Saúde ou Administração, existem maneiras de aproveitar o que já foi feito e aprender coisas novas”, aponta Duce.

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Com 24 anos, a estudante de Turismo, Ana Carolina da Silva Gomes, que deve terminar o curso neste ano, disse que prestará outro vestibular, pois não se identificou com a escolha que fez.

Ao contrário do que é aconselhável, a garota vai fugir dos cursos similares e prestar Educação Física.

“Há quatro anos fiquei na dúvida entre as duas opções. Hoje, no ano da minha formação, percebi que não tem nada a ver comigo”, admite a universitária, que garante que agora a decisão será mais sensata do que a anterior.

“Sempre gostei e participei de coisas relacionadas a esporte. Meus professores e familiares me apóiam nesta escolha”, conta.

A coordenadora do curso de Tecnologia em Gestão de Recursos Humanos do Centro Universitário Feevale, Maria Cristina Bohnenberger, concorda com a decisão de Slepicka e de Ana Carolina.

“Se o aluno não atua na área, não enxerga futuro e quer outra profissão, a segunda graduação pode ser muito importante. Neste caso, ele vai conhecer outro ambiente e terá a chance de construir outra carreira”, afirma.

No entanto, Maria Cristina aconselha pesquisar sobre a segunda opção e analisar a grade curricular.

“Começar outro curso e resgatar vivências parecidas pode ser um dos pontos mais difíceis na hora da escolha. Depois de quatro anos na faculdade, o aluno conquista outro nível de maturidade. Muitas vezes ele vai se deparar com situações que já viveu. Se adaptar a isso não é fácil”, alerta ela. Entretanto, a coordenadora defende a especialização na maioria das situações.

“Mesmo sendo difícil opinar sobre o tema, a pós-graduação é mais valorizada no mercado pelo foco que tem e por se tratar de um conhecimento mais particular”, explica ela.

O gerente de recrutamento e seleção da Novartis, Luiz Alberto Franco Bueno afirma não poder generalizar o assunto, mas defende a segunda graduação ao invés da pós, desde que seja ligada à primeira.

“Duas formações acadêmicas são consideradas um atributo a mais no currículo. Numa seleção de emprego, o candidato será analisado em que circunstâncias optou por outro curso ou especialização.

Ambos são consideradas diferenciais”, diz Bueno, que acredita que do ponto de vista do futuro profissional o candidato com dupla formação terá mais opções de trabalho.

“Além dos conhecimentos mais extensos, a pessoa terá a carreira mais aberta e poderá trabalhar em mais áreas”, opina. Outro fator determinante para um candidato com mais de um curso são as características profissionais que pode apresentar. “A visão sobre diversos assuntos, argumentação, dedicação nos estudos e sede de conhecimentos serão mais fortes nele do que nos concorrentes”, acredita o gerente.

Aos 53 anos, o gerente de vendas, Antônio Curcio, que trabalha para cinco empresas, é exemplo de que a segunda graduação combinada com a primeira pode render bons resultados. Graduado em Relações Públicas e Turismo, Curcio, que também já fez um curso de especialização em Turismo na Itália, destaca a experiência de ter cursado outra faculdade como uma das mais enriquecedoras. “Usei minha outra opção de imediato no mercado e a experiência aumentou”, declara o gerente, que pensa em voltar à universidade, mas para fazer MBA.

“Nunca devemos ficar limitados ao básico. Sempre vale ter informação a mais. Hoje, sei que é importante experimentar coisas novas”, aponta Curcio.

Quando o assunto é a cobrança frente a um candidato com dois cursos, na visão de Bueno, se for estagiário da segunda graduação, por exemplo, o estudante deverá ser tratado como aprendiz, independentemente de já ter formação completa.

“O candidato é avaliado como alguém que ainda está em curso, ou seja, aprendendo. Não importa se ele já tenha concluído uma faculdade. Nesta ocasião, não terá responsabilidades de uma analista?, diz Bueno.

Slepicka, que está há cinco meses em busca de uma posição na área de comunicação, faz jus a opinião do gerente. O universitário, que já conseguiu algumas entrevistas, se sente mais seguro, porém, nota maior curiosidade dos selecionadores.

“Estou mais ciente do que quero. Percebo que ganhei maturidade, flexibilidade e o modo de pensar a carreira também evoluiu. No entanto, sempre há questionamentos sobre o porquê mudei de área e qual o objetivo com a nova opção”, declara ele.

Prós e contras na hora da escolha – Se o objetivo do estudante é complementar a carreira, o conselho de Bueno é cursar pós-graduação. No entanto, ele salienta a importância de estar preparado para assumir o compromisso acadêmico que a especialização exige. “O término da graduação ocorre muito cedo hoje.

Com 23 anos já é possível fazer pós. Mas sendo novo, com pouca experiência prática e profissional, a especialização pode não apresentar resultados com o mesmo impacto se feita numa outra época”, explica.

Para Bueno, a pós-graduação virou commoditie. “Hoje ter especialização é bonito. O candidato, antes de tudo, deve ter aprendizado e vivência nas empresas. Desta forma, ele aprimora, complementa o que já sabe e agrega novos conhecimentos”, explica o gerente, que afirma que dar seqüência numa pós depois da universidade, não funciona.

“Na teoria é tentador, na prática pode não dar certo”, diz.

Mesmo que a pós-graduação não conceda o direito de exercer a profissão, a professora de Psicologia da UFSC defende a especialização para profissionais que já possuem gosto pela área.

“Se feito com segurança, o curso complementa a graduação e contribui para o desenvolvimento profissional. Se o objetivo é avançar na carreira, certamente, é a melhor opção”, garante Duce.

A coordenadora de Gestão de Recursos Humanos da Feevale segue com o mesmo posicionamento de Duce. “Quando se pensa em crescimento profissional, a pós-graduação oferece mais subsídios e outro nível de discussão”, explica Maria Cristina.

Universia.com.br

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