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Da Bahia para o mundo: estúdio de design da Ford mostra os traços brasileiros

Quando o Ford Modelo T começou a ser montado no Brasil, em 1919, todos os carros eram pintados na cor preta.

Não por uma preferência dos clientes, mas por exigência da produção em massa, que dava seus primeiros passos: essa era a cor que secava mais rápido e dava a agilidade necessária para a linha de montagem.

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Hoje, 90 anos depois, a tecnologia de acabamento evoluiu para a dimensão nano e o preto é, junto com o prata, uma das cores mais procuradas pelos consumidores, agora por questão de preferência.

Ford Modelo T Primeiro automóvel de luxo fabricado no Brasil,
Ford Galaxie

Esta é uma das curiosidades do design automobilístico brasileiro, cuja história a Ford, primeira montadora a operar no País, ajudou a escrever.

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A marca mantém hoje no Brasil um de seus cinco centros mundiais de criação de veículos, responsável pelo desenvolvimento de automóveis de passageiros, picapes leves e médias, utilitários esportivos e caminhões para a América do Sul e o México. Lançamentos recentes como o Novo Ka e a Nova Ranger são exemplos da qualidade desse trabalho.

Instalado na fábrica de Camaçari, na Bahia, o Estúdio de Design da Ford conta com uma equipe de nível internacional formada por 70 profissionais, entre designers, modeladores de clay, modeladores digitais, administradores e engenheiros.

A área é equipada com o estado da arte em tecnologia de simulação por computador e recursos avançados para a construção de protótipos, que permitem a criação completa de veículos desde o esboço inicial até o produto final. Essa estrutura se completa com um estúdio satélite na fábrica de São Bernardo do Campo, em São Paulo, conhecido como Color & Trim, onde são criados tecidos, cores, texturas e outros acabamentos dos veículos.

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EcoSport
Moda e comportamento – O estúdio brasileiro é interligado em tempo real aos centros de desenvolvimento de produtos da Ford nos Estados Unidos, Europa e Ásia.

“A tendência de uso de plataformas globais aumentou a integração entre os centros mundiais de Design. Todos podem opinar quando um veículo novo é desenvolvido para garantir a sua capacidade de atender diferentes mercados”, diz João Marcos Ramos, foto logo abaixo, chefe de Design da Ford América do Sul.

Segundo ele, além da experiência com modelos compactos – cada vez mais valorizados no mundo por razões econômicas e ambientais – o brasileiro tem grande capacidade para trabalhar com produtos mais simples, que podem ser aproveitados em outras regiões.

O design de automóveis sofre influências da moda, da arquitetura, da eletrônica e busca inspiração sobretudo no comportamento e estilo de vida dos consumidores.

“Traduzir o que o cliente deseja no estilo de um veículo é um processo complexo, que vai muito além da beleza. Exigências técnicas de engenharia, custos, aerodinâmica, segurança, funcionalidade, conforto, visibilidade, facilidade de produção e reparo, disponibilidade de materiais e de tecnologia são outros aspectos que precisam ser considerados”, diz Ramos.

Esse perfil faz do designer automobilístico um profissional diferenciado dentro do Desenho Industrial. “Para trabalhar na área é preciso mais que vocação, é necessário paixão e um conhecimento muito específico sobre automóveis.”

Criação nacional – A Ford montou o primeiro estúdio de design no Brasil nos anos 60, com a aquisição da Willys Overland do Brasil. O Galaxie foi o primeiro modelo a ter suas linhas suavizadas para atender o gosto do consumidor local.

O primeiro veículo da marca desenhado no País foi o Corcel, seguido da Belina, Corcel II, Del Rey, Pampa e Verona. Até os anos 70, o estilo era inspirado no design americano.

Nos anos 80, passou a seguir o design europeu, presente em modelos como Hobby, Escort e no primeiro Fiesta.

Nos anos 90, o Ka introduziu a linguagem de design “New Edge” da Ford, de linhas inovadoras, adotada também no Focus.

Nos anos 2000, foi a vez do Novo Fiesta e do EcoSport – dois grandes sucessos da criação nacional –, recentemente renovados já sob influência do estilo “Kinetic”, nova tendência de linguagem mundial da marca.

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Show cars – Ford Ka “The Beast” no Salão do Automóvel, em São Paulo, 2008

“Até o começo desta década tínhamos mais independência para criar. Hoje, as tendências são globais”, explica Ramos.

Isso não impede, no entanto, que os designers também tenham oportunidade para voos mais livres. É o que acontece na criação de “show cars”, feitos especialmente para exibição, como o Ka “Beauty” e o Ka “The Beast” mostrados no último Salão do Automóvel.

“Os ‘show cars’ servem como laboratório para medir a reação do público a novas tendências e são importantes para reforçar a imagem da marca e do produto. É um exercício de criatividade que todo designer adora, sem as limitações do produto feito em série”, diz.

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Novo Ford Ka – modelo pode ser considerado um sucesso em design quando comparado com a versão anterior

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