Um relatório recente da empresa de consultoria americana JD Power aponta um caminho pouco animador quanto à expansão das vendas mundiais de automóveis híbridos e elétricos a bateria até 2020.
Na realidade, a JDP concluiu o que vários analistas já apontavam, inclusive a coluna Alta Roda.
“A migração dos consumidores para alternativas tecnológicas provavelmente vai requerer a combinação de alguns cenários: significante aumento dos preços globais do petróleo; substancial avanço nas tecnologias verdes para reduzir custos e aumentar a confiança dos consumidores; coordenação de políticas de governo para incentivar a compra desses modelos”, explica a JDP.
Uma diferença nesse estudo foi a projeção do crescente número de vendas anuais nos próximos dez anos.
Para os híbridos a previsão atinge 3,9 milhões de unidades em 2020, sendo 1,7 milhão nos EUA, 977 mil na Europa, 875 mil no Japão e no máximo 100 mil na China.
Ou seja, cerca de 5% do total mundial de 71 milhões de automóveis de passageiros naquele ano.
Para carros elétricos a bateria os números aparecem bem mais modestos. Em 2020 seriam comercializados algo em torno de 1,3 milhão de unidades, correspondendo a menos de 2% das vendas mundiais.
A distribuição seria de 742 mil unidades na Europa, 332 mil na China e 100 mil tanto nos EUA como no Japão.
Por outro lado, o site de noticiário automobilístico inglês just-auto publicou seu Relatório Global de Expectativas para 2017 sobre veículos elétricos.
Não teve o foco de estabelecer projeções numéricas, mas analisou as dificuldades à frente. Chamou a atenção para a lógica do consumidor.
“Habitualmente o comprador supervaloriza o preço do veículo (ou o valor da prestação mensal) e subvaloriza as despesas correntes a exemplo de combustível, seguro e manutenção”, destaca. Em outros termos, o veículo elétrico precisa cair do patamar atual de duas vezes o preço de um carro comum.
O mesmo relatório apontou a China, maior mercado do mundo, com papel relevante. O país exige que as marcas ocidentais transfiram tecnologia para produzir lá. É tema importante, pois alimentaria um futuro concorrente de muita força.
A Nissan acaba de entregar o primeiro Leaf elétrico a um comprador nos EUA, iniciando a era moderna da produção em série desses veículos.
A boa notícia foi anunciada por Mitsuhiko Yamashita, diretor de Pesquisa e Desenvolvimento do fabricante japonês.
Ele acredita que em dois anos a diferença de preço para um modelo convencional cairia em 30%. E a partir de 2015 o tíquete de venda seria praticamente o mesmo, incluindo o preço da bateria. Outros cálculos de custo-benefício precisariam ser feitos, porém já se trata de um avanço.
Persiste uma indagação também apontada pela JDP. Se a preocupação mundial é o CO2 e o possível aquecimento da atmosfera, então se torna imperativo discutir a geração de energia elétrica para recarregar as baterias.
E grande parte do mundo utiliza usinas térmicas a carvão, óleo ou gás para tal. Nesse panorama a emissão de gás carbônico pode apenas ser mitigada e, em alguns casos, até aumentada.
Respostas chegariam da energia nuclear (e o lixo atômico?) ou eólica ou solar (a que preço?). Dúvidas relevantes.
RODA VIVA – AGÊNCIA de proteção ambiental (EPA, em inglês) dos EUA calculou o consumo médio expresso em milhas/galão dos veículos híbridos e elétricos para facilitar o entendimento dos compradores.
No caso do Leaf, é de 42,1 km/litro. Quanto à autonomia com a bateria recarregada alcança 117 km, longe dos 160 km informados pela Nissan.
PARA o Chevrolet Volt, híbrido pleno do tipo em série, cujo motor a combustão de 1,4 l só recarrega a bateria, os números são menos otimistas.
Alcançam 39,5 km/l, quando utiliza apenas a bateria de íons de lítio, e autonomia de 56 km contra 80 km indicados pelo fabricante. Para estender a autonomia (450 km) o consumo combinado dos dois motores atinge 25,5 km/l.
ARTIGO da revista Vida Bosch levanta a cronologia de surgimento de alguns dos itens de conforto oferecidos, corriqueiramente, nos carros modernos.
Primeiro aparelho de ar-condicionado surgiu em 1938, mas só em 1954 passou a ter controles no painel e componentes alojados no cofre do motor. Direção hidráulica é de 1920, porém, em escala comercial, apenas em 1951.
EXPERIÊNCIAS com câmbios automáticos começaram em 1903. No entanto, o primeiro automóvel com esse avanço apareceu em 1948.
Rádio caseiro, ainda adaptado para funcionar num carro, surgiu em 1930, depois de superados os problemas com interferências elétricas que impediam os ocupantes de ouvir algo mais além de chiados.
PESQUISAR sons de alertas nos automóveis toma mais tempo do que parece. A Ford, por exemplo, desenvolveu nos EUA sons eletrônicos que imitam grilo, gorjeio de pássaro, bola de golfe caindo no buraco e sons sintéticos apreciados pelos jovens.
Quem tiver curiosidade em ouvi-los basta acessar o link: http://media.ford.com/article_display.cfm?article_id=33441.
fernando@calmon.jor.br e www.twitter.com/fernandocalmon
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