O Salão do Automóvel de Buenos Aires, encerrando-se neste domingo, acertou seu alvo depois de tentativas e da falha, por ausência, há dois anos: secunda o Brasil em importância nas Américas Latina e do Sul.
E o fato de, sendo mercado menor – 600.000 unidades x 3.500.000/ano brasileiras – realça o apresentar das estrelas em nosso perímetro.
Foco preciso, os argentinos receberam as atrações em ano de não realização da mostra paulista, e o fizeram com os principais picapes do mercado nacional: Ford Ranger; GM Colorado; versão cabine simples, opção motor a gasolina, e cabine dupla enfeitada para o VW Amarok; e novos picape Dodge Ram.
Em automóveis, manteve a colocação, ao exibir, em primeira mão, o Chevrolet Cobalt, a ser feito no Brasil ainda este ano para substituir os cansados, porém lucrativos Astra, e seu derivado Vastra – também dito Vectra.
Registrou, também, o anúncio formal de produção do Toyota Ethios em 2012, em Sorocaba, SP. Será menor, construção simplificada, com jeito de Daihatsu, associada da marca.
Da Volkswagen, estudando produzi-lo no Paraná, o SpaceCross, com decoração e acessórios sugerindo disposição fora de estrada para a versão do SpaceFox.
Dúvida há sobre o Honda City, mostrado como argentino, informando-se que a brasileira irá minguar em favor da fabricação vizinha. A Honda no Brasil nega.
Feita na Argentina, a versão 1.6 turbo do Peugeot 408; importados europeus, 508 e Citroëns DS3 e DS4.
Boa referência é o Renault Duster, utilitário esportivo com opção de tração total, focado no sucesso do Ford Ecosport, porém maior, sobre a antiga, porém resistente plataforma B090, base de Logan e Sandero.
O governo também aproveitou a presença maciça anunciando medidas legais pró-segurança, como pelo menos um engate Isofix; cintos de segurança com três pontos em 2013, e dois airbags e ABS em 2014.
De volta – O Ranger virá carregado de esperanças de voltar a disputar os primeiros lugares de venda. Já foi líder por décadas na Argentina e perdeu o posto para o Toyota Hi-Lux. No Brasil estava nos primeiros lugares, mas ficou para trás.
Sua atualização terá leque aberto para concorrer em todas as faixas de versões, aplicativos e preços. Ganhos em porte, confortos, mecânica como a transmissão de seis velocidades, e novas motorizações.
Da cabine simples com motor diesel importado, Duratec 2.5 e modesta tropa de 122 cv, até o 3.2 de ampla cavalagem, incluindo nas opções versão a gasolina.
Esperança – O GM Cobalt renovará a marca no Brasil, alento em meio a produtos antigos. Projeto original Daewoo, assumido pela GM, grande auxiliar no processo de recuperação.
Linhas marcantes atribuídas ao designer Carlos Barba, fazedor de milagres com carrocerias novas para plataformas antigas.
Originalmente o projeto se chama GM Emerging Market Gamma II Vehicle e não foi criado no Brasil. As dimensões maiores indicam substituirá o Astra e seu derivado Vastra – também dito Vectra.
Casa Própria, o sonho da Keko – Fábrica de acessórios para veículos, formadora de moda, a gaúcha Keko iniciou operar nova fábrica.
Construção racional, ecológica, consumiu R$ 35M, e seus 21 mil m2 de área industrial permitirão dobrar produção, reduzir despesas, aumentar produtividade e faturamento dos R$ 85M de 2010 para R$ 111M.
A fábrica está em área misto de pasto com mata ciliar, numa romântica estradinha em Flores da Cunha, a uma vintena de quilômetros de Caxias do Sul, RS, de onde desmobiliza os últimos equipamentos. Flores viu o longe, ofereceu facilidades, terreno, terraplanagem, água e energia. A Keko, iniciando, já é o segundo recolhimento de impostos.
Sonho, realidade – Há 25 anos, um montador de silos criou suporte articulável para estepe de picapes e jipes.
Encomendas, sobreposição de atividades, visão de mercado mudaram a vida de Henri e de sua família, incluindo quatro jovens Mantovani – Leandro, Juliano, Lilian e Fabiano.
Em 90 m2 dobravam canos, cortavam chapas, furavam, soldavam, pintavam, embalavam e entregavam aos clientes, demandando por novidades ao nascente segmento off-road.
Produtos, visão, dinamismo para acompanhar tendências de mercado, o negócio se desenvolveu e, em 25 anos ocupava 7 endereços em Caxias do Sul compatibilizando as várias linhas de produto: plástico em vacuum forming para reforços de parachoques, santoantonios cromados ou em pintura nanocerâmica, capotas para caçambas, engates, itens importados.
Em suma, ferro, alumínio, plástico mole e duro, fornecidos às maiores montadoras do país, comércio, e exportando a todo o continente sul, Portugal, Alemanha, Austrália.
A nova instalação resume quatro pequenas fábricas em paralelo, com único almoxarifado e única expedição. Bonita, racional, ecológica, emblemática, é a merecida casa própria de esforçado e bem sucedido negócio familiar.
Roda-a-Roda
Chegou – Prometido para março, atrapalhado pelo Tsunami japonês, só agora apareceu o Fiat Bravo com a motorização T-Jet. 152 cv de potencia, ótimo desempenho, segurança, bem equipado, a R$ 69.000.
Pacote – Para conter custos aos proprietários de Audi A1 a seguradora Porto Seguro criou apólice a partir de R$ 1.880.
Negócio – Resolução Contran 384 proíbe lâmpadas de xenônio em faróis não projetados opticamente para recebe-las.
Boa providência, evita o perigo do ofuscamento aos motoristas em sentido contrário. A Osram, fabricante, diz respeitar a regra, produzindo, fornecendo às montadoras e reposição. Pressão e reclamações do técnico paulistano Roberto Gozzo, preocupado com o egoísmo perigoso do uso, queixou-se ao Contran.
Onda – Moras ou vais a S Paulo, Rio, Salvador ou Brasília ? Quer fazer graça com importado ? Alugue um Chevrolet Malibu na Hertz.
Modelia descontinuada, ainda disponível no Brasil, locação para 100 km por R$ 280/dia, + 11 % de curiosa taxa de serviço, + R$ 40 de proteção a terceiro.
Antigos – Um dos leilões do melhor fim de semana antigomobilístico no mundo, é o da Gooding & Company em Pebble Beach, California, 20 e 21 de agosto, terá duas raridades: Bentley 1921, chassi 0003, mais antigo do mundo, e moto Brough Superior 1931, ex Steve Mc Queen.
Ecologia – Sistema destilador de solventes criado pela Renault em sua fábrica paranaense reduziu a geração de resíduos, reaproveita material, diminui custos, e a emissão de gás carbônico.
Gente – Marcel Della Barba, 27, jornalista, promoção. OOOO Saiu da Volks e é novo Supervisor de relações com a imprensa de automóveis da Mercedes-Benz.
OOOO Alexandre Carvalho, jornalista, evolução. OOOO Deixou a X-Press, boa assessoria de imprensa, assumiu lugar no cliente Nissan. OOOO
Questão de influencia, a Fiat na Itália – Usualmente fábricas de automóveis tem muita importância nas cidades onde estão instaladas.
Fácil entender, dão emprego, garantem o consumo, fortificam comércio, indústria, melhoram os serviços públicos, geram muitos impostos.
Apesar da situação comum, nenhuma delas tem tanto relevo quanto a Fiat em Turim, Itália. Ali nascida, foi mantida para garantir a importância regional depois que deixou de ser capital.
A decisão gera influencia, garante as condições citadas, e deu destaque á agradável cidade na razão direta da importância de seus condutores, a família Agnelli, do primeiro ao último Giovanni, e de seu peso específico e institucional na economia e na política italianas.
Um outro aspecto de caráter histórico e econômico, é o de ter assumido boa parte das montadoras italianas, impedindo-as de fechar por variadas razões – gestão, capital, capacidades.
A Fiat as absorveu, com sinergias industriais, ou as manteve com suas marcas, da pioneira Ceirano, à Siata, como as mais recentes aquisições, Ferrari, Maserati, Lancia, Auto Bianchi, Inocenti, Alfa Romeo.
Exceto Lamborghini, a Fiat detém todas as marcas italianas de veículos, e ter assumido o controle da Chrysler e suas marcas Dodge e Jeep, fincando base como vencedora no mercado norte-americano, aumentará este capital institucional.