A Fiat Automóveis festeja com competência e eventos seus 35 anos de operação na fábrica de Betim. Exibe conquistas, um orgulho de identificação com o país que nenhuma das montadoras estrangeiras conseguiu exprimir.
Entretanto, a bem da história, há que se mudar o número. A Fiat está no Brasil, numa operação de montagem de veículos, desde 1907, quando os irmãos Grassi, tão oriundi quanto a marca, iniciaram receber, pintar e complementar automóveis e caminhões no Brasil.
A marca estava aqui desde 1903 com dois automóveis, e referenciais proprietários, o Conde Francesco Matarazzo, homem mais rico da América Latina, e o desportista também Conde Sílvio Penteado.
Este ganhou a primeira corrida do país, o Circuito de Itapecerica. Em 1910 a Fiat se instalou oficialmente no Rio de Janeiro, com razão social adequada: Fiat Brasileira S/A. Era a capital federal, base cultural, de moda e do poder.
E, para dirigi-la teve, com certeza o representante mais longevo: Primo Fiorese. Ágil, envolvente, entrosado com o nascente movimento automobilista, tem recorde próprio e difícil de superar, mantendo-se na função durante 53 anos.
Nomeou revendas, como A. Grimaldi para a nascente Belo Horizonte; a F Matarazzo em S Paulo; e Apulchro D´Alencastre na então inacessível Goyaz – para ir lá era via Salvador, Ba., Pantaleão Arcuri em Juiz de Fora, MG.
Na virada da década de 20, após a Grassi ter montado quase todos os 275 Fiats circulando em S Paulo, a Matarazzo passou a representar a marca, receber e montar.
Situação que diferia os Fiat dos demais automóveis montados no Brasil eram as três mãos de pintura que os automóveis recebiam, tornando-os brilhantes, e garantindo longevidade à pintura que, para os outros veículos era de curta duração.
Fiorese soube capitalizar a marca com promoção e vitória em corridas e raids, pela elegância e boa mecânica.
Era competidor e, mesmo com mais de 70 anos, ganhou várias provas de subida de montanha com seu carro designado, um Fiat 1400, montado em São Bernardo do Campo, SP.
Na década de ´50, com a mudança da legislação para induzir a nacionalização, a Varam Motors, então montadora dos norte-americanos Nash, assumiu a montagem dos Fiat até 1955.
Neste ano encerrou-se a montagem e a representação nacional da marca passou à empresa Luporini S/A.
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