Internacionalmente é o IAA e se auto rotula, como todas as demais mostras do setor, como o de maior relevo. Tem certa razão. É o maior em porte, prédios e níveis.
Diz o folclore, jornalista inglês usou um podômetro e aferiu 14 km de caminhada reta percorrendo toda a mostra.
Neste ano, 1.012 exibidores com 183 novidades, 89 de montadoras, e sólida presença em veículos com tecnologias verde-alternativas, elétricos, diesel-elétricos, gaso-elétricos, coisa festiva, e desenvolvimentos pontuais em componentes e sistemas para reduzir consumo e emissões, barreiras legais ao uso de veículos na Europa.
Na prática – Lamentavelmente, entretanto, destas novidades, poucas aqui chegarão. E, pior, via importadores, pois os novos veículos das marcas com operação industrial no Brasil tomaram o caminho do desnível técnico, em usual mixagem com produtos antigos, criando nova categoria veicular – a Mercosul.
Assim, o Volkswagen UP!, sobre o qual a marca alemã despejará rios de euros para apresentá-lo como o mais barato da família, dificilmente chegará aqui.
O conceito Evos Ford, sedã hatchback mais largo, com óbvia otimização de espaços, influenciará nova geração mesclando dirigibilidade e tecnologia adaptativa a confortos e condução.
Da possibilidade de chaves-na-mão, o lançamento do novo Focus somente se refletirá no Brasil quando a banda americana o exigir.
De coisas factíveis, o novo Porsche 911, variações Carrera e GT – que mudou tudo para parecer não haver mudado – aparecerá ao querer dobrar suas vendas mundiais, sendo o Brasil dos mercados de maior expansão. Na mesma renca, os Kia Rio e o conceito GT, sobre a maior plataforma Hyundai-Kia.
O conceito You exibido pela Volvo sinaliza os modelos da marca nos próximos anos. Desenho com a limpeza escandinava, teto longo com a atual mania de fazer perfil de coupé em sedã, e intensa eletrônica, tecnologia intuitiva baseada em tablets, e o contraste de conceitos no interior de maneira artesanal, e os comandos através de telas por toque, transmitindo dados ao espelho retrovisor.
O som, apurado, emprega insólita tecnologia Alpine com ar, e o interior tratou todos os ocupantes no mesmo nível.
Os revestimentos em couro, com Alcântara, no teto e dividindo as laterais com tecido de alfaiataria dão-lhe destaque.
Fisicamente reduz entre 100 e 150 kg no peso global, e a nova família de motores com 4 cilindros tem rendimento dos atuais 6. No lápis …, 60% menos em peças; motores 90 kg mais leves; consumo menos 35%.
Em componentes, a transmissão automática ZF com 9 marchas aparecerá em BMWs e Mercedes, prometendo economia de 16% em combustível e emissões relativamente ao modelo com 6M. No caminho verde, pneu Continental otimiza rolagem em até 3%.
Roda-a-Roda – Modos – Matriz da Volkswagen lamentou publicamente que a Suzuki, com quem tinha entendimento negocial, haver comprado motores diesel Fiat.
Troco – Provocado, herdeiro, presidente e octogenário Osamu Suzuki cortou frio e fundo como um golpe de Katana: disse, no acordo nada havia a aprender com a Volkswagen, e mandou encerrá-lo.
Cortou as pretensões da alemã em usá-la como líder do mercado indiano onde, crescer para a VW é básico no projeto de ser líder mundial em 2018.
Risco – Equilibrando-se para conseguir socorro-ponte do grupo chinês que a adquiriu, a SAAB pode ter falência decretada. Dois sindicatos pediram sua insolvência alegando dever os salários de agosto.
Korando – Creditando o sucesso dos concorrentes coreanos a design ocidental, a SSangYong contratou a Italdesign e Giorgetto Giugiaro – antes da venda para a VWAG – para re acertar o SUV Korando.
Trabalho amplo, linear, mas contido. Mudou plataforma, carroceria. Motor diesel, quatro cilindros, injeção direta, turbo. 2.0, 16V, 175 cv a 4.000 rpm, câmbio com 6M, automático ou manual. De R$ 89.900 a R$ 119.900.
EcoRenault – O Duster, mini utilitário esportivo, uma espécie de visão da Renault sobre o Ford EcoSport, iniciará ser vendido em outubro.
Fontes da empresa dizem, projeto combina resistência aos buracos urbanos e relativa habilidade para o fora de estrada. Usa a rude base do Logan e Sandero, resistente a jogo duro. Sucesso? Preço dirá.
Muda – A Ford anunciou produzir na Europa o motor 1.0, três cilindros, turbo, como base de seus produtos. Aqui, médio prazo, substituirá o Zetec.
Sintoma – Montadoras concedem férias e licenças para harmonizar estoque das fábricas e revendedores e os balcões de vendas.
Projeto – Atual modelo nacional, para muitas montadoras, se baseia em peças e conjuntos comprados no exterior, desnacionalizando a indústria automobilística, gastando divisas, dando emprego no exterior, gerando desemprego local.
Pré – A Nissan faz passeio pelo nacional mostrando o Leaf, primeiro elétrico produzido em larga escala, e o March, que iniciará vender a partir de outubro.
Diz, completo, abaixo de R$ 30 mil – uns $ 29.900 – ser primeiro popular japonês. Selo generoso: a marca é japonesa, e o carro, mexicano.
Negócio – Os energéticos Red Bull e a Renault Sport F1 manterão parceria por mais cinco anos, com o desafio de novo motor para a Fórmula 1: 1.6; V6, turbo, e chassi equipado com Kers, o recuperador de energia.
A Red Bull assumiu a equipe Renault, ganhou em 2010 e deverá repetir em 2011. Não é relação de cliente e fornecedor. Unir-se-ão em empresa própria.
Enfim – Gustavo Brasil, produtor de itens para restauração de veículos antigos, engenheiro, professor, fechou com o Centro Universitário Newton Paiva, em Belo Horizonte, MG, curso de extensão em antigomobilismo.
Aberto á comunidade, abordará História, Design, Estilos, Restauração Automotiva, Avaliação para fins de originalidade. 36 horas/aula; R$ 306,00 início dia 17.
Mais http://www.newtonpaiva.br/cursos/Curso.aspx?cid=6743
Gente – Cledorvino Belini, administrador, presidente da Fiat e da Anfavea, 60, premiado.OOOO Personalidade Mundial de Vendas 2011, pela federação dos dirigentes de vendas.
OOOO Francesco Abbruzzesi, italiano, engenheiro, 40, co-optado.OOOO Deixou a Fiat na Europa, será Diretor Geral da Citroën no Brasil.
OOOO Ivan Ségal, 40, hoje no cargo, será Diretor da Citroën AL, reportando-se diretamente a Carlos Gomes, presidente da PSA Peugeot Citroën Brasil e AL. OOOO Julio Arcoverde, político, novo diretor geral do Denatran. OOOO
Há 100 anos a Ford iniciou, pioneiramente, projeto de expansão mundial. Com oito anos de operação encadeada, rentável e sem sustos, e crescente sucesso do icônico Modelo T, Henry Ford entendeu que as características do veículo davam-lhe aplicação mundial.
E criou a primeira filial fora dos EUA, na Inglaterra, exportando componentes para montar o valente T.
Diferia-o dos modelos norte-americanos, o volante de direção à direita. Em 1932, com a substituição do motor A pelos pioneiros V8, e pelas características mercadológicas britânicas, taxando os veículos por cilindrada, criou o Modelo Y, específico para a Inglaterra.
O motor, quatro cilindros, menos de 1.000 cm3, sobreviveu décadas, equipou os míticos Lotus 7, serviu de base para monopostos de corrida, Fórmulas Ford, Junior e 3, e no Brasil, chamado Endura, 1.3oo cm3, equipou Fiesta e Ka.
A experiência com os ingleses e o T com volante à direita fomentou operar em outro continente, a América do Sul, em 1915 na Argentina e daí enviando veículos ao Uruguai. Ambos, então, adotavam a mão inglesa.
De lá para cá as operações internacionais em todos os continentes e principais mercados criaram base local. Na prática, fazer verdade o slogan do Modelo T – “o carro universal” – espalhando-o pelo mundo, criou enorme rede operacional extra-EUA.
Foram as que lastrearam a Ford em seu projeto de re-vitalização, iniciado antes da grande crise que puniu a Chrysler e reduziu a GM, e mantiveram a companhia longe do socorro oficial e com controle pelos acionistas familiares.