Tradicionalmente o volume de negócios no segundo semestre apresenta crescimento em relação ao primeiro. Além da chegada da primavera e o verão, com o clima mais ameno, propício ao uso de veículos de duas rodas, há que se acrescentar o ingresso de mais recursos na economia, como o décimo-terceiro salário. A esses elementos alentadores, soma-se a tradicional realização de grandes eventos, o que também costuma estimular o mercado.
Desta forma, a ABRACICLO, Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares, aposta que a 13ª edição do Salão Duas Rodas, o maior evento setorial de toda a América Latina, que acontece de 7 e 12 de outubro em São Paulo, pode estimular a demanda por motocicletas. A entidade apresentou o desempenho do segmento no terceiro trimestre do ano durante coletiva à imprensa na abertura da mostra.
De acordo com os dados setoriais consolidados e divulgados aos jornalistas, a indústria de motocicletas produziu 117.444 unidades em setembro, correspondendo a uma leve alta de 3,0% sobre agosto, que havia atingido 114.013. Em comparação com o mesmo mês do ano anterior (127.813), a retração constatada foi de 8,1%. De janeiro a setembro de 2015, saíram das linhas de montagem do Polo Industrial de Manaus 1.031.447 motocicletas, o que representa uma significativa queda de 11,6% frente ao mesmo período de 2014.
Em setembro as vendas efetuadas das fabricantes para suas concessionárias, o chamado atacado, somaram 103.692 motocicletas, registrando sensível crescimento de 1,7% frente a agosto e retração de 11,1% em relação a setembro do ano passado. Durante os primeiros nove meses do ano foram comercializadas 958.366 unidades, volume 10,2% inferior ao mesmo período do ano anterior.
Considerando o mesmo comparativo, as exportações registraram alta de 4,0% em relação ao oitavo mês e 7,3% frente a setembro de 2014. No acumulado, com 45.922 operações em 2015, o decréscimo foi de 35,8%.
Emplacamentos – No varejo foram comercializadas 98.101 unidades em setembro, índice 1,8% inferior ao volume de agosto (99.854) e de 18,1% em relação a igual período de 2014 (119.793). No acumulado do ano, a retração é de 11,4%, passando de 1.069.714 motocicletas emplacadas, em 2014, para 947.396, em 2015.
No nono mês do presente ano, que contou com 21 dias úteis, a média diária de vendas foi de 4.671 unidades, correspondendo a um recuo de 1,8% ante o mês anterior. Quando comparado a setembro de 2014, que apresentou 22 dias úteis, o descréscimo chega a 14,2%.
Perspectiva – Diante deste cenário, a indústria de duas rodas revisou suas projeções para o fechamento do ano em curso. Os fabricantes projetam uma produção de 1.295.000 motocicletas, uma queda de 14,7% em relação ao resultado produtivo de 2014. As vendas no atacado e varejo devem atingir 1.300.000 e 1.280.000 unidades, ficando 9,1% e 10,5% abaixo do concretizado no ano passado, respectivamente.
Para as operações externas, a perscpetiva é de uma recuperação de 27.078 unidades para o próximo trimestre, o que representará um crescimento de 62,0% em relação ao mesmo período de 2014. A previsão de 2015 chega a 73.000 unidades, o que corresponde a um recuo de 17,1% frente ao ano anterior.
“O Brasil concentra características que figuram entre os países da Europa e da Ásia. Hoje, temos cerca de uma moto para cada nove habitantes. Já em países desenvolvidos essa relação é de uma moto para cada sete. Nos países asiáticos, como no Vietnã, esta relação chega a um por três. Desta forma, estes número apontam que o Brasil ainda tem muito o que crescer, se ponderamos uma média entre os dois mercados”, finaliza Marcos Fermanian, presidente da Abraciclo.