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Março tem alta nos emplacamentos de veículos

Com crescimento de 46,8% nas vendas de motocicletas sobre fevereiro, Setor registra resultado positivo em março. No trimestre, no entanto, a retração foi de 7,6% sobre o mesmo período de 2021.

De acordo com dados da FENABRAVE – Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores, os emplacamentos de veículos, impulsionados pelo segmento de duas rodas e pesados, cresceram 23,2% sobre fevereiro e 1,4% sobre março de 2021.

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Já no acumulado do 1º trimestre, houve queda de 7,6% sobre o mesmo período do ano passado.

Para José Maurício Andreta Jr., Presidente da FENABRAVE, o desempenho no trimestre é reflexo de um conjunto de fatores, nacionais e globais.

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“A variante Ômicron afetou a produção de diversos componentes industriais e a venda de veículos, no início do ano. Em seguida, houve o conflito entre Rússia e Ucrânia, que deixou muitos consumidores preocupados, especialmente, com os preços dos combustíveis”, afirma.

Segundo estudo realizado pela assessoria econômica da FENABRAVE, o preço do petróleo subiu 34,8% no mercado internacional, enquanto o Real valorizou 16%. Isso implica em um aumento de 13% no valor repassado às distribuidoras.

A variação percentual da gasolina, no ano, foi de 24,7%, no preço da Petrobras para as distribuidoras.

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“Esta elevação impacta na decisão de compra dos consumidores de veículos e reflete no desempenho do nosso Setor”, esclarece Andreta Jr.

Redução de IPI e lançamento do Programa Renovar – As boas notícias ficam por conta da recente Redução do IPI – Imposto sobre Produtos Industrializados e a criação do Renovar – Programa de Aumento da Produtividade da Frota Rodoviária no País , estabelecido pela Medida Provisória 1.112, de 31 de março de 2022.

“A desoneração do IPI era necessária e foi muito bem-vinda ao Setor. Já o Renovar é um programa que levará mais segurança às vias brasileiras, pois tem como meta tirar de circulação veículos em fim de vida útil, ou seja, aqueles com mais de 30 anos que, hoje, representam 26% da frota total de caminhões no Brasil”, explica Andreta Jr.

DESEMPENHO GERAL

AVALIAÇÃO POR SEGMENTO

Automóveis e Comerciais leves – A redução de IPI foi uma das boas notícias para o segmento em março e, segundo Andreta Jr., pode ajudar a aquecer o mercado neste quadrimestre, considerando a extensão do benefício até o final de abril.

“A medida beneficia os consumidores e tem potencial para melhorar os índices de emplacamentos”, disse.

O Presidente da FENABRAVE também comentou sobre o aumento de participação de veículos elétricos no mercado. Em março do ano passado, os elétricos e híbridos representavam pouco mais de 1% do segmento e, em março de 2022, a participação cresceu para 2,9% (totalizando 3.851 unidades).

“Há novos modelos chegando ao mercado com frequência e notamos o aumento do interesse dos consumidores por estes veículos, tanto por conta dos preços dos combustíveis como por preocupações ambientais”, afirmou Andreta Jr.

Caminhões – Como o segmento ainda enfrenta falta de peças e componentes para alguns modelos, a previsão de entrega chega a até 60 dias.

“Há boa demanda de caminhões no mercado e a produção, pouco a pouco, vem se equalizando com a procura de veículos, tanto que, em dezembro do ano passado, havia entregas sendo agendadas para até 180 dias” , analisa Andreta Jr.

O segmento de caminhões deve ser um dos beneficiados pela criação do Renovar. A ideia é que os proprietários de veículos próximos ao fim de sua vida útil recebam incentivos para encaminhá-los à reciclagem e trocá-los por unidades mais novas ou 0km.

“Além da melhora na segurança viária, a medida pode trazer ganhos ambientais, diminuir custos logísticos, aumentando a segurança, reduzindo acidentes e, consequentemente, beneficiando toda a economia” , argumenta o Presidente da FENABRAVE.

Ônibus – Impulsionados por programas governamentais de transporte público, como o Caminho da Escola, os emplacamentos reagiram em março.

“O volume segue baixo na comparação histórica, mas temos visto variações positivas nos últimos meses” , afirma Andreta Jr.

Implementos Rodoviários – Apesar de depender menos de componentes importados, há dificuldades na obtenção de alguns itens, como pneus.

“A crise de abastecimento ainda não foi totalmente superada, apesar de, atualmente, as fabricantes enfrentarem problemas apenas pontuais de disponibilidade de insumos” , diz Andreta Jr.

Motocicletas – Registrou ótimo resultado, superando a marca de 100 mil unidades, pela primeira vez, em 2022.

“As vendas estão aquecidas. Com o combustível mais caro, temos observado muitas pessoas migrando do carro para o segmento de duas rodas. Além disso, as motos já se consolidaram como instrumento de trabalho, como serviços de entrega”, conta o Presidente da FENABRAVE, complementando:

“As motocicletas dos subsegmentos city e scooter representam 76% do mercado, no acumulado de 2022, enquanto, em 2021, a participação era de pouco mais de 73%” , completa Andreta Jr.

Tratores e Máquinas Agrícolas – Obs.: Por não serem emplacados, Tratores e Máquinas Agrícolas apresentam dados com um mês de defasagem, pois dependem de levantamentos junto aos fabricantes.

Apesar da preocupação do setor agrícola com a questão dos fertilizantes, por conta do conflito entre Rússia e Ucrânia, o segmento tem boa demanda e apresentou alta nas vendas no primeiro bimestre.

“A indústria ainda enfrenta alguns problemas de falta de componentes, mas a procura por esses equipamentos continua alta” , afirma Andreta Jr., destacando que o resultado seria ainda melhor caso os programas públicos de financiamento para o setor agrícola, como o PRONAF – Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar e o FINAME – Fundo de Financiamento para Aquisição de Máquinas e Equipamentos Industriais estivessem em plena operação.

PROJEÇÕES MANTIDAS – A FENABRAVE decidiu não revisar, no momento, as projeções do Setor, mantendo, dessa forma, uma expectativa de crescimento de 5,2% para 2022.

“Os efeitos da pandemia no 1º. Bimestre deste ano, somado aos impactos do conflito no Leste Europeu, nos leva a um cenário ainda incerto, o que nos impede de realizar revisões mais precisas, neste momento”, explica Andreta Jr.

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