Com diferença de apenas 24 horas e um continente de distância, a eletrificação se fez presente em lançamentos de dois modelos bem diferentes.
Aqui, a 12ª geração do sedã médio-compacto Toyota Corolla, tração dianteira, incluiu o primeiro híbrido flex do mundo; na Alemanha, primeiro Porsche 100% elétrico, o sedã-cupê grande Taycan, tração integral.
O Corolla recebeu arquitetura totalmente nova e estilo arrojado para os padrões da fabricante japonesa. Estética ficou bem melhor, inclusive por ser 2 cm mais baixo, embora distância entre eixos seja a mesma e existam diferenças mínimas em largura e comprimento.
Porta-malas manteve os 470 litros. Inexplicavelmente, o tanque diminuiu de 60 para 50 litros (43 litros, no híbrido), o que significa autonomia menor.
No entanto, consumo urbano no híbrido flex alcança nada menos de 16,3/10,9 km/l, gasolina/etanol. Na estrada, 14,5/9,9 km/l, respectivamente.
Motor convencional, de 2 litros, é todo novo e mais potente que o anterior: 169/177 cv, gasolina/etanol. Pela primeira vez, o Corolla dispõe de suspensão traseira independente e o comportamento dinâmico, que já era bom, ficou melhor.
Novo câmbio CVT também impressiona pela progressividade, inclusive logo ao sair da inércia.
No caso do híbrido, o desempenho é bem menor, potência combinada com os dois motores elétricos de apenas 122 cv, mas as respostas ao acelerador ainda são razoáveis.
No interior, em especial nas versões superiores, a qualidade dos materiais é ótima. Central multimídia, fácil de operar, poderia ser mais bem desenhada.
Falta saída de ar para o banco traseiro. Pacote de segurança inclui frenagem automática de emergência e alerta de mudança de faixa, entre outros. Preços: R$ 99.990 a 130.990.
Porsche Taycan, apresentado apenas de forma estática, era muito aguardado pela tradicional esportividade da marca e do prometido preço competitivo.
Embora ainda distante dos carros convencionais, manteve preços entre o SUV Cayenne e o sedã grande Panamera.
Quando chegar às concessionárias em outubro custará de 152.200 (Turbo) a 185.500 (Turbo S) euros, na Alemanha. No Brasil, em 2020, começará por pouco menos de estimado R$ 1milhão.
Linhas fluídas e esportivas (Cx apenas 0,22) destacam-se, mas a entrada de ar vertical junto ao farol não agrada.
Tem só 1,38 m de altura, sem grande prejuízo ao acesso. Bancos dianteiros encaixam-se em rebaixos no assoalho e em conjunto com a posição vertical do volante o identificam como legítimo Porsche.
Comandos dispensam teclas e botões (à exceção do de partida, à esquerda) e a superfície da tela digital vibra ao acender os faróis. Há dois porta-malas: dianteiro, 81 litros e traseiro, 366 litros.
Baterias permitem autonomia de até 450 km e a recarga, por inédito sistema de 800 V, varia entre 9 horas (0 a 100%) e 22,5 min (de 5% a 80%).
Dois motores elétricos entregam potência de 625 cv, mas no modo de superaceleração passam a 680 cv e torque de 86,6 kgfm. No Taycan Turbo S são 761 cv e, nada menos, 107 kgfm.
Aceleração de 0 a 100 km/h em até 2,8 s, apesar da massa total de 2.300 kg. Curiosamente há duas marchas no câmbio, quando os elétricos comuns exigem apenas uma.
ALTA RODA-SETEMBRO vem sendo um mês congestionado por lançamentos de novas gerações e não simples maquiagens.
Corolla, semana passada; Onix sedã, esta semana; Hyundai HB20, na próxima (inclusive com fotos e características antecipadas como novo motor turbo e dimensões maiores), além do Kia Cerato mexicano. JAC apresentará cinco produtos elétricos.
ANUNCIADO o acordo entre CAOA e Ford. O grupo brasileiro adquiriu, por valor ainda não revelado, a fábrica de São Bernardo do Campo (SP) onde produzirá os atuais caminhões e um carro (mais provável, SUV) de outra marca.
Apostas são na chinesa Changan, que já passou pelo Brasil. Especula-se ainda que outra chinesa, Great Wall, também estaria interessada no País.
CONTÍNUA baixa do mercado na Argentina terá impacto maior que o esperado pela Anfavea sobre a produção brasileira de veículos em 2019. Nos primeiros oito meses a produção subiu apenas 2% sobre o mesmo período do ano passado.
A entidade revisará suas previsões já em outubro pela forte queda das exportações. Empregos caíram 3,3% frente a agosto de 2018.
VENDAS ao mercado interno em agosto foram 2,3% menores que igual mês do ano passado, mas na comparação do acumulado dos oito primeiros meses subiram 9,9%, ainda um bom resultado.
Estoques, no entanto, continuam em elevação: de julho para agosto passaram de 40 para 42 dias. Até o final do ano, porém, o mercado deve recuperar o fôlego.
FINALMENTE, Brasil e Argentina adotarão livre comércio de veículos, mas apenas dentro de 10 anos, após inúmeros adiamentos.
Ainda não ficou claro como o atual regime flex (para cada US$ 1 importado do vizinho o País pode exportar US$ 1,5 sem impostos) será desmontado, nem como ficaria o acordo com os europeus. Isso obrigará o custo Brasil a cair na marra.
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