Os motores modernos são menores em tamanho quando comparados aos produzidos principalmente nas décadas de 50 e 60, os quais, apesar de superiores em cilindrada, apresentavam baixo desempenho em relação aos atuais propulsores.
Teoricamente, quanto maior o número de cilindradas, mais força o motor tem, mas essa regra nem sempre condiz com a realidade, porque a potência é o resultado final de uma série de fatores, entre eles o diâmetro e o deslocamento dos pistões, o sistema de comando de válvulas e a relação das marchas da caixa de câmbio.
Portanto, a performance de um motor depende diretamente de diversos itens que compõem o conjunto da força motriz.
Nos últimos 60 anos, com os resultados obtidos pela engenharia automotiva no processo de evolução do motor, foram reduzidos peso, dimensões e o número de componentes. Atualmente, um motor possui cerca de 400 peças.
A caixa de câmbio, entretanto, tem peso extra para determinar a performance de um veículo.
Um câmbio longo (relações de marchas mais altas) proporciona menos força e mais velocidade; o curto faz o mesmo caminho, porém na contramão, garantindo maior velocidade na arrancada e perda de potência final.
Essas duas situações são normais em um mesmo propulsor, pois o desempenho depende apenas do tipo de caixa de câmbio a ele acoplada.
Quando se fala de um veículo trafegando em quarta marcha utilizando uma relação 1:1, significa uma volta do motor (ou do eixo que transmite a força motriz para as rodas) e uma volta da roda.
O mesmo veículo rondando em primeira marcha terá muito mais força porque enquanto o motor gira, por exemplo, 4,76 vezes, a roda dá apenas uma volta.
Já a potência do motor é obtida por meio da multiplicação do torque do eixo pela sua velocidade.
Essa medição é realizada num banco de provas (dinamômetro), por meio do qual é possível extrair as curvas de torque características do motor – números que basicamente revelam as curvas de potência, consumo e torque (torque, medido em kgfm, é a força necessária para levantar 1 kg a 1 m de altura, a partir do solo).
Para comparar os valores de potência entre dois motores, o primeiro passo é medir as condições atmosféricas e colocá-los em igualdade, utilizando-se de coeficientes específicos.
Dessa maneira é possível comparar valores medidos em qualquer parte do mundo – no Japão, Estados Unidos, Europa ou Brasil.
A medição é realizada em dois tipos de dinamômetros: hidráulico ou elétrico. No primeiro, joga-se água numa turbina que se opõe ao giro do motor, e esta força de resistência é transferida e determinada por uma balança.
No segundo caso, é utilizado um gerador de grande capacidade, que ao receber uma carga de eletricidade da mesma forma se opõe ao giro do motor e permite a medição da sua potência.