A CINAU (Central de Inteligência Automotiva), instituto de pesquisa especializado no setor de reparação automotiva e ligado ao jornal Oficina Brasil, realizou a quarta edição da pesquisa “Melhor Carro – Opinião Profissional – 2001”, que tem como objetivo apontar os melhores veículos e montadoras do ponto de vista do mecânico independente.
De acordo com Cássio Hervé, diretor da CINAU, essa pesquisa é realizada junto aos mecânicos por serem importantes formadores de opinião para o consumidor final.
“Geralmente, antes de efetuar a compra de um carro, novo ou usado, o consumidor consulta esses profissionais, que normalmente são os encarregados da manutenção do seu veículo. É importante lembrar que as oficinas independentes atendem mais de 70% da frota circulante no País (um número superior a 14 milhões de carros)”, informa Hervé.
Para apontar os melhores veículos e montadoras, 748 profissionais da reparação responderam a uma pesquisa.
Nesse levantamento, eles avaliaram o preço e a disponibilidade das peças, facilidade na obtenção de informações, acesso aos componentes/sistemas, entre outros aspectos técnicos e comerciais.
“Em nossa pesquisa não existe a preocupação de evidenciar marcas e modelos e nem visa a distribuição de prêmios. Nosso objetivo com ela é promover uma mudança de parâmetros quando se trata de avaliar os fatores que influenciam a venda de carros novos no Brasil. A maioria das pesquisas desenvolvidas pelas montadoras envolvem apenas as preferências e opiniões do consumidor, desprezando a avaliação do mecânico independente. Nosso trabalho visa justamente mensurar a opinião desse profissional e as suas conseqüências na ‘cabeça’ do consumidor, seu cliente na oficina”, comenta Marcelo F. Aranha, coordenador de Pesquisa da CINAU.
OS CARROS MAIS VOTADOS
Na categoria 1.0 litro, o primeiro colocado na pesquisa foi o Gol, com 23,3% de aprovação; na de 1.1 a 1.5 litro, o mais apontado foi o Palio, com 24,1%; na de 1.6 a 1.9 litro, novamente o Gol, com motor 1.6, obtendo 13,5%; na de 2.0 a 2.4 litros, o escolhido foi o Vectra, 20,1%; acima de 2.5 litros ganhou o Omega 3.6 litros, 13,3%.
Entre as picapes leves a escolhida foi a Saveiro, com 38,8%, e entre as picapes pesadas, a F-250, com 17,4%.
Na pesquisa, o mecânico também foi questionado sobre qual carro ele compraria hoje, independente do preço. O primeiro colocado foi o Vectra CD 2.2 16V, com 7,6% da preferência.
RECOMENDAÇÃO DA OFICINA
No que se refere às montadoras, a pesquisa mostrou nitidamente uma mudança nas indicações – positivas e negativas – dos profissionais da reparação.
Para medir essas mudanças foi elaborado um indicador, o coeficiente RO (Recomendação da Oficina), que nada mais é que o cálculo matemático da diferença entre o percentual de indicação de uma marca e o de não indicação da mesma.
Pelo coeficiente RO, a Volkswagen foi a montadora que mais perdeu no último ano, apesar de continuar como a marca mais indicada.
O índice de RO da Volks teve uma forte queda: passou de 60,8% em 2000 para 43,5% em 2001. Um dos motivos dessa redução é que a montadora passou a ser apontada pelos mecânicos como desatualizada tecnologicamente.
Outra mudança importante do quadro das montadoras é que a Fiat e Ford estão diminuindo o seu índice de rejeição junto aos mecânicos. A Fiat, por exemplo, passou de um índice RO negativo de –35,7% em 2000 para –20,5% no ano passado e a Ford, de –34,5% para -30,5%.
Entre os itens apontados como favoráveis para a Fiat estão tecnologia, qualidade e inovação.
Já a Ford teve como pontos positivos qualidade, tecnologia e acabamento. Enquanto isso, a GM manteve-se estável no índice RO, com 17,7% (em 2000 tinha 19%), considerando uma margem de erro de cerca de dois pontos percentuais, observada pelo estatístico responsável pela pesquisa.
“Apesar de real, é impossível apontar com exatidão o quanto a opinião do mecânico influencia na compra de um veículo, mas é fato que há uma influência. E é sintomático verificar que no ano que a Volkswagen perdeu a sua liderança no mercado e a Fiat conquistou esse posto, o fenômeno foi registrado na pesquisa junto às oficinas de reparação independente, com uma queda no índice de recomendação da Volks e uma redução no índice de rejeição da Fiat junto aos mecânicos. Com isso, podemos afirmar que o mecânico tem o poder de ‘vender’ ou ‘condenar’ marcas e modelos”, enfatiza Hervé.
A OFICINA E O FUTURO DAS VENDAS EM 2002
A equipe da CINAU, para enfatizar a tese desenvolvida sobre a influência da oficina mecânica independente na comercialização de carros novos, entende que é possível prever o desempenho das vendas mediante a análise prévia da opinião dos profissionais que atuam nesse setor (materializada no coeficiente RO), em relação ao prestígio ou desprestígio das marcas e modelos.
“Levando em consideração os atuais coeficientes RO e mantidas as condições presentes de mercado, a CINAU prevê para 2002 o seguinte quadro no desempenho das vendas das principais montadoras:
– Fiat consolida sua liderança;
– GM terá uma manutenção dos atuais níveis de venda, mas com tendência de baixa;
– Volkswagen experimenta um decréscimo nas vendas em um ritmo mais acelerado que a GM, podendo, em alguns momentos, atingir o terceiro lugar no ranking de vendas;
– Ford terá uma moderada tendência de aumento da participação no mercado”, avalia Hervé.
A seguir, o resultado da pesquisa:
CATEGORIAS VEÍCULOS MAIS INDICADOS
Até 1.0 litro VW Gol (23,3%)
1.1 a 1.5 litro Fiat Palio 1.5 (24,1%)
1.6 a 1.9 litro VW Gol 1.6 (13,5%)
2.0 a 2.4 litros GM Vectra 2.0 (20,1%)
Acima de 2.5 litros GM Omega 3.6 (13,3%)
Picapes leves VW Saveiro (38,8%)
Picapes pesadas Ford F-250 (17,4%)
CATEGORIAS VEÍCULOS MENOS INDICADOS
Até 1.0 litro Fiat Palio (9,0%)
1.1 a 1.5 litro Ford Fiesta 1.3 (13,6%)
1.6 a 1.9 litro Fiat Tipo 1.6 (9,8%)
2.0 a 2.4 litros Fiat Tempra 2.0 (13,6%)
Acima de 2.5 litros GM Omega 3.0 (6,9%)
Picapes leves Ford Courier (15,6%)
Picapes pesadas GM Silverado (11%)
Qual veículo o mecânico compraria hoje?
1º – GM Vectra CD 2.2 16V (7,6%)
2º – VW Golf (5,7%)
3o – GM Omega V6 (5,0%)
4o – VW Parati (3,8%)
5o – BMW (3,5%)
Mecânica Online & Printer Press Assessoria de Comunicação