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Nada mal, 100 km com um litro de óleo diesel

A Volkswagen já faz um carro de três litros – não um motor de três litros de deslocamento (isso qualquer montadora faz), e sim um carro que cobre 100 km com três litros de óleo diesel.

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Ferdinand Piech, austríaco, neto de Ferdinand Porsche, engenheiro que se tornou industrial, com uma carreira controversa mas mesmo assim brilhante, e ex-presidente do império Volkswagen, ao se despedir de sua posição de executivo-chefe da quarta maior montadora do mundo no dia 14 de abril passado, cobriu os 230 quilômetros de Wolfsburg a Hamburgo gastando apenas 2,1 litros de óleo diesel, para uma média de mais de 109 km/litro.

Piech ia na frente de um imenso comboio, debaixo de uma forte chuva, sempre na faixa da direita, mantendo entre 80 a 90 km/h, uns 30 km/h abaixo da velocidade máxima de seu carro experimental, seguido por uma infinidade de veículos de TV, rádio, jornais e revistas, que forçaram um dos grandes engarrafamentos que a estrada já presenciou, durante quase três horas. A velocidade média para todo o percurso foi de quase 71 km/h.

Ele foi a Hamburgo para presidir sua última reunião com os acionistas da empresa, tendo como passageiro seu substituto, Bernd Pischetsrieder, que depois voltou dirigindo na tarde do dia seguinte.

Pronto para a viagem de volta, e já como ex, Piech entregou as chaves a Pischstrieder, dizendo “Dr. Pischetsrieder, seu carro está pronto”.

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A viagem de retorno não foi das mais tranqüilas, tendo começado na hora de maior tráfego da cidade, e Pischetsrieder não conseguiu fazer mais de 88 km/litro.

Piech queria fazer um carro de 2 litros (50 km/litro), prático, de duas portas e quatro lugares, menor que o Polo e maior que o Lupo. O carro ficou pronto há três anos, mas era caro demais para entrar em produção normal.

Resolveu então dar a seus engenheiros o objetivo de chegar aos 100 km/litro num veículo de pesquisas que mantivesse os padrões de segurança dos atuais carros de produção.

O engenheiro-chefe de pesquisas da Volkswagen, Ulrich Eichhorn, que a estas alturas já havia feito mais de mil quilômetros com o 1 litro, garante que o carrinho é quase absurdamente ágil, virando quase mais rápido do que seu motorista consegue girar o volante.

O chassi espacial é feito em magnésio, revestido por uma carroçaria em fibra de carbono que pesa apenas 74 kg. O entre-eixos é de 2.205 mm, o comprimento total de 3.646 mm, a largura de 1.248 mm, a altura de 1,10 m, a bitola dianteira de 1 m e a traseira de 810 mm, a capacidade do porta-malas é de 80 litros e o peso global de 290 kg, apesar da existência de airbag para o motorista, freios ABS de quatro canais, programa eletrônico de segurança, duas câmaras de TV nas lanternas traseiras para substituir os espelhos retrovisores laterais, e uma terceira câmara no brake light para marcha-à-ré.

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O carrinho tem dois lugares em tandem (um atrás do outro). O motorista tem à sua frente um volante de direção tipo F1, dois pedais (não precisa de pedal de embreagem), painel de instrumentos aeronáutico, conjunto de instrumentos com velocímetro, hodômetro, temperatura do motor e computador de bordo, à esquerda e à direita monitores para as câmaras de TV, controles de aquecimento elétrico, ventilação e luzes à esquerda, e botão de mudanças de marchas, freio eletrônico de estacionamento e botão de partida; o carona tem apoios para os pés à esquerda e à direita do banco do motorista.

A capota transparente em policarbonato, com proteção solar integrada, tem praticamente metade da largura do carro todo, e as rodas traseiras são cobertas por saias, tudo ajudando a atingir um Cx de 0,16 (0,159 exatos).

Os faróis são bi-zenônio de 32 watts, com iluminação equivalente aos convencionais de 60 watts, e todos os outros aparelhos de iluminação são LEDs.

A suspensão dianteira é por braços transversais duplos, os superiores em magnésio e os inferiores em alumínio; a traseira De Dion com molas em fibra de carbono, as rodas são em fibra de carbono, seus cubos em titânio e os pneus são Michelin com 30% a menos de resistência ao rolamento do que um pneu convencional do mesmo tamanho, 95/80 R16 na frente e 115/70 R16 atrás.

A direção é por pinhão e cremalheira, mecânica e extremamente direta. Seu tanque de combustível é de 6,5 litros, para uma autonomia superior a 60 km.

O motor é um diesel monocilíndrico monobloco (bloco e cabeçote em uma só peça) de 299 cm3 (69 x 80 mm), taxa de compressão de 16,5:1com injeção direta por bomba de mais de 2.000 bar de pressão, e bico, dois eixos-comando de válvula, duas válvulas de admissão e uma de escape, que desenvolve 8,5 hp de potência a 4.000 rpm e 1,88 kgm de torque a 2.000 giros.

Pesa 26 kg sem acessórios, e 38 kg completo, pronto para funcionar.

É colocado entre-eixos à traseira e entrega sua força às rodas traseiras através de uma caixa manual automatizada de seis marchas seqüenciais, que pesa ao todo 23 kg e possui função de roda-livre – nas velocidades de cruzeiro, o 1L roda com o motor desligado.

Quando o motorista aperta novamente o pedal acelerador, um gerador de partida, alojado entre o motor e a caixa de câmbio, põe o motor a funcionar.

Nas frenagens, a energia usada para diminuir a velocidade é armazenada no gerador, que sempre que necessário fornece esta energia como suplemento extra à do motor. O 1L vai de 0 a 80 km/h em 31 segundos, e atinge máxima de 120 km/h.

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