Comprar ou vender carro usado sempre foi uma complicação. Além da consulta à internet, anúncios e classificados, você perde horas pendurado no telefone, atendendo interessados ou visitando os veículos de sua preferência.
Além disso, tem que tomar uma série de precauções para não comprar um carro roubado ou cair no conto do vigário e ser enganado.
O primeiro passo para quem vai comprar um carro é checar a autenticidade dos documentos. Confira dados como os números do chassi, placa, nome do proprietário, tipo de combustível, etc.
Desconfie e jamais aceite cópias de documentos, mesmo que sejam autenticadas por órgãos de trânsito.
Verifique no documento se existe alguma restrição à venda, identificadas através de expressões como “Alienação Fiduciária” ou “Reserva de Domínio”.
Quando um carro é financiado, ele pertence à financeira e só pode passar para o nome do comprador após a quitação completa de todas as prestações.
A expressão “Sem Reserva” indica que não há impedimentos à transferência da propriedade do veículo.
Fique ligado: alterações na potência do motor, tipo de combustível, pintura, carroceria ou outros equipamentos precisam ser homologados no Detran e devem constar no documento.
Veja na placa se o carro está registrado (licenciado) em seu município e se quem o está vendendo é realmente o proprietário.
A transferência de veículos de outras cidades exigirá mais custos, burocracia e documentações, como certidões negativas para checagem e posterior licenciamento.
Observe se o número do chassi (gravado perto do motor, nos vidros e na carroceria) bate com o do certificado do veículo.
Veja se esses números estão adulterados ou com sinais de terem sido regravados. Os números e letras da gravação na chapa devem estar alinhados, com espaços regulares e contornos uniformes.
Mesmo que esteja tudo ok até agora, não feche ainda o negócio. Anote o nome do proprietário, número do Renavan, placa, ano-modelo e a cor do veículo para levantar o mais rápido possível o histórico do carro (multas, bloqueios de IPVA, alienação ou se este figura na lista de roubados).
Isso pode ser feito por despachantes, diretamente no Departamento de Trânsito ou ainda nos sites do Detran (www.detran.sp.gov.br), da Secretaria de Segurança Pública (www.seguranca.sp.gov.br) e da Secretaria da Fazenda (www.fazenda.sp.gov.br).
Feito tudo isso, é hora de verificar o carro em si. Primeiro, verifique se o veículo traz todos os equipamentos obrigatórios de segurança exigidos pelo Código de Trânsito:
1) Extintor de incêndio;
2) Macaco;
3) Triângulo de sinalização;
4) Chave de roda;
5) Cintos de segurança;
6) Estepe mecânicos
Depois, é hora de verificar como se encontra a mecânica do pretendido….
CHECK-UP PRÉVIO DO VEÍCULO – Quando você se interessar por um veículo usado, é recomendável fazer uma pré-avaliação para verificar seu estado geral. Aqui vão algumas dicas simples, que podem ajudá-lo a descobrir se aquela mosca branca que você achou nos classificados não é, na realidade, um verdadeiro mico preto!
É importante lembrar que depois, de qualquer forma, é indispensável consultar um mecânico de confiança para fazer uma verificação mais apurada e profissional. As dicas a seguir servem apenas para identificar, logo de cara, casos em que não vale a pena prosseguir com o negócio:
1. Inspecione o veículo sempre à luz do dia e na rua. Evite garagens, locais apertados, escuros ou dias chuvosos.
2. Procure por ondulações, marcas ou bolhas de ferrugem na lataria. Respingos de tinta ou pintura brilhante pode camuflar uma eventual batida.
3. Fique atento a buracos ou ferrugem escondidos sob a pintura, passando um imã sobre um pano na lataria. Onde houver massa plástica, o imã se desprenderá da chapa.
4. Cheque com atenção os vãos, folgas e encaixes de capô, portas, porta-malas. Desalinhamentos podem denunciar reparo recente ou uma eventual colisão.
5. Confira a distância das rodas em relação às abas dos pára-lamas. Veja se os eixos (dianteiro e traseiro) estão perfeitamente alinhados em relação à carroceria.
6. Ligue o motor e dê algumas aceleradas. Batidas metálicas fortes no bloco denunciam graves problemas em peças internas e necessidade de desmontagem ou retífica.
7. Enquanto acelera olhe o escapamento. Fumaça em excesso ou cano de escape sujo de óleo indica má vedação dos anéis ou motor com vida útil muito curta.
8. Verifique a cor da água no radiador ou no reservatório de expansão do sistema de refrigeração. Sinal de ferrugem ou de óleo pode indicar corrosão acelerada ou ainda vazamentos internos no motor ou no cabeçote.
Se o carro for aprovado, é hora de partir para os trâmites legais.
Fonte: Detran/Procon/Banco Central/Abac