Medida tomada pelo governo federal volta a deixar os carros mais potentes
Com a redução da quantidade de álcool de 25 para 20%, a melhoria de rendimento dos carros acontece porque os motores dos veículos são desenvolvidos para trabalhar apenas com gasolina e quanto mais pura ela for, melhor será a combustão.
“A resposta fica bem mais eficiente, com a gasolina queimando com mais velocidade. O carro fica mais robusto e menos exposto a problemas técnicos”, afirmou o mecânico Beto Monteiro, chefe de oficina da autorizada Fiat Italiana.
O consultor técnico Márcio Dias acredita que a proporção de álcool utilizada era grande demais, o queacabava prejudicando peças extremamente importantes, como os bicos injetores.
“Agora estes componentes vão ganhar em vida útil”, explicou. Com a mistura na antiga proporção os bicos iam ficando sujos e precisavam ser trocados em períodos cada vez menores, o que só fazia aumentar as despesas do proprietário.
Mesmo com os motores sendo desenvolvidos para trabalhar com a gasolina inteiramente pura, Dias afirma que isto ainda não seria possível no Brasil pela má qualidade do combustível oferecido na malha nacional de postos.
Poucas distribuidoras têm programas específicos para controle de qualidade e, na maior parte das vezes, o motorista precisa depender da sorte para não abastecer o carro com uma gasolina batizada.
“Não dá para confiar na procedência do combustível. Por isto determinar pureza absoluta na gasolina exigiria uma grande fiscalização, em todo o país, o que é difícil de ser feito”.
Os especialistas também desmentiram que o consumo vá aumentar com a mudança, como chegaram a imaginar alguns motoristas.
“Pelo contrário, como o combustível fica mais limpo e queima mais rapidamente o consumo tende a diminuir e o carro ganha em economia”, comenta Beto Monteiro.
Para os proprietários isto significa mais tempo com a mesma gasolina no tanque e menos esforço para dirigir.
“Ainda não é o ideal, mas será muito bom para quem precisa do carro para trabalhar, por exemplo”, analisa Dias.