A busca de maiores índices de lucratividade impulsiona as montadoras para a automação industrial; hoje se admite um patamar de 65% de automação nas chamadas autofab – automated fabrication.
A fábrica da VW, em Wolfsburg na Alemanha, que produz o Golf, já opera nestes padrões.
Será o fim das fábricas e da mão de obra? O que será do mercado reparador? Viveremos a lei da mordaça e/ou a ditadura da manipulação da informação?
Citando Walter Block, autor de Defending the Undefendable, ed. Fox & Wilkes: “A fábrica do futuro terá apenas dois operários: um homem e um cachorro. Função do homem: alimentar o cachorro. Função do cachorro: não deixar o homem tocar nas máquinas “.
Precisamos rever valores de mercado, repensar o negócio, buscar a melhoria contínua.
A tecnologia hoje nos oferta a produção sem emprego, onde o grande drama é que a economia precisa do consumo para se manter e o consumo só existe com pagamento de salários.
Inventar o consumo sem salários parece-me algo intangível de acontecer. Não devemos encarar os progressos tecnológicos com apreensão e sim com compreensão; isso facilitará a nossa vida.
Tecnologia é a arte desenvolvida para otimizar processos, agregar valor ao produto ou serviço, solucionando problemas.
Líder que é líder não se conforma com a mesmice: ou é um transgressor do convencional, ou busca uma nova ordem para os fatos e as coisas.
O momento é de aprender a aprender, pois reaprender o seu ofício é mais do que uma habilidade, é um fator, uma atitude.
Dentro de todo o problema existe a chave para a solução. O mercado almeja um profissional de talento único, pois nenhuma máquina poderá ser comparada à criatividade humana.
Desde os primórdios da criação, do fogo à roda, toda nova descoberta ou conquista de tecnologia resolve um problema antigo, criando dois novos.
Não existe nada que façamos bem que não possa ser melhorado. Isto se chama evolução.
Evolução é palavra de ordem, chave para o sucesso, o elemento surpresa.
Mesmo nas tarefas rotineiras podemos implementar um caráter evolutivo, esmerando o trabalho executado e sentir prazer com os resultados.
Hoje não fazemos sucesso apenas com bons salários, é necessário um engajamento com as diretrizes da empresa, buscando a repartição do sucesso entre todos.
O conhecimento adquirido é uma alavanca para sobrepujarmos as dificuldades diárias de maneira eficiente, melhorando resultados.
O profissional da reparação não é um mero vendedor de serviços, é um orientador e fiscalizador dos critérios de segurança do veículo e do usuário; por isso, não basta conhecer as novas tecnologias, é preciso ter a mente aberta e arejada, ser arrojado no seu empreendimento. Em suma, ser diferente de um outro alguém do ramo.
Não podemos mais olhar para a oficina do bairro vizinho somente como concorrente, um aliado nas dificuldades.
Precisamos mudar esta forma de pensar, formando grupos de discussão, associações de compras, discutir as leis que falam a nosso respeito e influenciam o nosso dia a dia.
Parece utopia, mas o mercado carece deste tipo de profissional e oficina. O mercado reparador continua com a cara dos anos 50/60, onde a experiência falava mais alto e o aprendizado era na marra e com muito sofrimento na prática.
Hoje, com a menor demanda de serviços, aliada aos novos implementos de gerenciamento eletrônico e conforto, o automóvel se sofisticou; quebrando menos, visita menos à oficina.
Toda esta visão sombria faz com que o reparador empresário sinta-se numa encruzilhada: investir para crescer ou sumir.
Só haverá melhoria no atendimento e, por conseqüência, maior volume de clientes, se houver conhecimento tecnológico, conhecimento do nicho de mercado em que se deseja atuar e um plano de diretrizes para investir certo (máquinas, aparelhos e instrumentos). Precisamos parar e repensar o negócio.