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O setor de serviços

Hoje os serviços respondem por 59% do PIB brasileiro. A indústria, por 53%, e a agropecuária, por 8%.

Os serviços serão a grande alavanca para o crescimento e aumento da empregabilidade nos próximos anos, porém, para o aumento da empregabilidade é necessário mais anos de estudo, educação de qualidade e, conseqüentemente, competência.

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Hoje temos uma grande massa de gente alijada do processo. No caso específico do setor automobilístico, por exemplo, apenas 17% conseguem ter de novo a carteira assinada; quem arruma emprego novamente tem uma queda salarial de 35%.

Trabalhadores altamente qualificados e especializados, característica básica da indústria, transformam-se numa espécie de estigma depois da demissão. Vide os exemplos recentes do ABC paulista.

Com isso, temos o aumento da informalidade na economia brasileira e o empobrecimento da população economicamente ativa. O país cai para o alto, dá bons exemplos para o pessoal de fora e abandona os seus filhos à própria sorte… Criamos um novo paradoxo.

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O paradoxo brasileiro cria uma nova modalidade o “desempregado intelectual”, isto significa que, com mais escolaridade se ganha menos dinheiro.

A conclusão paradoxal é que o país não poderia dar-se ao luxo de subaproveitar os poucos formados que tem! Em um país onde a escolaridade média é de apenas seis (6) anos faltam vagas para os diplomados e técnicos especializados.

De 1989 a 2001, em cada dez vagas criadas no mercado de trabalho, sete forma para as atividades de baixa remuneração.

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A escolaridade do brasileiro melhorou e a economia se encontra praticamente estagnada nas duas últimas décadas, isso se traduz no péssimo aproveitamento da boa qualificação.

No mercado reparador automotivo vivemos paradoxo similar. Muita gente investiu pesado, estudou, se aprimorou e para aonde foi o cliente? Ninguém sabe, ninguém viu!

Ainda há muitos abismos para construirmos pontes, mas somente um governo engajado e aberto a ouvir os anseios da sociedade poderá dar o passo inicial nessa tarefa de (re)construção nacional.

É preciso atentar para o fato que a indústria de automóveis cria uma cadeia ímpar de empregos e de arrecadação, cada emprego gerado na indústria automobilística gera mais dez (10) na cadeia produtiva afim, porém, é preciso ter uma política automotiva, de transportes e rodoviária compatível com a realidade brasileira. Precisamos parar de fingir.

Abraços e até o próximo artigo.

Paulo Roberto Poydo & Marco Calixto Gonzaga

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