Equipamentos utilizados nos modelos atuais foram desenvolvidos a partir desse veículo
A pesquisa na área de segurança veicular sempre foi uma prioridade no desenvolvimento dos automóveis da Mercedes-Benz.
Um modelo experimental, o ESV 24, de 1974, teve uma participação fundamental na evolução dos equipamentos de segurança presentes hoje nos veículos da marca.
O automóvel foi construído a partir da Mercedes-Benz Classe S de série da época. O modelo, batizado com a sigla ESV 24, trazia todas as características de proteção da Classe S e agregava uma frente especialmente modificada para permitir os estudos de impactos frontais a 65 km/h contra barreiras rígidas.
Na Mercedes-Benz, o ESV 24 marcou também o fim do programa de pesquisa internacional ESV (Experimental Safety Vehicle – Veículo Experimental de Segurança) “porque foi alcançado com este veículo a relação ideal entre as especificações originais ESV e nossos atuais automóveis de produção”, conforme foi registrado em um relatório de desenvolvimento de 1975.
O programa ESV, iniciado pelo Departamento de Transporte Norte-Americano em 1970, solicitava aos fabricantes automotivos que construíssem veículos que oferecessem segurança ativa e passiva aos passageiros mesmo em condições extremas.
Dentro da estrutura de trabalho do programa, a Mercedes-Benz desenvolveu um grande número de equipamentos que foram integrados aos modelos de produção em estágios posteriores como, por exemplo:
· Encosto de cabeça para todos os ocupantes;
· Cintos de segurança de três pontos;
· Tensionadores de cintos;
· Uma célula de sobrevivência para os passageiros particularmente rígida, com estruturas reforçadas nas extremidades frontal, traseira e laterais.
A partir do Mercedes-Benz ESV 24, as seguintes características foram adotadas: limitadores de força dos cintos de segurança, air-bags e fixadores dos cintos de segurança integrados aos assentos.
Antes do ESV 24, o ESV 05 (1971) e o ESV 13 (1972) foram apresentados ao público. Ambos seguiam as especificações ESV do Departamento de Transporte Norte-Americano e atendiam particularmente às exigências de proteção dos ocupantes em casos de impactos frontais a 80 km/h.
Entretanto, esses veículos eram quase 50% mais pesados do que os Mercedes-Benz 250 (W 114) produzidos em série, o que acabava representando um consumo maior de combustível e emissão de gases.
Essa foi uma das razões que levou a Mercedes-Benz a compilar seu próprio livro de especificações e concentrar-se na pesquisa de proteção de ocupantes em velocidades de impacto entre 80 e 50 km/h, usando um projeto europeu do cinto de segurança de três pontos.
O ESV 22, apresentado em 1973, proporcionou proteção a uma velocidade de impacto de 65 km/h, mas ainda era uns 20% mais pesado que a Mercedes-Benz Classe S.
Já o ESV 24, baseado na Classe S da época, tinha uma peso líquido de 1.940 kg, apenas 10% mais pesado que a versão de série, ficando assim mais próximo das normas de produção. O peso bruto era de 2340 kg.
O automóvel levava sob o capô um motor V8 de 4,5 litros capaz de gerar 225 cavalos de potência e que atendia às normas de emissões estabelecidas pelos Estados Unidos em 1974.
Quando a Mercedes-Benz decidiu, em 1971, participar do programa ESV, a companhia já estava comprometida com as pesquisas de segurança veicular por vários anos e estava determinada a não perder sua posição de liderança no setor.
Um total de 31 ESV foram construídos, todos baseados em modelos de produção. Eles foram utilizados para atividades de pesquisa e seu fim estava predeterminado: eles seriam destinados à destruição em testes de impacto. Somente cinco veículos foram exibidos ao público.