Destaque para o conjunto de empresas de grande porte, como Airbus, Air France, Amadeus e Dassault Systèmes
Que a França é admirada por sua tradição na produção de vinhos, queijos e perfumes todo mundo sabe. O que muita gente não sabe é que o país conhecido por sua forte herança cultural caminha com um pé apoiado na tradição e o outro rumo ao futuro.
Referência mundial no campo da tecnologia de ponta, a França se destaca em toda a Europa por sua capacidade de realizar pesquisa e desenvolvimento de produtos e sistemas voltados a grande parte dos setores da indústria.
Da área farmacêutica à aeroespacial, passando pelos grandes criadores de software, o país tem conquistado cada vez mais clientes em diferentes continentes.
Do Vale do Silício francês – a conhecida região de Sophia Antipolis, o maior pólo de tecnologia de toda a Europa – ao inegável know-how que o país tem no setor aeroespacial, a França tem sido cada vez mais associada à technologie de pointe, título dado pela Câmara de Comércio França-Brasil para definir a experiência da França no setor.
Na guerra pelo mercado da aviação civil, os franceses conseguiram decolar na frente e se destacam pelo conjunto de empresas de grande porte que conseguem reunir, como Airbus, Air France, Amadeus e Dassault Systèmes.
Juntas, elas oferecem uma solução completa de produtos que vão desde a entrega de uma aeronave até um software capaz de prever defeitos que possam resultar em acidentes fatais.
A Airbus, por exemplo, uma das maiores fornecedoras de aeronaves do mundo, é a tradução da vocação francesa no desenvolvimento de tecnologia aeroespacial.
Se-diada em Toulouse, na França, a companhia emprega 45 mil pessoas em todo o mundo e registra um movimento de 20,5 bilhões de euros – número de 2001.
Para saber o significado da palavra Airbus, basta dizer que ela é a maior concorrente mundial da Boeing na disputa pela venda de aeronaves no mercado comercial.
Atualmente, metade dos pedidos realizados por companhias comerciais fica com a Airbus.
No momento, a empresa dedica-se ao desenvolvimento da nova família de double-deckers Airbus 380 – os primeiros aviões comerciais de dois andares.
Com lançamento oficial marcado para 2005 e primeiro vôo comercial previsto para 2006, o A380 será um superjumbo que está sendo muito aguardado graças ao título de maior aeronave comercial do mundo.
Já está acertado que a primeira a voar com o 380 será a Cingapura Airlines, que fará um vôo de Cingapura a Londres.
“Já temos mais de 100 empresas interessadas em adquirir o 380”, revela Jean Membrado, diretor de marketing ao cliente da Airbus. Para desenvolver o 380, Membrado explica que a Airbus utilizou o que há de mais moderno em tecnologia. O superjumbo é, segundo ele, o avião com sistema de engenharia mais aperfeiçoado da história. Depois de ser anunciado em dezembro de 2000, o A380 encontra-se atualmente em fase de definição de detalhes. Isso significa que os desenhos de produção foram entregues à unidade de manufatura e os primeiros cortes de metal e carbono já foram feitos.
De acordo com Membrado, a nova aeronove vai permitir o transporte de um maior número de passageiros com a vantagem de não causar impacto negativo ao meio ambiente. Traduzindo, isso significa que haverá uma significativa redução de barulho e emissão de poluentes.
“O A380 será menos barulhento que os grandes aviões de hoje. Ele deverá gerar metade do nível de barulho na decolagem, apesar de carregar 35% a mais de passageiros”, promete.
A economia no consumo de combustível será cerca de 13% menor, se comparado ao concorrente mais próximo. Além disso, o modelo será o primeiro avião de grande porte a consumir menos de três litros de combustível por passageiro num espaço de 100 km.
Sem congestionamento – O A380 foi desenhado em colaboração com as grandes companhias aéreas, aeroportos e autoridades da aviação.
Nos últimos seis anos, a Airbus tem trabalhado com representantes de mais de 60 aeroportos internacionais para assegurar uma boa integração e adaptação da aeronave nestes ambientes.
Com o tráfego aéreo congestionando cada vez mais os aeroportos, a Airbus acredita que o A380 representará um investimento positivo para evitar paralisação em portões de embarque e desembarque.
Para isso, a companhia está gastando US$ 8 bilhões no primeiro modelo do A380, com a estimativa de desembolsar mais US$ 3 bilhões nos outros três modelos da família.
O desenvolvimento das novas aeronaves promete impulsionar a economia da região de Toulouse. Bem perto do headquarter da Airbus está sendo construída uma nova planta, estimada em 50 hectares e localizada próxima do aeroporto de Blagnac.
Atualmente, a Airbus conta com 12 modelos – do pequeno 318 ao ultramoderno 380. Desde o início de sua operação (na década de 70) até hoje, a companhia já vendeu 4.549 aviões para 183 clientes.
O 318 custa, por exemplo, entre US$ 41,3 milhões e US$ 47,8 milhões. Já o 380 fica entre US$ 253 milhões e US$ 275 milhões.
“O mais importante não é o preço, mas a equação entre o investimento e o retorno”, analisa Membrado.
Para ele, comprar um avião é como pilotar um. “O retorno do investimento vai depender do tipo de piloto. Não há regra geral. Cada companhia tem uma estratégia, uma exploração específica e uma política que vão definir o tempo de retorno do investimento.”
Para quem considera um erro investir em aviões grandes depois dos atentados de 11 de setembro, Membrado avisa que análises feitas por 414 companhias aéreas mostram que, até 2020, o crescimento anual da aviação mundial será de 4,7% ao ano – antes dos atentados, a previsão era de 5% ao ano.
Mas a questão é: como chegar aos 4,7%? “As companhias terão que aumentar o número de assentos nos aviões”, acredita Membrado. É aí que entra a Airbus com o seu A380, entre outros modelos hoje já produzidos.
“Isso significa que haverão mais aviões com maior capacidade. Nos próximos 20 anos, teremos mais de 3 mil rotas adicionais curtas”, estima. Seguindo esta tendência, aviões hoje usados para rotas mais longas poderão ser utilizados em rotas mais curtas.
Airbus lança avião com capacidade para 555 pessoas – A fabricante de aviões européia Airbus lança hoje o A380, maior aeronave de transporte de passageiros do mundo.
Com 80 m de envergadura), 73 m de comprimento, 24 m de altura, 560 toneladas de peso e autonomia de 14.800 km de vôo, o novo avião poderá transportar até 555 passageiros, 30% a mais em capacidade de transporte do que seu principal competidor, o Boeing 747.
O A380 pode abrigar cassino, discoteca e sala de ginástica. O primeiro vôo deve acontecer em 2006.
Confira lançamento l http://www.airbus.com/a380/Default1.aspx
Festa de lançamento do maior avião já produzido
Lançado o Airbus A380, o maior avião comercial da História
Paris – Com a presença do presidente da França, Jacques Chirac, e dos chefes de governo da Espanha, Luis Rodríguez Zapatero, da Alemanha, Gehard Schroeder, e do Reino Unido, Tony Blair, foi apresentado nesta terça-feira com grande festa o A380 da Airbus, o maior avião comercial da História.
O Airbus A380 tem capacidade para levar de 555 a até 850 passageiros, em dois andares
Durante boa parte da cerimônia, nas instalações da Airbus em Blagnac, nos arredores de Toulouse, na França, o avião esteve coberto por uma cortina preta.
Após um espetáculo, em que foi mostrada a história da aviação, o gigante de 80 metros de envergadura (de asa a asa) apareceu diante dos olhos de 4.500 convidados sob uma luz azulada.
O A380, fabricado por um consórcio de empresas da França, Espanha, Alemanha e Grã-Bretanha, é uma esperança para as empresas do setor na tentativa de reduzir os custos de operação e aumentar os lucros, afetados pelos altos custos do petróleo e pelo desaquecimento do turismo após os atentados de setembro de 2001.
Com o novo avião, que tem capacidade para levar de 555 a até 850 passageiros, em dois andares, a Airbus quer desbancar a concorrente Boeing na liderança mundial dos aviões de grande capacidade.
A americana tinha até hoje o maior avião comercial, com capacidade para 416 pessoas.
O superjumbo, que também tem uma versão de transporte de carga, fará os primeiros vôos de teste em março ou abril, disse o presidente da Airbus, Noel Forgeard, que abriu a cerimônia com representantes das 14 companhias aéreas que já encomendaram 149 unidades do gigante e explicaram as razões da decisão de lançar o modelo, chamado por um dos executivos de “avião do futuro”.
Entre as companhias que fizeram os pedidos, no valor total de US$ 40 bilhões, não há nenhuma empresa latino-americana.
Revista França-Brasil e Mecânica Online