Em relatório recente sobre o complexo automotivo brasileiro, consultoria aponta a crescente relevância que o setor vem ganhando para a economia brasileira.
A participação da produção de veículos automotores na produção industrial aumentou de 7% em 2002 para 9,4% no primeiro semestre deste ano.
A cadeia do setor responde ainda por 12,4% das exportações totais feitas pelo Brasil, e proporciona um superávit no comércio externo da ordem de US$ 7 bilhões ao ano.
A LCA Consultores acaba de divulgar estudo sobre o setor automobilístico no Brasil, incluindo análises e projeções para o desempenho de toda a cadeia produtiva em 2005 e 2006.
O relatório levou em consideração as vendas internas e as exportações e foi dividido entre os segmentos de automóveis e comerciais leves, ônibus e caminhões.
Também foram analisados o desempenho do setor de autopeças e de concessionárias.
O documento aponta o aumento do peso da relevância que o setor automobilístico vem ganhando para a economia brasileira desde a recente chegada de novas montadoras no Brasil.
Segundo dados do IBGE, a participação da produção de veículos automotores na produção industrial brasileira, que inclui motores e autopeças, cresceu aumentou de 7% em 2002 para 9,4% no primeiro semestre deste ano.
Trata-se da atividade industrial de maior peso no País.
A cadeia do setor automotivo responde por 10,7% das importações totais do País e por 12,4% das exportações totais feitas pelo Brasil, de acordo com segundo a Secretaria de Comércio Exterior, Secretaria de Desenvolvimento da Produção e do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.
Entre os anos de 1999 e 2004, a produção do segmento de automóveis e comerciais leves sofreu variação acumulada de 34%.
A participação dos importados nas vendas no atacado desse segmento caiu expressivamente, passando de 23,4%, em 1998, para 4%, em 2004.
Já a participação das exportações na produção total de veículos aumentou de 25,3%, em 1998, para 29,5%, em 2005.
Entre os fenômenos recentes que se destacam no mercado doméstico estão a queda do share dos importados; a expansão dos comerciais leves; a melhoria do “mix” de produtos – a fatia de populares nas vendas domésticas caiu de 63%, em 2003, para 47% em 2005, considerando os primeiros oito meses do ano; e o crescimento das vendas dos bi-combustíveis, que chegaram corresponder a 57,241% das vendas domésticas realizadas de janeiro a agosto deste ano.
Projeções. As projeções da LCA Consultores – construídas a partir de metodologia própria, apurada ao longo de dezenas de trabalhos – indicam que as vendas domésticas de automóveis e comerciais leves fecharão 2005 com crescimento de 11%.
A projeção para as vendas totais, incluindo automóveis, comerciais leves, ônibus e caminhões, é de 1,74 milhão de unidades no mercado interno e 834 mil no mercado externo. Para 2006, a projeção é de um aumento de 9%.
A estimativa de vendas totais para 2006, incluindo automóveis, ônibus e caminhões é de comercializar 1,894 milhão de unidades internamente e exportar 921 mil unidades.
Segundo o economista Bráulio Borges, um dos responsáveis pelo estudo, “se essas projeções se confirmarem, o nível de ociosidade da capacidade produtiva do setor baixará para cerca de 20% em 2006, nível relativamente baixo, que poderá estimular novos investimentos nos anos finais da década”.