Em 2005, um Touareg marcou um fato histórico ao vencer uma prova de carros sem piloto no deserto de Mojave, na Califórnia.
Ao chegar à frente de todos os concorrentes à pequenina localidade de Primm, na fronteira do estado, o Stanley, como foi batizado pelo grupo de pesquisadores e engenheiros do laboratório de pesquisas eletrônicas da Volkswagen e da Universidade Stanford, ganhou o prêmio de US$ 2 milhões oferecido pela DARPA, Defense Advanced Research Project Agency, agência de projetos de pesquisas avançadas para a defesa, divisão do ministério de defesa dos Estados Unidos.
A DARPA havia oferecido, um ano antes, um prêmio de um milhão para quem fizesse um carro autônomo que conseguisse atravessar o deserto, mas nenhum dos concorrentes conseguiu andar mais de 13 dos 210 km previstos.
Antes da prova, os concorrentes (todos os do ano de 2004 mais o Stanley) tiveram de passar por uma sessão de qualificação de oito dias na pista de corridas Califórnia Speedway, em Fontana.
Ao todo, eram 43 concorrentes selecionados dentre 195 times que se inscreveram para a competição, e desses somente 23 foram classificados.
O Stanley era uma entidade desconhecida para a grande maioria dos observadores, e os surpreendeu por ter feito o segundo melhor tempo, a única série de provas sem um só erro e sem bater em nenhum dos obstáculos.
Na corrida no deserto, os concorrentes tinham de cobrir 130 milhas (209 km) de terreno desértico, trilhas montanhesas, fundos de lagos secos e túneis próximos de Primm, no vizinho estado de Nevada, utilizando apenas sensores e sistemas de navegação.
O Stanley passou o pole-position na marca das 100 milhas (160,9 km) e cruzou a linha de chegada num tempo de 6 horas, 53 minutos e 8 segundos, 11 minutos e 42 segundos mais rápido que o segundo colocado.
Sebastian Thrun, diretor do Laboratório de Inteligência Artificial da Universidade Stanford, disse que “Foi muito gratificante sermos parceiros da Volkswagen num evento que contribui para avanços tão significativos na tecnologia automotiva. Nossa vitória de hoje é um testemunho ao trabalho duro e dedicação de todo o grupo”.
Nas palavras do Dr. Carlo Rummel, diretor executivo do Laboratório de Pesquisas Eletrônicas (ERL) da Volkswagen da América, “Foi excitante e desafiador preparar o Touareg para este dia.
As lições que aprendemos ao construir este veículo altamente complexo acabarão por beneficiar nossos clientes, ao aplicarmos esse conhecimento e fazermos nossos veículos mais seguros, mais inteligentes e mais excitantes”.
O Stanley é basicamente um Touareg R5 diesel modificado com total proteção inferior e pára-choques dianteiro reforçado, acionado por um sistema drive-by-wire desenvolvido pelo ERL, mensurações incorporadas a partir de GPS, uma unidade mensuradora inercial, sensores de velocidade de rodas, lasers, uma câmera e um sistema de radar, com todo o processamento de dados feito em seis computadores Pentium M.
Depois desta vitória o Stanley se tornou o robô mais famoso do mundo, um verdadeiro herói no mundo da robótica.