Rebaixar a suspensão do carro com o intuito de torná-lo mais esportivo pode trazer conseqüências desastrosas para quem dirige na cidade.
O carro perde muito em estabilidade e conforto. As seguradoras, por exemplo, não realizam o seguro do veículo com mudanças em suas características originais, além de não cobrirem eventuais acidentes
Em busca de uma estética e um desempenho mais esportivo do carro, muitos motoristas optam por adotar uma prática não muito aconselhada para quem roda nas ruas da cidade: rebaixar a suspensão do veículo.
A legislação não permite que o motorista mude as características originais do carro, sobretudo se as alterações comprometerem a segurança e a estabilidade do automóvel. Mesmo assim, às vezes, o desejo de ter um carro esporte na mão fala mais alto.
Segundo Edson Maia, diretor do Sindicato dos Concessionários e Distribuidores de Veículos Autorizados do Distrito Federal (Sincodiv/DF), o carro é projetado dentro de algumas características, que são estudadas e avaliadas pela fábrica.
“Se o motorista altera a originalidade do carro, ele precisa ter a consciência de que o fará por sua conta e risco. A seguradora, por exemplo, não aceita realizar o seguro de um automóvel rebaixado”, alerta Maia.
Edvaldo Lopes, corretor de seguros de automóveis representante de várias companhias do setor, afirma que a empresa também não cobre acidentes de carros rebaixados após o contrato do seguro ter sido efetuado.
“Se na vistoria for constatada esse tipo de alteração, a seguradora não cobre o sinistro”, completa.
Cortar as molas, comprimi-las, instalar um kit de suspensão a ar e colocar molas esportivas são algumas formas de deixar o veículo com jeito de carro de corrida.
Edson reconhece que a mudança na suspensão dá mais visibilidade esportiva e oferece maior aderência ao automóvel. Mas dirigir um carro com as molas cortadas em pistas desniveladas ou repletas de buracos interfere na absorção de impacto, no conforto e na estabilidade.
Rodar em um veículo com a mola esquentada traz conseqüências semelhantes. Perde-se muito em conforto e, ao passar por ondulações, há o risco de a mola quebrar. A suspensão a ar é a que possui o maior custo.
Ela possibilita ao motorista ajustar a altura do carro de acordo com sua preferência. O problema é pode haver um desgaste maior do sistema que sustenta o veículo, com a mudança constante de regulagem da suspensão.
Trocar as molas originais por outras esportivas só é indicado para quem é piloto profissional e irá utilizar o carro em pistas de corrida.
Ela respondem bem em alta velocidade. Mas o resultado não é o mesmo nas pistas das grandes cidades ou em auto-estradas, em função das irregularidades do asfalto.
O diretor do Sincodiv/DF considera que quem rebaixa o carro procura o melhor desempenho do carro. E o perigo está justamente nisso.
“O veículo com uma suspensão mais baixa tende a ficar mais veloz. O automóvel perde a sua flexibilidade e não absorve bem os impactos ocasionados pelas irregularidades da pista. Em alta velocidade isso pode ser fatal. Além de danificar o carro, o motorista pode perder o controle”, diz Edson.