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Modernização é a única saída para setor dos transportes

Investimentos em infra-estrutura e frota são primordiais para crescimento do país

O Brasil tem pressa. Com este mote, representantes das empresas de transporte e logística de todos os modais apresentam aos candidatos à Presidência da República e órgãos federais, estaduais e municipais diretamente envolvidos na construção, manutenção os regulamentação de rodovias, ferrovias, portos e hidrovias, propostas para revitalizar e ampliar a infra-estrutura existente no país, para permitir o escoamento da safra e da produção industrial e aumentar o ritmo anual do crescimento econômico brasileiro.

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As reivindicações fazem parte de um documento denominado “Panorama do setor da infra-estrutura logística do Brasil”, que apresenta um retrato do atual estado das operações de transporte ao longo do país — e seus diversos gargalos — e apontam soluções viáveis e adequadas para melhorar a eficiência do setor de transportes. Temas debatidos na 1ª Conferência Nacional de Infra-Estrutura Logística, que contou com participação de entidades de classe como ANTF — Associação Nacional de Transportes Ferroviários; ANUT — Associação Nacional dos Usuários de Transporte de Carga; NTC & Logística — Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística, e outras lideranças empresariais do setor.

Uma das medidas a ser implantada pelo próximo governo, seja ele qual for, é um amplo projeto de renovação da frota de caminhões, para corrigir a defasagem tecnológica que atinge parte dos transportadores rodoviários e reduzir o índice de acidentes nas rodovias.

O recadastramento oficial realizado em 2005 comprovou que a idade média da frota brasileira é de 18,5 anos. Idade avançada que traz uma série de prejuízos econômicos e ambientais.

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Estudo recente da CETESB — Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental do Estado de São Paulo, mostra que os caminhões antigos consomem 7% a mais de diesel e são muito mais poluentes que os modelos modernos, com gerenciamento eletrônico de motor.

“O caminho para melhorar o setor é incentivar a aquisição de caminhões com motores eletrônicos. Por isso, o Governo Federal, em conjunto com os estados que abrigam fábricas de caminhões — São Paulo, Minas Gerais, Paraná e Rio Grande do Sul — deve implantar um programa de renovação da frota”, defende Markenson Marques, diretor-presidente da Cargolift Transportes e Logística.

Além de reduzir a poluição e o consumo de óleo diesel, a iniciativa aqueceria a economia e a produção industrial já que na fabricação de um caminhão são necessários cerca de 15 mil itens.

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“Obviamente seriam gerados muitos empregos formais nas indústrias de auto-peças, enquanto que os caminhões velhos geram apenas sub-empregos para motoristas e empregos informais ao longo das rodovias, em borracharias e socorros mecânicos”, complementa. A modernização da frota contribuiria com a redução do custo logístico no país, hoje 35% superior ao norte-americano.

“Além disso, em cinco anos de programa, com redução da idade da frota para 13 anos, o índice de acidentes rodoviários cairia até 30%”.

A regulamentação do setor, com a aprovação da lei que controla a jornada de trabalho dos motoristas, é outro item primordial nas reivindicações dos transportadores.

“Atualmente, os caminhões provocam oito vezes mais acidentes que os ônibus, exatamente pela falta de controle do tempo de direção. A causa principal é a sonolência dos motoristas, principalmente aqueles que conduzem veículos mais velhos e que passam mais horas ao volante por não desenvolver o mesmo ritmo de viagem dos caminhões modernos, mais potentes e confortáveis”, explica Marques.

Para implantar o programa, os governos federal e estaduais criariam incentivos fiscais para a compra de caminhões mais novos.

“Seria um ‘Bônus Imposto’, válido por 6 meses, que ao contrário do que possa parecer, traria aumento na arrecadação pois não há sonegação de impostos em nosso setor. Além disso, caminhões novos geram impostos que os velhos já não geram. O plano de renovação de frota, além de reduzir o famoso ‘Custo Brasil’, gerará empregos formais e ajudará o país a se tornar auto-suficiente em petróleo leve (diesel), elevando o saldo da balança comercial e trazendo mais segurança a toda população com a redução dos acidentes nas estradas”, conclui.

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